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ELIANE CANTANHÊDE
Depois do MLST, o TSE
BRASÍLIA - O Congresso está
muito fraco, e todo mundo tira sua
casquinha. Ou cascona.
Na terça, o violento MLST invade
a pedradas. Na quarta, o TSE muda
profundamente as regras, a dias das
convenções partidárias e a menos
de quatro meses das eleições.
A decisão do ministro Marco Aurélio de Mello de aprofundar a verticalização, vetando coligações regionais de partidos que não tenham
coligações nacionais, significa que
partido "solto" (sem candidato) não
pode se aliar a nenhum outro. Praticamente pára tudo.
Só não muda o principal, que é o
favoritismo de Lula. E mudanças,
quaisquer que sejam elas, costumam beneficiar os candidatos favoritos. Partidos e políticos sempre
dão um jeito de pular em quem tem
mais chances de vitória.
A recíproca é verdadeira: se as decisões beneficiam favoritos, tendem a prejudicar quem não é. Ontem, Alckmin corria o sério risco de
perder o decisivo apoio do PFL. A
cúpula (leia-se Bornhausen) considerando um ato de traição abandonar o PSDB agora; os pragmáticos
(disseminados) contabilizando
perdas e ganhos e tentados a ficar
"soltos", sem amarras.
Como resultado de somas e divisões, eis que PMDB e PFL têm coligações fechadas ou prováveis em
pelo menos 12 Estados. Pendurados
em Lula, um, e em Alckmin, outro,
perderiam essa chance. Soltos nacionalmente, reforçariam seus projetos regionais. E, depois, com o governo eleito, cada um se viraria em
Brasília como bem quisesse.
Faz sentido, mas ninguém sabe
ainda o grau de devastação do tsunami soprado por Marco Aurélio,
que perguntou ao PFL sobre a repercussão no Congresso. O pefelista Agripino Maia respondeu: "Terrível". E o ministro: "Pior do que o
quebra-quebra da Câmara".
O MLST sabia o que fazia. O ministro do TSE também.
@ - elianec@uol.com.br
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