São Paulo, domingo, 10 de abril de 2005

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PAINEL DO LEITOR

Papa
"Parabenizo a Folha por sua brilhante cobertura da vida, da obra da e morte do papa João Paulo 2º. Em quase oito dias, acompanhamos momentos que entrarão para a história da Igreja Católica e do mundo. Como um exemplo de humanidade e de esperança em meio a uma profunda tristeza, nasce a alegria de poder acompanhar nações reunidas, solidárias e profundamente agradecidas." Olinda França (São Paulo, SP)

"Toda homenagem ao papa será pequena diante do pontificado mais representativo de toda a igreja. Por isso o governo Lula teve motivos suficientes para levar uma grande comitiva até Roma. Os ex-presidentes e os representantes de cada religião demonstram o amadurecimento de opiniões divergentes, e isso engrandece o Brasil. Mas é um absurdo que, com tanto trabalho na Câmara, o senhor Severino Cavalcanti tenha sido convidado também, até porque o povo está cansado das polêmicas desse político que abusa de seu cargo para expressar frases inconseqüentes e absurdas. A reeleição deste governo, ao contrário do que pensam, não está garantida, pois o simples apoio a mordomias desnecessárias também caracteriza imoralidade." João Gualberto da Silva Sandoval(São Paulo, SP)

Representantes do povo
"Na prática alastrada do nepotismo, os representantes do povo se ocupam de artimanhas políticas para se locupletarem. Malversam o dinheiro público no intuito de encherem seus bolsos e os seus egos. Disfarçam em palavras bonitas a incompetência de administradores por eles indicados. Enganam, mentem, camuflam. Até quando o povo brasileiro, esse corpo amorfo, lânguido, manso e acomodado, dormirá em seu galinheiro sitiado pelas raposas?" Eduardo Henrique de Souza (Guarujá, SP)

Guerra fiscal
"CUT recorre à Mercedes na Alemanha" (Dinheiro, 7/4). É nisso que dá a guerra fiscal entre os Estados, estimulada pelas grandes empresas com o intuito de lucrar e de obter vantagem sobre o Estado e facilitada por políticos corruptos e demagogos, que lançam a idéia de que a isenção fiscal para tais empresas traria empregos. Dão a essas empresas décadas de isenções de impostos e um monte de vantagens (terreno, infra-estrutura, luz, água, mão-de-obra barata etc.). Aí, quando acaba o período de isenção ou os lucros obtidos não são os esperados, simplesmente as empresas abandonam o barco e deixam o prejuízo para o Estado. Aí as perdas são socializadas." Márcio Gaspar de Almeida (São Paulo, SP)

Estradas
"Aproveitando o conteúdo, infelizmente verdadeiro, do artigo do senhor Clésio Andrade ("O transporte sem rumo", "Tendências/Debates", 8/4), a Folha poderia prestar mais outro belo exemplo de cidadania e publicar uma série de reportagens contundentes e comparativas sobre o caos e o descaso nas nossas BRs. Minas Gerais é o exemplo maior da principal causa dessa irresponsabilidade: o desmonte de órgãos importantes como o DNER e a Polícia Rodoviária Federal." Maurílio Angelo Soares(Belo Horizonte, MG)

Drogas
"No artigo "Guerra perdida" (Ilustrada, 2/4), Drauzio Varella sugere que os recursos destinados ao Plano Colômbia deveriam ser empregados em programas de redução da demanda nos EUA. Segundo a Estratégia Nacional Anti-Narcóticos dos EUA, no ano fiscal de 2005, o governo federal destinou 41% das verbas de combate às drogas a programas de educação, tratamento e prevenção. Os governos estaduais e municipais também investiram somas significativas na redução da demanda. Em relação ao Plano Colômbia, o Escritório Nacional da Política de Controle de Drogas dos EUA (ONDCP) descobriu que a erradicação de plantações de coca e a interdição de laboratórios de processamento e de produção final reduzem a lucratividade do cultivo da folha de coca. De acordo com o ONDCP, o padrão de declínio na produção foi mantido na região, onde o cultivo total nas áreas mensuradas dos três países produtores de coca (Colômbia, Peru e Bolívia) vem sendo significativamente reduzido desde 2001. Esse declínio desmente o chamado "efeito balão", segundo o qual quedas na produção em um país são compensadas por aumentos no país vizinho. Pequenos aumentos no cultivo na Bolívia foram compensados por uma redução comparável de cultivo no Peru e declínio de produção potencial na Colômbia, apesar da área cultivada de coca no país entre 2003 e 2004 ter permanecido estatisticamente inalterada. A produção total de cocaína na região andina caiu cerca de 30% desde o apogeu de 900 toneladas em 2001, quando o Plano Colômbia começou a ser implementado. O Plano Colômbia é uma parte bem-sucedida da estratégia antidrogas do governo dos Estados Unidos para reduzir a demanda e a oferta de narcóticos." Jennifer Bullock, adida de imprensa do Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo (São Paulo, SP)

Nem no Rio nem no interior
"Considerei preconceituosa a forma como o colunista Nelson Motta concluiu o seu artigo de 8/4 ("O garotismo em marcha", Opinião). Diz o articulista: "Um dos melhores efeitos de uma desfusão do Estado e da cidade seria isolar o garotismo no interior e devolver o Rio aos cariocas". Acredito que, num país onde pessoas que têm acesso a uma boa formação se colocam dessa forma, qualquer possibilidade de desenvolvimento e de progresso está destruída. Como no interior há muita pobreza e a formação é de má qualidade, as pessoas que aí vivem são facilmente manipuladas pelas políticas assistencialistas e são induzidas a uma escolha política pouco racional, contribuindo para a eleição de políticos no estilo Garotinho. Se o garotismo é formado por maus políticos, estes não poderiam ocupar o poder nem no Rio, nem no interior, nem em lugar nenhum. O debate deve ir além das divisões territoriais e sociais. A idéia de mostrar o quanto é capaz o casal Garotinho para se manter no poder é válida. O que não é válido é menosprezar as pessoas que moram no interior, porque elas são tão -ou até mais- vítimas desse jogo político quanto os moradores da capital." Erivan Leandro Gomes da Silva (Belford Roxo, RJ)

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