|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Editoriais
editoriais@uol.com.br
Tratado da Antártida, 50
A PRESENÇA da secretária de
Estado dos EUA, Hillary
Clinton, na sessão comemorativa dos 50 anos do Tratado
da Antártida, segunda-feira, dá
bem a medida da importância
desse acordo internacional único. A fragmentação da plataforma de gelo Wilkins, dois dias antes, só veio dramatizar a ameaça
que ronda os polos.
Adotado em plena Guerra Fria
por 12 nações com presença e interesses no continente, o tratado
congelou reivindicações territoriais. Estipulou que a região seria
devotada à pesquisa científica e à
preservação ambiental. O acordo
já conta com 47 países, inclusive
o Brasil.
"O tratado é um modelo para o
tipo de cooperação internacional
que será mais e mais necessária
para enfrentar os desafios do século 21", disse Hillary. "Explorar
nosso planeta e proteger seu futuro são tarefas grandes demais
para um só país assumir."
O evento marcou também a
conclusão do Ano Polar Internacional, esforço de pesquisa de 64
nações. E, ainda, a primeira sessão conjunta da Reunião Consultiva do Tratado da Antártida com
o Conselho Ártico.
Trata-se de um ato mais simbólico, mas positivo, pois no momento as tensões polares convergem para o norte. O paulatino
derretimento da camada de gelo
sobre o oceano Ártico, dado como efeito do aquecimento global, abre a perspectiva de exploração comercial (navegação) e
mineral (petróleo) e, assim, de
disputas. O ideal é que prevalecesse no polo Norte o mesmo
modelo adotado na Antártida.
Menos promissor é o processo
que deveria produzir em 2009
um acordo internacional para
enfrentar a mudança climática e
suceder ao Protocolo de Kyoto.
Apesar da reviravolta política
nos EUA, as tratativas não avançam. Que em 50 anos haja um
acordo comparável ao da Antártida para celebrar.
Texto Anterior: Editoriais: BB do PT Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: Chega de lendas, vamos aos fatos Índice
|