São Paulo, quinta-feira, 09 de dezembro de 2010

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KENNETH MAXWELL

John Lennon

Ontem foi o 30º aniversário do assassinato de John Lennon, em Nova York. Em 8 de dezembro de 1980, Lennon foi morto com cinco tiros nas costas por Mark Chapman, um jovem texano de 25 anos. Lennon estava voltando para casa, no renomado edifício Dakota, esquina da rua 72 com a avenida Central Park West.
Morreu pouco depois, no hospital Roosevelt, bem próximo ao local do crime.
Na década posterior a 1960, os Beatles transformaram a música popular. Depois de sua apresentação no programa de TV de Ed Sullivan, em 1964, nos Estados Unidos, se tornaram uma sensação internacional.
Em 1970, no entanto, Lennon e Paul McCartney tiveram um desentendimento que se tornou famoso. McCartney agora atribui a dissolução dos Beatles ao comportamento de Lennon e seus comentários negativos às "drogas". Os dois seguiram caminhos separados. Em 1971, Lennon se mudou para Nova York, aonde chegou no pico da Guerra do Vietnã, durante o governo de Richard Nixon.
Lennon não era popular entre as autoridades. Era um ativista político franco e declarado e se opunha à guerra no sudeste asiático.
Como muitas pessoas de sua geração, usava drogas: cannabis e LSD. Suas canções não tentavam disfarçar o fato.
Também declarou que "hoje os Beatles são mais populares que Jesus", alegação que não incomodou muito os fãs do grupo na Inglaterra, mas causou grande irritação aos norte-americanos. Seria desnecessário dizer que Nixon tentou conseguir sua deportação. John Lennon respondeu por meio de seu famoso "sleep-in" com Yoko Ono, em Toronto, e com o memorável verso: "Tudo que pedimos é: dê uma chance à paz".
Depois de sua morte, uma bela área do Central Park, diante do edifício Dakota, foi dedicada à sua memória. O local é visitado por milhares de fãs a cada ano.
Conhecido como "Strawberry Fields", leva o nome de uma das canções que definiram o rock psicodélico, na qual Lennon relembrava a sede do Exército da Salvação, que, no passado, ficava a um quarteirão de distância da casa onde viveu na infância em Woolton, um subúrbio de Liverpool.
Esta semana traz lembranças de um período turbulento e de uma morte prematura, violenta e desnecessária. Mas também faz recordar uma era de esperança e de contestação aos lúgubres defensores da ortodoxia e da guerra sem fim. Seria difícil imaginar John Lennon tocando na Casa Branca, mesmo em 2010 e mesmo para Barack Obama.

KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.

Tradução de PAULO MIGLIACCI



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