São Paulo, sexta-feira, 08 de novembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Produção científica
"Em relação ao artigo do ministro Paulo Renato Souza ("O crescimento da produção científica", "Tendências/Debates", pág. A3, 6/11), creio ser motivo de regozijo que a produção científica do país, medida pelo numero de publicações, tenha aumentado de 1981 para cá.
Infelizmente, é preciso notar quão raras são as publicações autóctones -isto é, de pesquisadores brasileiros sem colaboradores principais do Primeiro Mundo- em revistas de alto impacto.
O ministro persiste na falácia de comparar a produção científica de diferentes países sem levar em conta a população. Áustria, Bélgica e Finlândia contam, respectivamente, com cerca de 10 milhões, 8 milhões e 5 milhões de habitantes. Não seria mais informativo relacionar a produção científica ao número de brasileiros com curso superior? Com tantos jovens que não chegam a terminar o curso secundário, quantos potenciais Prêmios Nobel estamos perdendo?"
Michel Rabinovitch (São Paulo, SP)


Eleições nos EUA
"O comentário de ontem do senhor Otavio Frias Filho ("Eterna vigilância", pág. A2) é bem claro em relação à acachapante vitória do presidente Bush nos Estados Unidos.
Realmente, o povo americano vive de sonhos. A ficção virou realidade: Bush acabou virando um super-herói, e "bandidos" como Saddam Hussein e Osama bin Laden lhe deram respaldo."
Antonio Jose G. Marques (São Paulo, SP)


Salários na Câmara
"É aviltante a proposta defendida pelo deputado Severino Cavalcanti (PPB-PE) de aumentar o salário dos congressistas, dizendo que o que ganham atualmente é insuficiente.
No momento em que o governo se vê incapaz de dar um aumento digno ao salário mínimo para garantir equilíbrio no Orçamento, não dá para acreditar que um representante do povo queira usufruir mais do dinheiro público."
Leila E. Leitão (São Paulo, SP)

 

"Quero deixar registrada a minha indignação com a atitude tomada pelos parlamentares que insistem em aumentar os seus próprios vencimentos.
Os senhores congressistas deveriam colocar a mão na consciência e fazer jus aos votos que receberam dos pobres assalariados e pensionistas, que sobrevivem com um salário mínimo, sem auxílios complementares e sem mordomias."
Regina Stella (Presidente Prudente, SP)


Combustíveis
"É inacreditável a conduta do atual governo federal em relação aos reiterados reajustes dos combustíveis.
Quase todo o transporte de nossas riquezas se dá via malha rodoviária. Assim, qualquer alteração no preço dos combustíveis interfere diretamente nos custos dos bens produzidos no Brasil, o que justificaria observância mais cautelosa e responsável de nossos administradores públicos sobre o assunto.
A maior parte do petróleo consumido no Brasil é extraído em território nacional. Por que então vincular a variação do dólar para a totalidade do petróleo usado no país? Não seria mais sensato efetuar esse ajuste somente em relação à parcela do petróleo importado?
E a vinculação entre o álcool e o petróleo? Cada reajuste é justificado pela variação do dólar e pelo preço do barril de petróleo no exterior. Qual a justificativa para o aumento excessivo do álcool combustível? Atitudes como essas resultam no desestímulo ao consumo de veículos a álcool, o que se configura em uma política nem um pouco nacionalista."
Giovani Dagostim (Porto Alegre, RS)

 

"Eu só quero entender.
1 - Se aproximadamente 60% da frota nacional de veículos está em São Paulo, o que será que é feito com a vultosa arrecadação do IPVA, já que o povo paulista parece uma ilha cercada de pedágios por todos os lados?
2 - Se o álcool é um combustível plenamente nacional, por que seu preço foi reajustado em até 100% no período de 60 dias, já que não é comprado em dólar, como o petróleo importado?"
Odilon Antonio Menegusso (Limeira, SP)


Terrorismo
"Concordo com a indignação expressa pelo general Meira Mattos no texto "A síndrome do medo" ("Tendências/Debates", pág. A3, 6/11).
Atos terroristas são sempre repulsivos e traumáticos, porém temos de admitir que são, geralmente, o último argumento de que se valem os desesperados, os que são sistematicamente humilhados e desrespeitados em sua soberania e, não raro, os exterminados sistematicamente -ou por guerras patrocinadas pelos mais gananciosos interesses, ou pelo desprezo dos que poderiam zelar pelos menos favorecidos."
Elcio Domingues Pereira, capitão-de-infantaria (Campinas, SP)


Rural
"Foi desapontador perceber que o caderno Agrofolha, que já era reduzido e pouco profundo, deixou de ser um caderno e passou a ser apenas uma folha do caderno Dinheiro.
Não dá para entender como a agropecuária, que ganha cada vez mais espaço no cenário econômico brasileiro, perdeu espaço na Folha.
Espero que essa mudança seja passageira e que a agropecuária ganhe o devido lugar em um jornal tão importante como esse."
Pedro Paulo de Faria Ronca (São Paulo, SP)


Arte e ciência
"Em relação à reportagem "DNA vira personagem de comédia" (Ciência, pág. A20, 6/11), gostaria de informar que o espetáculo "DNA - Nossa Comédia" é o resultado de muitos meses de pesquisa e de trabalho da doutora Leila Oda e de mim mesmo.
Nossa intenção é a divulgação científica de questões contemporâneas relativas à biotecnologia. O deslize em relação à vitamina C, confundida com aspirina, foi resultado da espontaneidade de uma atriz. Foi o que os atores chamam de "caco", ou seja, fala que não consta do texto.
Diversos cientistas foram convidados para a leitura justamente para que não haja dúvidas em relação ao conteúdo da peça e também para eventuais aprimoramentos da estréia. Novos "cacos" serão proibidos no futuro."
Thiago Santiago, co-autor do roteiro da peça (Rio de Janeiro, RJ)


Isenção
"Aprecio o levantamento feito pela Folha para avaliar o grau de isenção da cobertura da campanha eleitoral. Acredito na utilização de métricas objetivas para avaliar e para acompanhar processos e fenômenos. Mas não basta medir, é preciso também analisar, avaliar e reconhecer o que os números expressam.
Os números apresentados na edição de 25/10 (Eleições 2002, pág. Especial 12) evidenciam que a cobertura favoreceu Lula, confirmando a percepção que tive com a leitura diária do jornal."
Alceu Bravo (São Paulo, SP)


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