O modelo de desenvolvimento da China continental logrou promover um crescimento espetacular do país no último quarto de século. Uma questão relevante da experiência chinesa, que serve de parâmetro para o Brasil, é a forma bem-sucedida de enfrentar a restrição externa à sua industrialização.
É verdade que a China soube explorar os conflitos geopolíticos entre os EUA e a União Soviética, bem como os conflitos comerciais entre os EUA e o Japão, obtendo crédito barato e mercado para seus produtos. Porém, parece inegável que a política econômica chinesa foi capaz de induzir o desenvolvimento do mercado interno e a promoção agressiva das exportações. Nos anos 80, sobrevieram a modernização do setor produtivo estatal, o controle do mercado de câmbio e a atração de empresas estrangeiras para as Zonas Econômicas Especiais nas áreas costeiras. Nos anos 90, foi a vez da expansão do investimento estrangeiro no país.
Esse processo parece ganhar força com a formação da "Grande China", que resulta do aprofundamento da integração da economia chinesa com Hong Kong e Taiwan. Após a entrada da China na Organização Mundial de Comércio em 2001, a unificação industrial das três economias ganhou fôlego. Segundo a revista "BusinessWeek", a China ultrapassou os EUA como maior mercado importador de produtos de Taiwan. As empresas da China continental, bem como o seu banco central, utilizam a praça financeira de Hong Kong, a mais sofisticada da Ásia, para atrair capitais.
Assim, as empresas de Taiwan e o capital financeiro de Hong Kong têm desempenhado papel decisivo para a China manter taxas de crescimento anuais acima de 7%, mesmo após perder alguns privilégios, como o acesso aos créditos do Banco Mundial. Os conflitos entre os três vão diminuindo ao passo em que se vai formando a "Grande China". E os três lados claramente se beneficiam da maior integração e cooperação.



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