São Paulo, domingo, 10 de junho de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Escândalos
"Ao ler as colunas de quinta-feira de Clóvis Rossi ("A corrupção e a agenda'), Valdo Cruz ("Ligações perigosas') e Carlos Heitor Cony ("Seria uma pena'), cujo fio condutor comum é a indignação e a angústia diante da quantidade de escândalos do governo Lula, impressiona ver a capacidade de atração de amigos-parentes-colaboradores-problemas que gravitam em torno do presidente. Qual será a razão? Ao PT, outrora guardião da ética e dos costumes na famigerada política nacional, bastou chegar ao poder para desmoralizar até os escândalos. Uma coisa é certa: Lula foi blindado de forma a que nada chegue até ele. Agora é esperar pelo próximo escândalo, que, com certeza, virá."
LUIZ THADEU NUNES E SILVA (São Luís, MA)
 

"Que autoridade tem Roberto Jefferson para escrever na Folha ("O Brasil está doente", "Tendências/Debates", 6/6) para rediscutir o papel do Estado, parlamentarismo, reforma política e fidelidade partidária, sendo ele do PTB, um dos partidos mais "vendidos" da democracia brasileira? Jefferson somente fez as denúncias sobre o mensalão porque suas possibilidades de "mando e ganhos" no governo Lula foram banidas por José Dirceu."
ROBERTO MACHADO (Goiânia, GO)
 

"Para usar o bordão da moda: nunca na história deste país a justiça foi distribuída de forma tão equilibrada, isenta e democrática. Qualquer brasileiro deve ficar exultante com nossas instituições republicanas com a notícia de que foi preso o diarista José Roberto Pereira, 36 anos. Seu crime: ter furtado cinco galinhas de um sítio da cidade de Guarani D'Oeste, a 580 km de São Paulo. Foi condenado, pelo juiz Heitor Katsume Miura, da Comarca de Fernandópolis, a cumprir um ano, seis meses e 20 dias de reclusão e a pagar multa de R$ 50. Alegou o criminoso que "estava desempregado e sem dinheiro para comprar comida". Associar esse episódio a mensalões, sanguessugas, superfaturamentos, dólares em cuecas e privatizações nos faz vomitar de júbilo por este país."
CLARILTON RIBAS , professor da Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis, SC)

Bebida
"Indignação é pouco em relação às declarações publicadas na Entrevista da 2ª de 4/6, com o presidente do Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária. Faço alguns comentários. 1. "Dramática" é a situação da maioria da população brasileira, e não a dos fabricantes; 2. A liberdade comercial deve valer também para produtos nocivos ao consumidor?; 3. A restrição à propaganda é apenas "um" dos enfoques do combate ao consumo excessivo de álcool; 4. Entende-se que a bebida envolva uma questão cultural e daí a sua legalidade, mas afirmar que é "seguro para o consumidor" é ir longe demais. Sobre "educar os 5% ou 10%" (da população), lembro ao senhor Leifert que, pela referida pesquisa, esses 5% a 10% enfrentam problemas de saúde em relação ao álcool -o que já não seria pouco-, mas não estão incluídos nesse percentual os malefícios causados aos respectivos familiares nem os casos de abuso de consumo. Não é uma questão de "educar 5% ou 10 %", é uma questão de acordar a sociedade."
LUIZA MARIA DE ALMEIDA GARCIA (São Paulo, SP)

USP
"As palavras de meu colega Paulo Olivato, professor titular do Instituto de Química da USP, nesta seção, no dia 8 passado, deixaram-me perplexa. Um cientista jamais poderia falar sem provas concretas. Como professora da instituição há 25 anos, posso não defender a ocupação, mas defendo os meus alunos. Olivato deveria ir à reitoria e retirar sua leviana e inverídica afirmação de "depredação". Como cientista, como co-responsável pela instituição e por seus alunos, como cidadã, lá estive: todas as obras de arte foram retiradas das paredes e guardadas; todas as palavras de ordem e avisos foram escritos sobre papel; nenhuma parede foi riscada; não circulam bebidas alcoólicas; ninguém consome alimentos nos corredores. A limpeza, inclusive dos sanitários, é bem mais digna do que aquela de minha faculdade, paga a peso de ouro a empresa terceirizada. Nossos alunos demonstram, por gestos, o que meu colega Olivato demonstra com suas palavras: eles, principal capital da universidade, são ignorados. Seus gestos registram barbárie, sim, mas a barbárie de nosso imobilismo e falta de diálogo. Um Simão Mathias, saudoso professor de química, teria tido o bom senso de ir à reitoria antes de se pronunciar."
MARLENE SUANO , professora doutora do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (São Paulo, SP)

Etanol
"Essa corrida do grande capital pelo etanol brasileiro é preocupante. Lula abanou esse fogo de histeria. A reação é efeito do aquecimento global. A preocupação não é a vida, mas os lucros. Estamos assistindo a um Estado que não foi estruturado para fiscalizar. As leis e punições são benevolentes com os poderosos. O primeiro desastre já começou: especulação das terras. O segundo, pode estar a caminho: invasão indiscriminada de matas e florestas."
ANTONIO NEGRÃO DE SÁ (Rio de Janeiro, RJ)

Venezuela
"Acho que alguém da Venezuela fez uma condenação sem julgamento, pois negou a renovação da concessão de um canal de TV acusando-o de praticar crime de incentivo a golpe. Se crime houve ou não, quem deveria julgar isso é o Poder Judiciário, e não um indivíduo só, que ainda por cima teria praticado crime semelhante -e ainda pior- antes. Muitos acham que, já que alguém do governo é que dá a concessão, ele pode retirá-la a qualquer momento, sem julgamento. Isso é muito pior que censura, pois se afigura ameaça constante contra uma empresa construída com muito suor. Como fica a liberdade de opinião, assegurada pela Constituição, se não se tem uma garantia mínima?"
KEIDI UJIKAWA (Araraquara, SP)

Socorro
"Sobre o artigo de Gilberto Dimenstein de 5/6 na Folha Online ("Socorro'), estranhei o espanto das autoridades. Há muito sabemos das doenças que impedem que estudantes progridam na escola. Há muito professoras lutam, não só por salários, mas também por condições dignas de trabalho. Há muito chamam a atenção para crianças maltratadas pela vida. O que fizeram até hoje as autoridades espantadas pelas condições de saúde das crianças?"
MODESTA TRINDADE THEODORO, professora aposentada (Belo Horizonte, MG)

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