São Paulo, segunda-feira, 09 de fevereiro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Biossegurança
"A Folha acertou em cheio ontem no editorial "Biossegurança" (Opinião) ao chamar a atenção para o obscurantismo da Câmara dos Deputados ao aprovar um projeto de lei sobre biossegurança que proíbe a clonagem terapêutica por pressão do lobby evangélico-católico. Não vivemos numa teocracia, mas nem por isso as instituições religiosas têm pouco poder, pois possuem redes de TV e de rádio e têm representantes em entidades laicas e no governo."
Orlando Tambosi (Florianópolis, SC)

Drogas
"A apologia do uso de drogas, ou mesmo a simples menção de seu uso, ainda mais em tom jocoso, como estava no quadrinho da "Aline" no dia 5/2 (Ilustrada), transforma a droga em uma simpática contravenção. Os quadrinhos são a parte do jornal que as crianças lêem. Peço, portanto, a atenção do Diretor de Redação ou a de quem de direito para que advirtam os cartunistas para refrearem suas gracinhas com drogas."
Thelma Romeo da Rocha Lima (São Paulo, SP)

"BBB"
"Fui chamado de pornógrafo amador e acusado de ter mingau no lugar do cérebro no comentário de Vinicius Torres Freire de 2/2 ("BBB4", Opinião, pág. A2). Não sou um grande apreciador do "BBB", reconhecendo suas qualidades (poucas) e seus defeitos (inúmeros), mas daí a dizer que quem gosta do programa é isso que esse "reserva das segundas" disse vai um passo muito grande. Pessoas de minha convivência e muitos jornalistas da própria Folha também assistem ao dito programa. Não estou defendendo o "BBB", e sim essas pessoas, que possuem o sacrossanto direito de gostar do que bem entendem sem serem ofendidas por ninguém. Para que não pairem dúvidas ao autor da presepada, devo dizer que tenho curso superior, leio alguns livros por mês, meu nome pode ser encontrado no site da biblioteca virtual da USP como voluntário em digitar obras da literatura nacional, sei quem foi Sartre e Descartes, não gosto de Picasso e recomendo que o autor, se souber ler, leia algumas crônicas de Sérgio Porto."
Sergio Simonato (São Paulo, SP)

Prefeitura
"A diferença entre os percentuais de remanejamento dos orçamentos dos governos Geraldo Alckmin (44,08%) e Marta Suplicy (15%) é gritante. Mas ela fica ainda maior quando tomamos a transparência como referencial obrigatório da administração pública. Desde 2002, os orçamentos da capital têm sido discutidos e aprimorados e suas respectivas execuções têm sido fiscalizadas pelos setores da sociedade civil pelo sistema de orçamento participativo. Já em nove anos de tucanato, o orçamento estadual continua tendo como limites a ficção e o uso indiscriminado das verbas. Logicamente essa diferença é imperceptível a olhos como os do ex-presidente do PSDB José Aníbal, ainda mais num ano eleitoral (carta "Prefeitura", "Painel do Leitor", 4/2)."
Ítalo Cardoso, deputado estadual, presidente do Diretório Municipal do PT em São Paulo (São Paulo, SP)

Comparação indevida
"O colunista Nelson de Sá foi muito infeliz em sua coluna "No Ar" de 6/2 (caderno Brasil) quando tentou comparar o comportamento de Mário Covas com o descontrole da prefeita Marta Suplicy nos recentes enfrentamentos que ela teve com a população da cidade. Quando foi atingido por um ovo em frente ao Palácio dos Bandeirantes e por uma bandeirada na praça da República, Mário Covas estava debatendo com manifestantes, numa atitude digna de um governante aberto ao diálogo. As agressões partiram de militantes petistas, que sempre atuaram com agressividade premeditada para causar tumultos contra os que os derrotaram nas urnas. O PSDB não quer, como afirmou o colunista, esquecer as lições de democracia e ética ensinadas por Mário Covas, que hoje dá nome à sede do Diretório Municipal do partido em São Paulo. Sinto-me na obrigação de fazer esses esclarecimentos diante da tentativa de Nelson de Sá de comparar a prefeita com uma figura da estatura ética e política de Mário Covas."
Edson Aparecido, deputado estadual, presidente do Diretório Municipal do PSDB em São Paulo (São Paulo, SP)

Museus
"A coluna de Mônica Bergamo de 1º/2 (Ilustrada, pág. E2), "A caixa-forte dos museus", estava primorosa. Parabéns! Há muito não se faz algo tão interessante sobre assunto tão relevante. Está impressa e arquivada."
J. Toledo (Campinas, SP)

Câmara
"A reportagem "Apesar do extra, 25 somem da Câmara" (Brasil, 2/2) está equivocada, para dizer o mínimo. Está claro que o objetivo da Folha foi mostrar que, apesar de receberem dois salários extras devido à convocação extraordinária, alguns parlamentares nem sequer apareceram para trabalhar. É tarefa dos meios de comunicação fiscalizar o funcionamento dos órgãos públicos. Portanto a reportagem estaria correta se, ao final, cumprisse o objetivo a que se propõe em seu enunciado. Mas não. A Folha faz confusão ao misturar parlamentar gazeteiro com parlamentar que está fora do país cumprindo missão oficial, como é o meu caso. Entre os dias 28 de janeiro e 2 de fevereiro, estive em Madri, na Espanha, representando a Câmara dos Deputados na Feira Internacional de Turismo. Se a Folha sabia disso, como registrou no último parágrafo da reportagem, por que incluiu meu nome na relação dos parlamentares que "sumiram'? Isso, evidentemente, é muito ruim para a minha imagem, pois sou citado como um político que recebe dinheiro público e não aparece para trabalhar -o que, repita-se, não é verdade. Também é ruim para o leitor, que recebe informação distorcida. Mas, a longo prazo, é muito pior para a própria Folha, que ignorou, pelo menos nesse caso, o principal compromisso de um jornal: o respeito pela verdade."
Josué Bengtson, deputado federal -PTB-PA-, presidente da Comissão de Turismo e Desportos da Câmara dos Deputados (Brasília, DF)

Privatizadas
"O jornalista Janio de Freitas mais uma vez colocou o dedo em uma grande ferida nacional ao comentar a escandalosa atuação da Light no Rio de Janeiro (Brasil, pág. A5, 8/2). Infelizmente esse caso não é isolado e demonstra muito bem como funcionam as coisas neste pobre país. As empresas privatizadas usaram dinheiro público durante a privatização e em seus financiamentos e sistematicamente não cumprem nem a lei nem os contratos e compromissos assumidos."
Waldemar James Michelutti (São José do Rio Pardo, SP)

Universidade
"José Arthur Giannotti ("Público aos pedaços", Mais!, pág. 10, 8/2) parece, como muitos defensores do fim da gratuidade nas universidades públicas, querer inventar a roda. O sistema de compensação e de redistribuição de renda mais eficiente e efetivo que existe é o tributário. Se ele não funciona, deve ser reformado. Tratar isoladamente o custeio do ensino superior, ainda que com o discurso técnico-populista de justiça social, é apenas atender de forma clara e espúria aos interesses privatistas na área educacional. A educação pública é um direito inalienável, e a gratuidade é garantida pela Constituição. O seu fim não resolve o problema de financiamento nem garante a democratização do acesso."
Marcos Marques de Oliveira (Niterói, RJ)



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