São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 2006

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br

Morte no Haiti
"Na ocasião da partida das tropas brasileiras para o Haiti, comentei neste espaço que a missão não tinha nada de "paz", pois nossos soldados ficariam expostos a todas as circunstâncias maléficas dada a situação que existe naquele país. Lembro-me de ter dito que entendia ser essa uma missão eminentemente política, que não nos traria resultados tão positivos, e que o governo estava fazendo cortesia com o chapéu alheio, expondo sem necessidade premente o contingente brasileiro. A morte do general Bacelar nos entristece e deixa uma lacuna nos quadros da força de paz. Indubitavelmente, é uma grande perda para um país carente de homens honrados."
João Carlos Gonçalves Pereira, subtenente da reserva (Lins, SP)

MinC x Ferreira Gullar
"Não devemos permitir que um debate de idéias se transforme em troca de epítetos depreciativos. Chamar um grande poeta de estalinista ou um governo democrático de totalitário tranca uma discussão que poderia ser rica se madura. Temos de ter cuidado com o que diz a imprensa, que, mesmo com boa vontade, não pode ser capaz de reproduzir com fidelidade o que aconteceu em um debate. Não acredito que Gullar tenha sido tão severo com as Casas da Cultura. Os atuais Pontos de Cultura, a meu ver a maior realização de Gilberto Gil como ministro, de nenhuma maneira impõem uma visão unificada da cultura. Foram criados -centenas no Brasil inteiro- dentro de centros já existentes, usando suas estruturas e respeitando os seus projetos: nada mais democrático. Não entro num debate no qual admiro os dois contendores -Gullar e Gil- e suas respectivas torcidas. Torço por um dialético empate com muitos gols de placa."
Augusto Boal, diretor teatral (São Paulo, SP)
 

"Permitam-me entrar na polêmica em torno do que disse o poeta Ferreira Gullar. Em momento difícil, no dia 27 de maio de 1937, Mussolini fundou o primeiro Ministério da Cultura no mundo desvinculado da educação, exatamente um mês depois de ter morrido o seu maior opositor em conseqüência de maus tratos na prisão. Era o "Ministero della Cultura Popolare", sucedâneo do desgastado Ministério de Imprensa e Propaganda. Na França, o Ministério da Cultura foi criado em 1959, por idéia de André Malraux, e isso é que encantou o presidente Sarney quando teve a idéia de criar o Minc. Depois da França, outros países foram criando a pasta (Dinamarca em 1961, Grécia em 1971, Canadá em 1975), mas a primazia é do mal-intencionado Mussolini. Por isso é que, quando Gilberto Gil aceitou ser Ministro da Cultura, senti profunda tristeza."
Cacildo Marques, escritor (São Paulo, SP)

STF e índios
"Foi bastante feliz o texto de Rogério Gentile publicado no sábado sobre a atuação de Nelson Jobim no Supremo Tribunal Federal ("Justiça seja feita", Opinião, pág. A2). Nelson Jobim não é o único culpado pela falta de credibilidade do Poder Judiciário, mas é hoje a pessoa que melhor representa essa situação. Discordo, porém, quando o jornalista menciona que a inclusão de artigos na Constituição foi um episódio lamentável na biografia dele. Aquele ato não causou grandes conseqüências e deverá ser lembrado nos livros de história do futuro mais como uma anedota. Lamentável mesmo foi a participação de Nelson Jobim no despejo dos índios guarani-caiuá, como noticiado na Folha do mesmo dia algumas páginas adiante. A conseqüência de sua sentença nesse caso é bem mais grave: a morte de duas crianças e de um adulto. A continuar nesse ritmo, será a morte de todo um povo. À toda hora, aparece na mídia a palavra "genocídio" para falar dos curdos, dos palestinos, dos sudaneses etc. Mas o que está acontecendo com os guarani-caiuá é a mesma coisa. Parabéns ao jornal pela abordagem desses assuntos."
Paulo Bagdonas (São Paulo, SP)

Negligência
"Na reportagem "Visto por 3 médicos, garoto morre de diabetes" (Cotidiano, pág. C4, 7/1), deparamos com a utilização indevida do nome de nossa instituição médica, "Centro Médico Cotia", credenciada na Dix Amico, como atendente de pediatria no lamentável fato ocorrido com o menor Victor Oliveira da Silva. Ocorre que o menor Victor da Silva não é paciente desta instituição, mas, sim, de outra instituição médica do município de Cotia, também credenciada na Dix Amico. Saliente-se que, na data de 2/1, esta instituição recebeu telefonema da doutora Maria Helena, diretora médica da Dix Amico, solicitando falar com o médico pediatra doutor Vagner a respeito do fato ocorrido na data de 23/12/2005. A doutora Maria Helena foi informada de que esta instituição não possui nenhum profissional médico com o nome de Vagner em seu corpo clínico. Logo em seguida, a referida doutora Maria Helena retornou a ligação, informando que havia ocorrido um equívoco com o nome da instituição que prestou o atendimento médico ao menor Victor, citando então o nome do "Instituto Médico Cotia". Assim, a reportagem publicada com a utilização indevida do nome desta instituição surpreendeu-nos, pois há 20 anos esta instituição presta serviços médicos sem ter nenhuma mácula em seu nome, sempre objetivando o bom atendimento médico."
Ariovaldo Ferreira, diretor administrativo do Centro Médico Cotia (Cotia, SP)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".
 

"O que aconteceu com o garoto Victor Oliveira da Silva, relatado em reportagem do caderno Cotidiano em 7/1, nada mais é do que o reflexo do atendimento sofrível dado aos pacientes e da remuneração que certos convênios propõem aos médicos (neste caso, em média, R$ 12). Atende-se rapidamente -e mal- para fazer volume e aumentar a renda. Sofre-se pressão para que não se solicitem exames e, quando solicitados, ou estes são negados ou criam-se barreiras para tentar dificultar a sua realização. Não há inocentes no caso. O convênio, pelo aviltamento dos honorários; e os médicos, por se submeterem a esse trabalho. Sofrem os pacientes, que não têm culpa de nada e não possuem informações suficientes para escapar dessas verdadeiras arapucas."
Marcus Vinicius M. Brasileiro, médico (São Paulo, SP)

Boas-festas

"A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Gilda Figueiredo Ferraz de Andrade (São Paulo, SP); Pedro Castro, advogado (São Paulo, SP); Pizza Hut (São Paulo, SP); 3M do Brasil (São Paulo, SP); Hotéis Othon (São Paulo, SP); Imagem Filmes (São Paulo, SP); Grupo Editorial Record (Rio de Janeiro, RJ); Hotel e Restaurante Fasano (São Paulo, SP); Calvin Klein (São Paulo, SP); Tema - Assessoria de Comunicação (São Paulo, SP).


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