Pará
"Mais essa agora! A delegada corregedora do Pará diz que a "culpa" dos estupros sofridos pela menina em cela com 20 homens foi da própria menina (""Policiais foram levados ao erro", diz delegada", Cotidiano, 6/12).
Os pobres delegados que a prenderam teriam sido induzidos a erro pela garota, que se dizia maior de idade. Ainda que isso fosse verdade, nada muda o fato de que é ilegal prender mulheres junto com homens e absolutamente ilegal prender adolescentes.
E para que serve a polícia, afinal? O que a polícia investiga se nem sequer é capaz de definir claramente a identidade e a idade de um réu? A palavra da pessoa é o único critério para a prisão? E se o réu estiver sendo coagido, se estiver mentindo para proteger alguém?
Cabe à sociedade proteger os jovens e educá-los, porque são imaturos e não têm plena consciência e controle de seus atos."
ALAN DEMANBORO (Osasco, SP)

"Lamentável a entrevista da corregedora no caso da garota L., que foi abusada por presos no Pará.
Gostaria de saber quem está tomando providências legais contra certas "autoridades", como o delegado Raimundo Benassuly e a citada corregedora, que desviam o foco da questão -a proibição de pôr mulheres e homens numa mesma cela.
Quem precisa de avaliação psicológica e também de uma avaliação profissional são esses cidadãos."
CRISTIANE PAIVA (São José dos Campos, SP)

Brasileiro
"Estive revendo os últimos dez anos de governo no Brasil e concluí que Deus é realmente brasileiro.
No final da década de 90, o país viveu um dos mais turbulentos períodos na economia em razão das crises da economia mundial (Rússia/México/Ásia). Mas, graças a Deus, tínhamos governo, que soube superar com competência essas crises.
Já de 2004 em diante o país foi bafejado pelos efeitos positivos da economia globalizada, justamente quando a competência não era a qualidade presente no governo.
Deus escreve certo por linhas tortas. Ainda bem."
RAYMOND KAPPÁZ (São Paulo, SP)

Educação no Maranhão
"O senador José Sarney, ao abordar na sua coluna de 7/12 o relatório da OCDE sobre o aprendizado dos alunos brasileiros ("Nós e os macacos", Opinião, pág. A2), deveria chegar à seguinte conclusão: "Eu sou um incompetente". Simples assim. Afinal, o Maranhão, governado por ele e sua trupe por tantos anos, obteve o pior resultado entre os demais Estados do país.
Isso se deve, está claro, ao fato de que o senador José Sarney tem outras prioridades. Por exemplo: em vez de defender a educação, prefere comemorar a absolvição do também senador Renan Calheiros."
RENAN DELLATORRE BRAGGIO CARREIRA (Curitiba, PR)

Assentamentos judeus
"No caderno Mundo 2 de 7/12, foi publicada a reportagem: "Israel retoma a construção em assentamento polêmico". Para completar o significado da fotografia vista na página, seria interessante esclarecer ao leitor a intenção dos colonos desse novo faroeste na Grande Jerusalém.
Nas placas de sinalização, os nomes das cidades escritos em árabe foram riscados brutalmente, apesar de as três línguas obrigatórias serem hebraico, árabe e inglês.
Na placa que sinaliza o nome da cidade de Ariel, os colonos acrescentaram em hebraico: "Só vingança vale"."
GERSHON KNISPEL (São Paulo, SP)

Lima Barreto
"Anteontem, em mais um previsível capítulo da insossa novela "Duas Caras", foi ao ar uma cena em que o grande Lima Barreto aparece no cemitério para dar bons conselhos a um personagem que gosta de tomar algumas a mais.
O espírito de Lima Barreto disse-lhe: "Eu era igual a você, vivia bêbado e amalucado e acabei muito mal".
Foi uma total falta de respeito com o grande Lima Barreto, que, por ignorância médica e por preconceito -pois era negro-, foi colocado em um sanatório como louco e morreu devido aos eletrochoques. O "politicamente correto" da Globo é assustador, principalmente quando se aborda o tema bebida.
Lima Barreto bebia, sim, muitas garrafas de parati, mas suscitava respeito entre os maiores escritores e intelectuais brasileiros, a ponto de o futuro expoente do modernismo Mário de Andrade ter saído de Sampa para conhecê-lo em um subúrbio carioca. Lamentável essa novela."
MARCOS JOSÉ DE ALMEIDA CARNAVAL (Brasília, DF)

Amazônia
"A transferência de terras da União para o Estado do Amapá, conforme decreto assinado por Lula em sua meteórica passagem pela região, não basta para referendar perante o mundo que a Amazônia pertence realmente ao Brasil.
Até a efemeridade da visita presidencial parece sinalizar que este governo não demonstra convicção em, de fato, se apoderar da Amazônia antes que aventureiros o façam.
Além de investimentos maciços na região, torna-se urgente um estratagema simbólico na demarcação das prioridades para a Amazônia, como a transferência periódica de toda a administração, ou pelo menos alguns ministérios, durante determinados períodos do ano, para aquela região, com ações governamentais bem visíveis.
Do jeito que a Amazônia é tratada, fica difícil convencer o mundo de que ela realmente pertence ao Brasil."
SINVALDO DO NASCIMENTO SOUZA (Rio de Janeiro, RJ)

Procon
"Não existe almoço grátis.
O Procon, instituição considerada idônea pelos cidadãos consumidores, acaba de entrar na vala comum dos órgãos públicos ineficientes e ordinários ("Líder em queixas, Telefônica promove "festinha" para Procon", Cotidiano, 7/12).
Feliz 2008, brasileiros!"
CRISTINA CATALINA CHARNIS (São Paulo, SP)

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