São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2006

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Banco Central
"O Banco Central esclarece que o senhor Marcos Valério de Souza nunca foi funcionário ou trabalhou nessa instituição, diferentemente do que informou ontem quadro na página A4 (Brasil)."
Jocimar Nastari, assessor de imprensa do Banco Central do Brasil (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".

Fundos de pensão
"A respeito de comentários de ontem na coluna de Janio de Freitas (Brasil), ofereço as seguintes informações. De forma pública, inclusive para os parlamentares no âmbito da CPMI dos Correios, já expressei que as indicações dos presidentes da Funcef e da Previ não foram de minha responsabilidade -embora, se tivessem sido, eu teria absoluta tranqüilidade em assumi-las. No caso da Petros, ao ser consultado durante o gabinete de transição, em 2002, afirmei que o senhor Wagner Pinheiro reunia atributos técnicos, padrões éticos e conhecimento especializado em previdência complementar. Acrescento que os três maiores fundos de pensão foram objeto de intensa investigação nos últimos meses. Nada foi constatado que comprometesse a lisura e o profissionalismo de tais entidades. Por outro lado, fui vítima de espionagem -ato sórdido e ilegal-, praticada por grupos empresariais inescrupulosos, no contexto do maior conflito societário do capitalismo brasileiro, que opôs os fundos de pensão que mereceram meu apoio às manobras ilegais do Opportunity e do senhor Daniel Dantas. Um dos desdobramentos dessa disputa foram as acusações mentirosas do senhor Henrique Pizzolato, que acumulava a presidência do conselho deliberativo da Previ e diretoria de marketing do Banco do Brasil. Ao se alinhar ao Opportunity e colocar-se em posição contrária às reivindicações defendidas pelos fundos de pensão, o senhor Pizzolato, de forma orquestrada e servindo de instrumento para o mencionado grupo empresarial, difundiu insistentes e falsas versões sobre minha conduta. Ao me atacar, buscava minar, dentro do governo, o apoio político que sempre emprestei à legítima e histórica reivindicação dos trabalhadores associados a fundos de pensão. As declarações mentirosas do senhor Pizzolato acabaram sendo a base da denúncia apresentada pelo Ministério Público ao STF, instância na qual os fatos serão examinados à luz da verdade."
Luiz Gushiken, chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (Brasília, DF)

Álcool
"Muito esperto o nobre senador norte-americano Richard Lugar ao elogiar nossa tecnologia de motores flex e sugerir a exportação de álcool para fazer rodar os carrões na sua terra ("EUA e Brasil: começar pela energia", "Tendências/Debates", 7/5). Nós achamos que estamos fazendo um grande negócio exportando um combustível não-poluente (durante o uso) para que eles melhorem a sua qualidade do ar e rompam a sua dependência do petróleo enquanto aqui nós arcamos com o lado menos ecológico da produção do etanol. Substituímos as poucas áreas preservadas do Sul-Sudeste por mais monocultura de cana, degradamos o solo e a água com insumos químicos e a atmosfera com queimadas na época da colheita, aumentamos o contingente de subempregados bóias-frias e o fluxo de perigosos treminhões nas nossas estradas, tudo isso para beneficiar não mais que uns poucos usineiros já amplamente contemplados com proteção política. No fim de seu artigo, ele ainda sugere que compartilhemos (dar de "mão beijada" seria um melhor termo) nossa tecnologia com outros países, "particularmente os países em desenvolvimento". Realmente, "muy amigo"."
Fernando L. Raeder (Costa Marques, RO)

Energia hídrica
"Fiquei surpreso com a forma simplista como o senhor Antônio Ermírio de Moraes abordou a questão da energia hídrica em seu artigo de domingo passado. Desconsiderando os impactos sociais na região, o senhor Antônio Ermírio menciona que temos quase 20% da água doce do mudo, mas a maior parte dessa água está na bacia amazônica, ou seja, numa extensa planície. E seria preciso alagar uma imensa área florestal para produzir pouca energia (em comparação ao impacto ambiental gerado). Além disso, os rios amazônicos carregam uma grande quantidade de sedimentos, o que causa rápido acúmulo nas barragens, reduzindo muito a capacidade de gerar energia de uma forma eficiente e rentável. Pensar em outras formas de obter energia -como a exploração das reservas de gás da bacia de Santos ou mesmo uma renegociação do preço do gás com a Bolívia- é agir de forma muito mais estratégica e desenvolvimentista."
William Matiazzi, seção de herpetologia do Museu de Zoologia da USP (São Paulo, SP)

STF
"Chega a ser vexatória a atuação do STF na concessão de liminares que impedem a investigação dos agentes petistas nos casos em que seus nomes são citados com veemência. Ontem, em mais uma dessas intervenções por meio de liminares, o STF obrigou o Ministério Público de São Paulo a suspender sua investigação criminal sobre o ex-ministro José Dirceu no caso Santo André. Até quando teremos que engolir esse tipo de atitude? Vivemos num pais onde um ladrão de xampu de mercadinho de periferia vai para a cadeia e os grandes contraventores não podem nem sequer ser investigados. Por falar nisso, e o sigilo do senhor Paulo Okamotto?"
Paulo Cesar Motta Barbosa (Ribeirão Preto, SP)

Outra vez
"Assim como Chico Buarque, todos aqueles comprometidos com as mudanças em curso -e com as que ainda estão por vir- no Brasil deverão votar em Lula outra vez. Não há, no espectro político brasileiro, um candidato à esquerda de Lula capaz de concorrer à eleição em condições de vencê-la. Portanto, além de Lula, não há escolha. Votar no candidato da oposição conservadora é contribuir para um retrocesso indesejável para o Brasil. É hora de os eleitores serem realistas. Não podem cair na propaganda desavergonhada da oposição conservadora neoliberal. Essa gente já mostrou a que veio."
José Lourenço Cindra (Guaratinguetá, SP)

Professor
"Sou professor há 31 anos -contra a vontade de mamãe. Passei 12 anos no ensino público e privado de Minas, sempre perdendo salário. Fiz mestrado e doutorado, entrei para a universidade pública. Continuei perdendo. Só com FHC, foram oito anos sem reajuste, a inflação comendo o salário. Hoje, trabalho na formação de professores. Para não ser cínico, sou obrigado a dizer aos alunos, alguns tão idealistas quanto eu fui: "Preparem-se para uma vida medíocre". Isso posto, quero apenas reiterar as palavras do colega Francisco Gentile, professor do Rio de Janeiro, publicadas no dia 6/5 : "Nenhum projeto educacional de porte poderá dar certo com professores mal remunerados, desmotivados e, em algumas situações, desesperados". Obrigado."
Eduardo José Tollendal (Uberlândia, MG)


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