![]() São Paulo, sábado, 08 de agosto de 2009 |
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O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo. MELCHIADES FILHO Marina quando acende
BRASÍLIA - Nem os retoques do
pré-sal nem a ruína de Sarney. O
que mais preocupa os estrategistas
do Planalto é a possibilidade de Marina Silva se lançar à Presidência
pelo Partido Verde e, com isso, inviabilizar o caráter plebiscitário
que Lula queria dar à sucessão.
O plano do presidente ia bem. Para garantir o PMDB na aliança eleitoral, ele conteve o PT nos Estados
e ratificou o apoio a José Sarney.
Para limpar a cédula nacional, autorizou o transplante de Ciro Gomes
para São Paulo e, com a ajuda de Renan Calheiros, limpou o terreno em
Alagoas para que Heloísa Helena
(PSOL) prefira o certo (o retorno ao
Senado) ao duvidoso (outra candidatura estridente à Presidência).
Com a entrada de Marina, porém,
não haverá a polarização Lula x anti-Lula. Não só porque a ex-ministra será uma terceira via, capaz de
atrair o voto desgarrado, mas também porque ela tem perfil anfíbio.
É mais petista do que a candidata
do PT. Atuou 30 anos no partido, 20
a mais do que Dilma. Tem uma trajetória de superação como a de Lula
-filha de nordestinos, ex-empregada doméstica, analfabeta até a adolescência (cursou o Mobral e hoje
possui diploma universitário), militante sindical e de movimentos sociais, casada e mãe de família.
Ao mesmo tempo, Marina não será uma solução de continuidade.
Não esteve envolvida nos escândalos do governo Lula (mensalão, aloprados, dossiê contra FHC) e colecionou divergências com Dilma
-não quis ceder a empreiteiros e
ruralistas nem operou para criar ou
privilegiar grandes corporações.
Sua candidatura pode murchar
como a do pedetista Cristovam
Buarque, em 2006. Ou decolar como a de Fernando Collor, do igualmente nanico PRN, em 1994.
Mas não é apenas isso que parece
mover Marina, e sim a oportunidade valiosa de incluir questões ambientais na pauta nacional de debates durante um ano e arrancar compromissos de candidatos avessos ao
desenvolvimento sustentável.
melchiades.filho grupofolha.com.br |
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