São Paulo, sexta-feira, 10 de abril de 2009

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Editoriais

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Tratado da Antártida, 50

A PRESENÇA da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, na sessão comemorativa dos 50 anos do Tratado da Antártida, segunda-feira, dá bem a medida da importância desse acordo internacional único. A fragmentação da plataforma de gelo Wilkins, dois dias antes, só veio dramatizar a ameaça que ronda os polos.
Adotado em plena Guerra Fria por 12 nações com presença e interesses no continente, o tratado congelou reivindicações territoriais. Estipulou que a região seria devotada à pesquisa científica e à preservação ambiental. O acordo já conta com 47 países, inclusive o Brasil.
"O tratado é um modelo para o tipo de cooperação internacional que será mais e mais necessária para enfrentar os desafios do século 21", disse Hillary. "Explorar nosso planeta e proteger seu futuro são tarefas grandes demais para um só país assumir."
O evento marcou também a conclusão do Ano Polar Internacional, esforço de pesquisa de 64 nações. E, ainda, a primeira sessão conjunta da Reunião Consultiva do Tratado da Antártida com o Conselho Ártico.
Trata-se de um ato mais simbólico, mas positivo, pois no momento as tensões polares convergem para o norte. O paulatino derretimento da camada de gelo sobre o oceano Ártico, dado como efeito do aquecimento global, abre a perspectiva de exploração comercial (navegação) e mineral (petróleo) e, assim, de disputas. O ideal é que prevalecesse no polo Norte o mesmo modelo adotado na Antártida.
Menos promissor é o processo que deveria produzir em 2009 um acordo internacional para enfrentar a mudança climática e suceder ao Protocolo de Kyoto. Apesar da reviravolta política nos EUA, as tratativas não avançam. Que em 50 anos haja um acordo comparável ao da Antártida para celebrar.


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