São Paulo, domingo, 08 de dezembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Ética
"O artigo de 6/12 de Janio de Freitas ("Uma negação da vitória", Brasil, pág. A5), somado à carta do dr. Fábio Konder Comparato publicada nesta seção também em 6/12 ("Foro privilegiado'), serve como alerta da mais elevada dignidade ética. Os políticos do PT que apóiam o foro privilegiado cavam a própria sepultura moral. O mencionado partido possui hoje poucas (comparativamente) áreas de aderentes corruptos. A vitória em plano federal trará, com certeza matemática, às proximidades ou ao próprio interior do partido, pessoas acostumadas aos privilégios e aos desmandos que só agora começam a ser corrigidos pela Justiça. E apenas graças à autonomia do Ministério Público. Com a mordaça e o dito foro, os corruptos de sempre, agora "apoiadores" interessados do PT, aproveitarão para agir como sempre o fizeram. O nome dos petistas irá para a lama e para o descrédito, recebendo o mesmo tratamento indignado da cidadania que paga impostos escorchantes. Ainda é tempo: o PT pode desarmar essa armadilha que o enodoa desnecessariamente. Basta dizer não à mordaça e ao foro privilegiado. Trinta dinheiros do Orçamento não compensam o respeito conseguido em anos de luta com o apoio da cidadania."
Roberto Romano, professor titular de ética da Unicamp (Campinas, SP)

"Gostaria de perguntar aos eleitores de Lula e do PT em geral como fica a tão apregoada ética política que eles tanto defendiam em campanha? Agora, para beneficio próprio, eles mostram-se favoráveis a apoiar a tal Lei de Foro Privilegiado, a manter a tabela do IR -com a alíquota de 27,5%- e a aumentar a taxa da Cide, que Lula nem sabia o que era. E o partido nem assumiu ainda, mas já sinaliza coisas piores. Reclamar que irá precisar disso tudo, pois nosso país está numa situação medonha não vale. O PT sabia disso antes. Que não se candidatasse então."
Laércio Zanini (Garça, SP)

Combate à inflação
"É lamentável e inconsequente a maneira atual de combate à inflação que se observa nas ações da equipe econômica do governo do sr. FHC. É uma ação baseada no desemprego e nos altos juros (ou seja, no não-consumo), o que vai na contramão do que acontece nos países do Primeiro Mundo. Tal política será viável a longo prazo? É saudável para algum povo ou para alguma nação do mundo? O que o Brasil pode esperar de tal modelo econômico?"
Aldemir L. N. Marques (São Paulo, SP)

Imposto e sonegação
"O editorial "Direito de cobrar" (Opinião, pág. A2, 5/12) é contestável: o Estado cobra muito tributo porque poucos pagam ou os contribuintes sonegam muito porque o Estado é ganancioso demais? Não acho que as despesas do Estado, principalmente com os juros da dívida externa, justifiquem tanto assim o meu suor."
Rodrigo Arruda Sanchez (Curitiba, PR)

Estupros na USP
"O alerta da aluna da USP Bianca Ribeiro Manfrini no "Painel do Leitor" de 3/12 demonstra a preocupação dos estudantes, dos pais e dos familiares, que estão apavorados com os estupros que têm acontecido naquele campus. Segundo noticiário, Márcia Furtado Avanza, assessora de imprensa da USP, disse que a instituição dispõe de apenas 56 vigilantes da Guarda Universitária, que não andam armados ao percorrerem os quatro milhões de metros quadrados da universidade. Sabendo que o projeto de segurança daquela Universidade prevê, ao todo, 120 guardas e um sistema de câmeras de vídeo, pergunto: que medidas estão sendo tomadas pela Reitoria e pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo para garantir a tranquilidade dos nossos filhos na maior universidade paulista?"
Jarmuth de Oliveira Andrade (Campos do Jordão, SP)

Aposentadorias
"Antes de comemorar a declaração do presidente eleito, Lula, sobre a unificação de aposentadorias, gostaria de saber se essa medida será mesmo para valer. Unificação significa igual para todos, mas será que isso acontecerá de fato? Será que os nossos políticos não deixarão uma pequena brecha na lei para que as suas aposentadorias continuem como estão? Se os políticos tiverem a ousadia de manipular as leis dessa forma, eles estarão confirmando serem merecedores de todo o desprezo que a grande maioria do povo sente por eles. Essa atitude seria mesquinha, egoísta e preconceituosa."
Satiko Motoie Simmio (São Paulo, SP)

Novo governo
"Será que o "seu" Lula realmente preocupa-se com o povo como reiteradamente afirma? Enquanto fica nessa enrolação para anunciar os excelentíssimos senhores que irão compor o seu governo, o real volta a se desvalorizar. A cada dia que passa, tudo sobe. Os nossos salários perdem ainda mais o poder de compra, e quem acaba levando a pior mais uma vez somos nós. É interessante que o "salvador da pátria", o "trabalhador" que veio do povo, não tenha percebido o quanto nos está prejudicando. Ou ele acha que assim que resolver fazer o tão esperado anúncio o dólar vai baixar e, como um milagre, os preços também serão reduzidos?"
Lia Rossana O. de Lima (São Paulo, SP)

Improbidade
"Bem fariam Fernando Henrique Cardoso, o STF, o Congresso e agora também o PT se, em vez de buscarem artifícios para anular as ações anticorrupção, revogassem de uma vez a Lei da Improbidade Administrativa (lei 8.429/92). Afinal, as leis são feitas para pobres e mortais. E, como a Lei da Improbidade é uma lei que "pegou" e que está atingindo a casta privilegiada, alguma coisa tem de ser feita para impedir que promotores e juízes parem de fazê-la cumprir."
Ana Maria Albuquerque Zan
(São José do Rio Pardo, SP)

Mais verde
"Nessa época em que a cidade tanto sofre com a impermeabilização do solo, fico decepcionado com a notícia de que uma grande obra de Niemeyer nascerá sobre os gramados verdes do Ibirapuera. O aspecto de ser uma complementação da obra inicial é puro marketing da obra. Há 50 anos, São Paulo tinha muito mais áreas verdes do que hoje. Hoje, o parque Ibirapuera tornou-se pequeno para a cidade, e não deveria receber novas edificações. Esse grande arquiteto já escreveu sua história em muitas obras, sendo que algumas, vistas com os olhos de hoje, são discutíveis em termos ambientais. Com o dinheiro dessa obra, vários parque menores poderiam ser criados na cidade."
Eduardo Britto (São Paulo, SP)

Fiscalização
"Bia Pardi, da subprefeitura de Pinheiros, declarou ser impossível fiscalizar 3.000 imóveis comerciais, mas não apurou uma denúncia de evasão de imposto. A subprefeitura de Pinheiros é um poço de incompetência e tem maltratado a lei. E agora a prefeita Marta quer sobretaxar a coleta do lixo! Há fiscais para isso? Antes de criar novas receitas, é preciso competência para gerir o que já existe. Não é à toa que Lula tem feito restrições a São Paulo."
Regina Célia Cubas da Silva (São Paulo, SP)



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