São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


BC e BNDES
"Merece esclarecimento uma informação publicada no texto "Presidente do BC elogia BNDES e diz que não leu relatório com críticas" (Dinheiro, pág. B1). Ao dizer que os relatórios sobre as inspeções em instituições financeiras não chegam ao nível da presidência nem da diretoria do Banco Central do Brasil, o presidente Henrique Meirelles se referia à instância colegiada da diretoria, que se reúne semanalmente. Os assuntos pertinentes a cada área do Banco Central são discutidos no âmbito de cada diretoria. Por se tratar de assunto afeito à área de fiscalização, os resultados de inspeções são de conhecimento do diretor de Fiscalização, mas não são levados rotineiramente à diretoria colegiada nem ao presidente do BC."
Jocimar Nastari, assessor de imprensa do Banco Central do Brasil (Brasília, DF)

Esmola
"Na carta "Esmola não" ("Painel do Leitor", 6/11), a vereadora Soninha Francine (PT) comete um equívoco ao criticar o editorial "Estatização da esmola" (4/11), pois o papel da imprensa é duvidar das promessas governamentais. E a descrença tem fundamentos: 1) o processo de escolha do Conselho Municipal dos Direitos da Criança foi denunciado pelo Ministério Público em uma ação civil judicial em 2004; 2) a escolha dos 35 conselhos tutelares -fiscais dos direitos das crianças- teve tantas denúncias que nem mesmo a Justiça Eleitoral aceitou conduzir a eleição; 3) a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social boicotou a 6ª Conferência Municipal da Criança, impedindo uma avaliação real da situação da infância e juventude em São Paulo e 4) a falta de uma política pública faz com que as "doações casadas" -ou condicionadas- atendam mais ao interesses das empresas "doadoras" do que da sociedade em geral. Os vereadores têm mais é que fiscalizar o Poder Executivo, exigindo que se publiquem os balancetes mensais do Fundo Municipal da Criança, o que nunca foi feito nestes últimos 13 anos."
Mauro Alves da Silva, presidente do Grêmio SER Sudeste - Promoção da Cidadania e Defesa do Consumidor (São Paulo, SP)

Livre concorrência
"O PSDB, que se pautava pela posição quase impoluta de seus membros, vem mostrando o sinal dos tempos. Arthur Virgílio disse que quer "dar uma surra no presidente Lula". Agora a deputada Zulaiê Cobra chama Lula de "bandidão". Heloisa Helena e Enéas Carneiro que se cuidem; a concorrência está aberta."
Marco Aurélio Pereira Paiva (Ibiá, MG)
 

"O senador Arthur Virgílio, a senadora Heloisa Helena e o deputado ACM Neto ameaçam "dar uma surra" no presidente da República. A deputa Zulaiê Cobra, em discurso, chamou Lula de "bandidão" e, ato contínuo, lançou-se candidata ao Senado. Que ninguém se engane: o objetivo das bravatas e da falta de respeito dessas pessoas é se promoverem para as eleições que se avizinham."
Carlos Alberto da Silva (Americana, SP)

Manifestações em Paris
"A França, tradicionalmente um país que acolhe com tolerância povos de diferentes religiões e etnias, agora se vê encurralada dentro de seu próprio território justamente por aqueles que acolheu. Vindos em sua maioria de regiões inóspitas, onde reina o caos social, a guerra e a fome, eles sentem-se agora no direito de cuspir no prato em que sempre comeram tão bem -atitude no mínimo insensata, para não dizer autodestrutiva. Que a França não se deixe intimidar e que esses distúrbios não sirvam para denegrir a imagem de pessoas de bem que encontraram na Europa uma chance de viver com dignidade."
Flávio Guimarães De Luca (Limeira, SP)
 

"Incrível! Agora o senhor Nelson Ascher quer nos convencer de que os distúrbios nos arredores de Paris são parte de uma conspiração islâmica para dominar o mundo ("A Intifada européia", Ilustrada, 7/11). Por que a Folha insiste em patrocinar essa campanha equivocada e insensata?"
Francisco J. B. de Aguiar (São Paulo, SP)
 

"Só mesmo Nelson Ascher para ter a coragem de escrever a verdade nua e crua em sua coluna "A Intifada européia". Mesmo com a hipocrisia reinando no mundo atual, essa coluna será lida e entendida por sábios e corajosos."
Leonardo Potolski (São Paulo, SP)

Águia e galinha
"No ano passado, li o livro "A Águia e a Galinha", de Leonardo Boff. É uma fábula africana que conta a história de uma águia que foi criada como galinha sem nunca perceber que era águia. Um dia, tomou consciência de sua condição e ganhou os céus. Essa fábula me fez refletir sobre o artigo "Acorda, esquerda!", do professor Emir Sader, que li na internet, sobre a esquerda no Brasil. A esquerda esqueceu seu ideal de águia. Tornou-se galinha no galinheiro da direita, no poleiro do neoliberalismo, cacarejando no ninho da direita. Isolada em seu mundinho particular, acha que tudo está bom e não se preocupa com o mundo que está além da cerca. A direita nunca perdeu seu espírito de águia. Sempre esteve lutando. Como sindicalista, faço um mea culpa. Onde está a águia sindical? Somos um bando de águias-galinhas ciscando no terreiro do neoliberalismo e cacarejando sobre as injustiças. Há os que se escondem debaixo do cinismo e dizem que esses não são "assuntos" do sindicato. Como se o sindicato não precisasse de força política na sua luta contra o capitalismo. Como se os movimentos políticos não interferissem nos assuntos sindicais. São burgueses lutando pelos seus interesses empresariais."
Darvin Ferreira da Silva, membro do conselho fiscal do Sinquisp -Sindicato dos Profissionais da Química do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Referendo
"Faço apenas uma pergunta à senhora Fernanda Montenegro (Ilustrada, 6/11): foram gastos mais de R$ 500 milhões por pura brincadeira e distração? Não era para valer? E as conseqüências da bobagem que estava para se cometer no país? E as mentiras e parvoíces que tive que ver na TV, quem vai pagar por isso? Quem vai nos ressarcir pelo desassossego gerado? O que é mais humanista que defender a própria vida e a de seus descendentes e ascendentes com "unhas e dentes" e dentro da lei?"
José Maurício de Almeida (São Paulo, SP)

Era de bicicletas
"Gilberto Dupas, no artigo "Pobreza, poluição e transporte urbano" ("Tendências/Debates", 26/10) chamou minha atenção para o risco do aumento de doenças cardíacas para quem pedala em meio ao tráfego. Acredito estar incompleta a informação, visto que, embora os ciclistas estejam suscetíveis à poluição causada pelo tráfego, não inalam uma maior quantidade de substâncias prejudiciais do que os motoristas. Este é o resultado de um estudo realizado em Amsterdã que demonstrou que as concentrações de monóxido de carbono, benzeno, tolueno e xileno no ar respirados pelos ciclistas são, em média, três vezes menores que no ar respirado pelos motoristas. Não muito longe dos resultados desse estudo, é mais saudável andar à beira de uma estrada movimentada do que sentar confortavelmente em um carro com ar-condicionado, conforme demonstrou o pesquisador norte-americano Robert Baker, presidente da Associação da Qualidade do Ar em Interiores dos EUA. Aproveito, também, para sugerir uma revisão no conceito de "energia limpa", uma vez que mais de 70% da energia elétrica do país é proveniente de grandes hidrelétricas, que não são consideradas limpas em função do enorme impacto desses empreendimentos. Nem metrô, nem carro são energias limpas. A era da bicicleta como um veículo definitivo está cada vez mais próxima."
Cristiano K. Hickel (São Paulo, SP)


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