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KENNETH MAXWELL
A responsabilidade
A responsabilidade da BP
pelo desastroso vazamento de
petróleo no golfo do México
está clara. Os executivos da
empresa aceitaram constituir
um fundo de limpeza de US$
20 bilhões em benefício dos
moradores da região afetada.
O presidente Obama, que
visitou o golfo do México quatro vezes desde o acidente,
vem imputando veemente a
culpa pelo pior vazamento de
petróleo na história dos Estados Unidos à multinacional
britânica.
Mas o governo norte-americano também é responsável
pela criação das condições
que resultaram na catástrofe,
por não ter fiscalizado com firmeza o cumprimento de suas
regulamentações. O "Wall
Street Journal" e o "New York
Times" explicaram separadamente, na terça-feira, como isso veio a acontecer.
No "Wall Street Journal",
uma reportagem de Neil King
Jr. e Keith Johnson aponta
que, quatro meses depois da
posse do presidente Obama,
um tribunal federal de recursos em Washington decidiu,
em um processo aberto por indígenas do Alasca e uma coalizão de grupos ambientalistas,
que o governo estava despreparado para um forte vazamento de petróleo no mar, e
que havia confiado em uma
análise "irracional" quanto
aos riscos da prospecção de
petróleo no mar.
A despeito da retórica favorável ao ambiente adotada por
Obama, seu governo instou o
tribunal a revisar a decisão,
enfatizando a possível perda
de US$ 10 bilhões em royalties
devidos ao governo federal.
O tribunal de recursos reconsiderou sua decisão e permitiu que a exploração de petróleo no golfo do México
prosseguisse sem alterações,
o que inclui o hoje notório poço Macondo, da BP.
O presidente apontado por
Obama para a Administração
Nacional de Atmosfera e Oceano apresentou um comentário
detalhado sobre os planos
preparados no governo George W. Bush para a exploração
de petróleo no mar e questionou se "as autoridades dos Estados Unidos dispõem dos recursos necessários para responder a um grande vazamento de petróleo".
Leslie Kaufman, no "New
York Times", apontou que outra agência do governo federal, o Serviço de Pesca e Vida
Selvagem., encarregado de
fiscalizar o cumprimento da
lei de proteção a espécies
ameaçadas, havia concordado que o risco de um vazamento de petróleo que poluísse habitats críticos era "baixo".
Stacy Small, do Fundo de
Defesa do Ambiente, disse que
os modelos de avaliação biológica preparados para o Serviço de Gestão Mineral, responsável por aprovar a exploração
de petróleo no mar, "não estimavam os riscos para o pior
cenário, ou para um cenário
grave, de desastre petroleiro".
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI.
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