São Paulo, domingo, 10 de maio de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Saúde
"Os artigos que respondem à oportuna pergunta da Folha deste sábado ("A judicialização do acesso à saúde contraria os princípios do SUS?') simplesmente reafirmam o impasse que se tornou o principal obstáculo à solução desse intrincado problema. De um lado, o "mundo jurídico", cego ao fato da escassez de recursos, clama ingenuamente que "a saúde prevalece sobre o orçamento", como se fosse possível criar recursos por ordem judicial! Do outro, o "mundo da saúde pública" insiste que a destinação dos recursos escassos da saúde é questão "eminentemente técnica", na qual o Judiciário não deve jamais interferir.
Ambos os "mundos" estão equivocados, e a solução do impasse exige o reconhecimento de que a escassez de recursos implica questão de ordem eminentemente ética: como distribuir de forma justa os recursos da saúde? Essa importante e complexa questão, que envolve escolhas trágicas de vida e morte, deve ser enfrentada em conjunto pela sociedade como um todo, incluindo juízes e técnicos da saúde, num diálogo aberto e democrático."
OCTÁVIO LUIZ MOTTA FERRAZ , professor de direito da Universidade de Warwick (Coventry, Reino Unido)

Judiciário
"É inaceitável que a Febraban banque um encontro de juízes do Trabalho num resort de luxo, na Bahia (Brasil, 9/5). Não terão a mínima imparcialidade e isenção esses magistrados que viajaram com seus familiares, com tudo pago pela Febraban, para julgar casos que envolvam a Febraban. É imoral e antiético esse tipo de procedimento.
A Febraban não dá nada de graça pra ninguém e vai querer receber retorno pelo investimento feito."
RENATO KHAIR (São Paulo, SP)

Esporte
"Escrevo pela surpresa que tive ao ler na sexta-feira pela manhã a reportagem "CBF ajuda Itaú com dinheiro dos clubes" (Esporte, D1).
Informativa e interessante, a reportagem, alinhada ao espírito investigativo da Folha, procura descrever todos os aspectos ligados à segurança do torcedor nos estádios no que tange à cobertura obrigatória de seguros. No entanto, o enredo todo termina em uma acusação grave a uma das maiores instituições financeiras do país, que tem o histórico de apoiar o maior campeonato de futebol do mundo, o "Brasileirão", há duas décadas.
Fomos a primeira empresa a apoiar a candidatura brasileira para sediar a Copa do Mundo de 2014. E no momento em que se abatia sobre o mundo uma grave crise econômica, anunciamos o patrocínio à seleção brasileira de futebol, orgulho nacional. Olhamos para o futuro. Acreditamos que teremos em 2014 um país melhor. E a Copa contribuirá para isso.
O patrocínio tem, sim, objetivos comerciais e de exposição de marca, mas vai muito além, pois faz parte da nossa política de investimentos, focada em esporte, cultura e educação. A relação contratual que permite o apoio à seleção brasileira é responsável e séria, em linha com os padrões éticos que sempre nortearam a instituição. O contrato citado na reportagem mantém as mesmas condições anteriormente contratadas. Não fomos nem somos oportunistas.
Minha preocupação é não deixar que o tom acusatório colocado no título ofusque esse trabalho. Ele extrapola o texto, vende um conteúdo que o leitor não encontra ao longo da reportagem. Esta minha manifestação está alinhada ao debate democrático que a Folha nos propicia diariamente. Suas reportagens atentas e investigativas já fazem parte do nosso dia-a-dia. Por saber que será bem aceita dentro do ambiente de Redação, compartilho esta minha reflexão."
ZECA RUDGE , vice-presidente-executivo do Itaú Unibanco S.A. (São Paulo, SP)

Alfredo Nagib
"Alfredo Nagib faleceu no dia 4 de maio último, aos 99 anos, de pneumonia. Faltavam poucos meses para que completasse 100 anos. Teve uma vida admirável em todos os sentidos. A nota publicada na Folha a seu respeito não faz jus ao que esse homem realmente foi.
Alfredo foi pioneiro da televisão brasileira, tendo iniciado sua carreira jornalística no rádio e, dando sequência ao seu trabalho, integrou a primeira equipe de noticiário quando a televisão chegou ao Brasil, pela rede Tupi. Tinha um estilo inovador de transmitir as informações, o que lhe valeu o título de "locutor-manchete", a voz que todos aguardavam com as últimas notícias por várias décadas, marcadamente no auge da Segunda Guerra.
Alfredo dedicou-se ao direito na segunda metade da vida. Primeiro, como vogal na Justiça do Trabalho, como representante do Sindicato dos Jornalistas, um ramo em que se tornou especialista e ao qual dedicou seu primeiro livro, o primeiro jamais escrito sobre o assunto, "Os Vogais na Justiça do Trabalho".
Formou-se em direito pela Faculdade Paulista de Direito, da PUC-SP, no ano de 1964. A seguir, com especialização trabalhista, tornou-se um brilhante advogado e professor universitário. Seu livro "O Direito do Trabalho" foi amplamente adotado em várias universidades. Encantou-se profundamente com o direito e considerava seu escritório um verdadeiro templo. Jamais tirou férias.
Durante sua longa vida, atuou em muitas frentes. Na mocidade, foi o galã do filme "A Um Passo da Glória", dirigido por Pinto Filho, em 1953, com a atriz prodígio Sônia Maria Dorse. Estrelou algumas das primeiras telenovelas brasileiras e foi um atleta de destaque em salto com vara pelo clube Paulistano.
Modestíssimo, jamais contou vantagem sobre suas muitas realizações. Amava profundamente sua esposa, Munira, com quem teve quatro filhos e esteve casado por 55 anos. Foi um homem realizador e muito à frente do seu tempo."
LUIZ GONZAGA BERTELLI , presidente-executivo do Centro de Integração Empresa-Escola -CIEE (São Paulo, SP)

Reforma política
"Estou começando a ouvir vozes reais ordenando meu silêncio total.
Elas avisam que a minha opinião não vale nada. Eu penso, estudo, trabalho, voto, pago impostos, mas não tenho opinião. Estou apavorado com a descoberta da minha total inutilidade. O deputado Sérgio Moraes diz que está se lixando para a minha opinião. Agora o presidente do STF, Gilmar Mendes, me chama de "sujeito da esquina". Quem sou eu, afinal? Só existo como coisa pública para pagar impostos? Descobri que penso, mas não existo."
WILSON GORDON PARKER (Nova Friburgo, RJ)

 

"Quando vemos no Congresso escândalos sobre escândalos, com alguns envolvidos simulando choro ao discursar, alegando arrependimento, enquanto outros dizem que estão se lixando para a opinião pública, porque se reelegem do mesmo jeito, devemos pensar e acabar com as reeleições. Se olharmos os componentes do Congresso, veremos que todas essas benesses foram idealizadas por raposas incrustadas no poder há várias legislaturas: criaram para si todas as mordomias. O cidadão tem em suas mãos uma arma simples para acabar com isso: não reeleger ninguém."
MELCHIOR MOSER (Timbó, SC)

Exército
"Se o pessoal não consegue evitar que dois homens armados roubem o posto do Bradesco que fica no subsolo do Quartel-General do Exército, em Brasília, para que serve o Exército? Se fosse no subsolo de um Quartel-Cabo, ainda vá lá..."
ROBERTO ANTONIO CÊRA (Piracicaba, SP)

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