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PAINEL DO LEITOR
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ONGs
"Gostaria de manifestar minha
total concordância com a posição
de Paul Singer ("A crise das ONGs e
das políticas sociais", "Tendências/
Debates", ontem) sobre as dificuldades que o Estado brasileiro tem
de fazer convênios com as organizações não-governamentais.
Agora é o momento de este governo, tão mais próximo das demandas
do povo, legitimar a sociedade civil
com um marco legal próprio, que
atenda as especificidades do setor,
sem tentar enquadrá-lo junto a órgãos com os quais não guarda
identidade.
O governo precisa impedir a
atuação das "falsas ONGs", sem impossibilitar que ONGs autênticas,
independentemente de seu tamanho, possam assumir o seu legítimo
lugar de parceiras do Estado."
MOACIR GADOTTI (São Paulo, SP)
Dez minutos
"Será que a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo acha
que o cidadão paulista é bobo? Essa
história de colocar os dez minutos
dos intervalos entre cada aula como
parte do horário de preparação das
aulas é uma piada de mau gosto.
Como disse o autor do projeto da
lei federal, o senador Cristovam
Buarque, o governo do Estado
transformou a lei em uma farsa,
pois dez minutos não servem nem
para preparar aulas nem para corrigir provas decentemente.
É triste constatar, mais uma vez,
que a educação não tem importância nenhuma para os nossos governantes -e por isso é conduzida de
qualquer jeito."
SANDRA MARET SCOVENNA
(São Bernardo do Campo, SP)
![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
"Há cerca de 20 anos, circulavam
automóveis em São Paulo com um
adesivo com a seguinte frase: "Hei
de vencer, mesmo sendo professor".
Em vista do que os sucessivos governos do PSDB, incluindo o atual,
têm feito com a educação paulista,
um outro adesivo poderia ser feito:
"A educação há de vencer, apesar do
PSDB".
VÍTOR MÁXIMO (Guaratinguetá, SP)
A distância
"Tânia Gonçalves ("Painel do Leitor", 4/10), mestre em filosofia da
educação, mostrou-se extremamente passional ao atribuir ao governo do PSDB a responsabilidade
pela possibilidade de a USP ter cursos de graduação a distância, usando a formação de professores como
experiência.
Considerar que o PSDB avacalhou o salário dos professores e que
agora quer massificar a formação de
professores pode ser um direito,
ainda que todos saibam que a situação precária na educação vem se
instalando muito antes da existência do partido. No entanto, não é
correto contrariar a lógica dos fatos.
A USP goza de autonomia universitária e administrativa, e decisões
como essa passam necessariamente pela Congregação da Faculdade
de Educação e, posteriormente, pelo Conselho Universitário, órgãos
sobre os quais o governo do Estado
tem influência mínima.
Portanto, se a USP quiser implantar ensino a distância, será uma decisão tomada exclusivamente no
âmbito da instituição.
Curioso é que muitas das faculdades de quinta categoria, conforme a
missivista, possuem ensino a distância, sem nenhuma avaliação, e
mantêm acordos com o atual governo federal através do Prouni.
Não podemos deixar que paixões
políticas interfiram em nossas
análises."
GILDAZIO PALHA ROCHA
(São José dos Campos, SP)
![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
"Além de outros recursos educacionais, é importante poder contar
agora com a contribuição das três
universidades paulistas nas ações
democratizantes do ensino. Muitas
grandes instituições de ensino superior (como MIT, Harvard, Califórnia, Oxford, Cambridge e Londres) já oferecem cursos inteiros de
graduação e de pós-graduação on-line. E essa abordagem está longe
de ser algo novo.
Neste ano, a Universidade de
Londres comemorou 150 anos de
cursos por correspondência (a primeira geração de aprendizagem a
distância), tendo outorgado títulos
de bacharelado a pessoas que mais
tarde se destacaram na política e na
ciência, como Mahatma Gandhi,
Nelson Mandela e cinco cientistas
vencedores do Prêmio Nobel.
A educação a distância vai muito
além de aprendizagem por meio de
atividades estruturadas em formato de cursos."
FREDRIC M. LITTO , presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (São Paulo, SP)
Promotor
"Efetivamente, o senhor Thales
Schoedl cometeu um crime. Mas
crime também cometeu o próprio
Ministério Público, que deu a uma
criança de 24 anos poder, dinheiro
-um considerável salário- e uma
arma. Some-se a tudo isso um pouco de prepotência do senhor Thales
e o resultado é o fato que hoje
lamentamos.
Será que o MP instruiu o senhor
Thales sobre como usar tal arma?
Será que ele sabia manuseá-la? Provavelmente não, pois, no exame
oral feito pelo MP, certamente não
se aquilatou a personalidade do senhor Thales nem se ele tinha condições de suportar tal encargo (salário, poder, arma e uma pitada de
prepotência)."
JORGE ROBERTO AUN , advogado (São Paulo, SP)
Demissão na escola
"Gostaria de registrar que nem a
Folha, nem "O Globo", nem, sobretudo, a Escola Parque procuraram
ouvir o corpo docente dessa instituição de ensino no caso relacionado ao professor Oswaldo Teixeira.
O fato é importante, principalmente quando se leva em consideração o gabarito e a experiência pedagógica de seus profissionais, que
em grande número são mestres e
até doutores.
Se a voz dos professores fosse
mais valorizada, certamente nossa
sociedade poderia ser um pouco
mais justa, e nossa democracia,
mais plena.
Afinal, o que os professores da
Escola Parque têm a dizer sobre tudo isso?"
FLAVIO LANZARINI , professor da Escola Parque
Gávea (Rio de Janeiro, RJ)
Defensoria
"Em relação à reportagem "Mesmo morto, preso é julgado até pelo
STJ" (Cotidiano, 5/10), cabe esclarecer que a Defensoria Pública
atuou no processo referente ao réu
Afonso Benedito Severiano Júnior,
participando das audiências e realizando todos os atos processuais
que lhe cabiam, inclusive recorrendo da sentença condenatória.
O recurso interposto pela Defensoria Pública foi acolhido parcialmente na sessão de julgamento pelos desembargadores, que reduziram a pena do condenado, mas, infelizmente, após mais de um ano de
sua apresentação, depois de o réu já
ter morrido.
Assim, houve defesa em todo o
processo.
Ressalte-se que a Defensoria não
foi informada da morte do réu por
funcionários do presídio nem tampouco por familiares dele."
RENATA FLORES TIBYRIÇÁ , defensora pública, coordenadora de Comunicação Social e Assessoria de
Imprensa da Defensoria Pública do Estado
(São Paulo, SP)
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