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Escândalos
"Ao ler as colunas de quinta-feira
de Clóvis Rossi ("A corrupção e a
agenda'), Valdo Cruz ("Ligações perigosas') e Carlos Heitor Cony ("Seria uma pena'), cujo fio condutor
comum é a indignação e a angústia
diante da quantidade de escândalos
do governo Lula, impressiona ver a
capacidade de atração de amigos-parentes-colaboradores-problemas que gravitam em torno do presidente. Qual será a razão?
Ao PT, outrora guardião da ética e
dos costumes na famigerada política nacional, bastou chegar ao poder
para desmoralizar até os escândalos. Uma coisa é certa: Lula foi blindado de forma a que nada chegue
até ele.
Agora é esperar pelo próximo escândalo, que, com certeza, virá."
LUIZ THADEU NUNES E SILVA (São Luís, MA)
"Que autoridade tem Roberto
Jefferson para escrever na Folha
("O Brasil está doente", "Tendências/Debates", 6/6) para rediscutir
o papel do Estado, parlamentarismo, reforma política e fidelidade
partidária, sendo ele do PTB, um
dos partidos mais "vendidos" da democracia brasileira?
Jefferson somente fez as denúncias sobre o mensalão porque suas
possibilidades de "mando e ganhos"
no governo Lula foram banidas por
José Dirceu."
ROBERTO MACHADO (Goiânia, GO)
"Para usar o bordão da moda:
nunca na história deste país a justiça foi distribuída de forma tão equilibrada, isenta e democrática.
Qualquer brasileiro deve ficar
exultante com nossas instituições
republicanas com a notícia de que
foi preso o diarista José Roberto
Pereira, 36 anos. Seu crime: ter furtado cinco galinhas de um sítio da
cidade de Guarani D'Oeste, a 580
km de São Paulo. Foi condenado,
pelo juiz Heitor Katsume Miura, da
Comarca de Fernandópolis, a cumprir um ano, seis meses e 20 dias de
reclusão e a pagar multa de R$ 50.
Alegou o criminoso que "estava desempregado e sem dinheiro para
comprar comida".
Associar esse episódio a mensalões, sanguessugas, superfaturamentos, dólares em cuecas e privatizações nos faz vomitar de júbilo
por este país."
CLARILTON RIBAS , professor da Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis, SC)
Bebida
"Indignação é pouco em relação
às declarações publicadas na Entrevista da 2ª de 4/6, com o presidente do Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária.
Faço alguns comentários.
1. "Dramática" é a situação da
maioria da população brasileira, e
não a dos fabricantes; 2. A liberdade
comercial deve valer também para
produtos nocivos ao consumidor?;
3. A restrição à propaganda é apenas "um" dos enfoques do combate
ao consumo excessivo de álcool; 4.
Entende-se que a bebida envolva
uma questão cultural e daí a sua legalidade, mas afirmar que é "seguro
para o consumidor" é ir longe demais.
Sobre "educar os 5% ou 10%" (da
população), lembro ao senhor Leifert que, pela referida pesquisa, esses 5% a 10% enfrentam problemas
de saúde em relação ao álcool -o
que já não seria pouco-, mas não
estão incluídos nesse percentual os
malefícios causados aos respectivos
familiares nem os casos de abuso de
consumo. Não é uma questão de
"educar 5% ou 10 %", é uma questão
de acordar a sociedade."
LUIZA MARIA DE ALMEIDA GARCIA (São Paulo, SP)
USP
"As palavras de meu colega Paulo
Olivato, professor titular do Instituto de Química da USP, nesta seção, no dia 8 passado, deixaram-me
perplexa. Um cientista jamais poderia falar sem provas concretas.
Como professora da instituição
há 25 anos, posso não defender a
ocupação, mas defendo os meus
alunos.
Olivato deveria ir à reitoria e retirar sua leviana e inverídica afirmação de "depredação". Como cientista, como co-responsável pela instituição e por seus alunos, como cidadã, lá estive: todas as obras de arte
foram retiradas das paredes e guardadas; todas as palavras de ordem e
avisos foram escritos sobre papel;
nenhuma parede foi riscada; não
circulam bebidas alcoólicas; ninguém consome alimentos nos corredores.
A limpeza, inclusive dos sanitários, é bem mais digna do que aquela de minha faculdade, paga a peso
de ouro a empresa terceirizada.
Nossos alunos demonstram, por
gestos, o que meu colega Olivato demonstra com suas palavras: eles,
principal capital da universidade,
são ignorados. Seus gestos registram barbárie, sim, mas a barbárie
de nosso imobilismo e falta de diálogo.
Um Simão Mathias, saudoso professor de química, teria tido o bom
senso de ir à reitoria antes de se
pronunciar."
MARLENE SUANO , professora doutora do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (São Paulo, SP)
Etanol
"Essa corrida do grande capital
pelo etanol brasileiro é preocupante. Lula abanou esse fogo de histeria. A reação é efeito do aquecimento global. A preocupação não é a vida, mas os lucros.
Estamos assistindo a um Estado
que não foi estruturado para fiscalizar. As leis e punições são benevolentes com os poderosos. O primeiro desastre já começou: especulação das terras. O segundo, pode estar a caminho: invasão indiscriminada de matas e florestas."
ANTONIO NEGRÃO DE SÁ (Rio de Janeiro, RJ)
Venezuela
"Acho que alguém da Venezuela
fez uma condenação sem julgamento, pois negou a renovação da concessão de um canal de TV acusando-o de praticar crime de incentivo
a golpe. Se crime houve ou não,
quem deveria julgar isso é o Poder
Judiciário, e não um indivíduo só,
que ainda por cima teria praticado
crime semelhante -e ainda pior-
antes.
Muitos acham que, já que alguém
do governo é que dá a concessão, ele
pode retirá-la a qualquer momento,
sem julgamento. Isso é muito pior
que censura, pois se afigura ameaça
constante contra uma empresa
construída com muito suor.
Como fica a liberdade de opinião,
assegurada pela Constituição, se
não se tem uma garantia mínima?"
KEIDI UJIKAWA (Araraquara, SP)
Socorro
"Sobre o artigo de Gilberto Dimenstein de 5/6 na Folha Online
("Socorro'), estranhei o espanto das
autoridades. Há muito sabemos das
doenças que impedem que estudantes progridam na escola. Há
muito professoras lutam, não só
por salários, mas também por condições dignas de trabalho. Há muito chamam a atenção para crianças
maltratadas pela vida.
O que fizeram até hoje as autoridades espantadas pelas condições
de saúde das crianças?"
MODESTA TRINDADE THEODORO, professora aposentada (Belo Horizonte, MG)
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