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PAINEL DO LEITOR
Produção científica
"Em relação ao artigo do ministro Paulo Renato Souza ("O crescimento da produção científica", "Tendências/Debates",
pág. A3, 6/11), creio ser motivo de regozijo que a produção científica do país, medida pelo numero de publicações, tenha
aumentado de 1981 para cá.
Infelizmente, é preciso notar quão raras são as publicações autóctones -isto
é, de pesquisadores brasileiros sem colaboradores principais do Primeiro Mundo- em revistas de alto impacto.
O ministro persiste na falácia de comparar a produção científica de diferentes
países sem levar em conta a população.
Áustria, Bélgica e Finlândia contam, respectivamente, com cerca de 10 milhões, 8
milhões e 5 milhões de habitantes. Não
seria mais informativo relacionar a produção científica ao número de brasileiros com curso superior? Com tantos jovens que não chegam a terminar o curso
secundário, quantos potenciais Prêmios
Nobel estamos perdendo?"
Michel Rabinovitch (São Paulo, SP)
Eleições nos EUA
"O comentário de ontem do senhor
Otavio Frias Filho ("Eterna vigilância",
pág. A2) é bem claro em relação à acachapante vitória do presidente Bush nos
Estados Unidos.
Realmente, o povo americano vive de
sonhos. A ficção virou realidade: Bush
acabou virando um super-herói, e "bandidos" como Saddam Hussein e Osama
bin Laden lhe deram respaldo."
Antonio Jose G. Marques (São Paulo, SP)
Salários na Câmara
"É aviltante a proposta defendida pelo
deputado Severino Cavalcanti (PPB-PE)
de aumentar o salário dos congressistas,
dizendo que o que ganham atualmente é
insuficiente.
No momento em que o governo se vê
incapaz de dar um aumento digno ao salário mínimo para garantir equilíbrio no
Orçamento, não dá para acreditar que
um representante do povo queira usufruir mais do dinheiro público."
Leila E. Leitão (São Paulo, SP)
"Quero deixar registrada a minha indignação com a atitude tomada pelos
parlamentares que insistem em aumentar os seus próprios vencimentos.
Os senhores congressistas deveriam
colocar a mão na consciência e fazer jus
aos votos que receberam dos pobres assalariados e pensionistas, que sobrevivem com um salário mínimo, sem auxílios complementares e sem mordomias."
Regina Stella (Presidente Prudente, SP)
Combustíveis
"É inacreditável a conduta do atual governo federal em relação aos reiterados
reajustes dos combustíveis.
Quase todo o transporte de nossas riquezas se dá via malha rodoviária. Assim, qualquer alteração no preço dos
combustíveis interfere diretamente nos
custos dos bens produzidos no Brasil, o
que justificaria observância mais cautelosa e responsável de nossos administradores públicos sobre o assunto.
A maior parte do petróleo consumido
no Brasil é extraído em território nacional. Por que então vincular a variação do
dólar para a totalidade do petróleo usado
no país? Não seria mais sensato efetuar
esse ajuste somente em relação à parcela
do petróleo importado?
E a vinculação entre o álcool e o petróleo? Cada reajuste é justificado pela variação do dólar e pelo preço do barril de
petróleo no exterior. Qual a justificativa
para o aumento excessivo do álcool combustível? Atitudes como essas resultam
no desestímulo ao consumo de veículos
a álcool, o que se configura em uma política nem um pouco nacionalista."
Giovani Dagostim (Porto Alegre, RS)
"Eu só quero entender.
1 - Se aproximadamente 60% da frota
nacional de veículos está em São Paulo, o
que será que é feito com a vultosa arrecadação do IPVA, já que o povo paulista
parece uma ilha cercada de pedágios por
todos os lados?
2 - Se o álcool é um combustível plenamente nacional, por que seu preço foi
reajustado em até 100% no período de 60
dias, já que não é comprado em dólar,
como o petróleo importado?"
Odilon Antonio Menegusso (Limeira, SP)
Terrorismo
"Concordo com a indignação expressa
pelo general Meira Mattos no texto "A
síndrome do medo" ("Tendências/Debates", pág. A3, 6/11).
Atos terroristas são sempre repulsivos
e traumáticos, porém temos de admitir
que são, geralmente, o último argumento de que se valem os desesperados, os
que são sistematicamente humilhados e
desrespeitados em sua soberania e, não
raro, os exterminados sistematicamente
-ou por guerras patrocinadas pelos
mais gananciosos interesses, ou pelo
desprezo dos que poderiam zelar pelos
menos favorecidos."
Elcio Domingues Pereira, capitão-de-infantaria (Campinas, SP)
Rural
"Foi desapontador perceber que o caderno Agrofolha, que já era reduzido e
pouco profundo, deixou de ser um caderno e passou a ser apenas uma folha
do caderno Dinheiro.
Não dá para entender como a agropecuária, que ganha cada vez mais espaço
no cenário econômico brasileiro, perdeu
espaço na Folha.
Espero que essa mudança seja passageira e que a agropecuária ganhe o devido lugar em um jornal tão importante
como esse."
Pedro Paulo de Faria Ronca
(São Paulo, SP)
Arte e ciência
"Em relação à reportagem "DNA vira
personagem de comédia" (Ciência, pág.
A20, 6/11), gostaria de informar que o espetáculo "DNA - Nossa Comédia" é o resultado de muitos meses de pesquisa e
de trabalho da doutora Leila Oda e de
mim mesmo.
Nossa intenção é a divulgação científica de questões contemporâneas relativas
à biotecnologia. O deslize em relação à
vitamina C, confundida com aspirina,
foi resultado da espontaneidade de uma
atriz. Foi o que os atores chamam de "caco", ou seja, fala que não consta do texto.
Diversos cientistas foram convidados
para a leitura justamente para que não
haja dúvidas em relação ao conteúdo da
peça e também para eventuais aprimoramentos da estréia. Novos "cacos" serão
proibidos no futuro."
Thiago Santiago, co-autor do roteiro da
peça (Rio de Janeiro, RJ)
Isenção
"Aprecio o levantamento feito pela Folha para avaliar o grau de isenção da cobertura da campanha eleitoral. Acredito
na utilização de métricas objetivas para
avaliar e para acompanhar processos e
fenômenos. Mas não basta medir, é preciso também analisar, avaliar e reconhecer o que os números expressam.
Os números apresentados na edição
de 25/10 (Eleições 2002, pág. Especial 12)
evidenciam que a cobertura favoreceu
Lula, confirmando a percepção que tive
com a leitura diária do jornal."
Alceu Bravo (São Paulo, SP)
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