São Paulo, sábado, 10 de julho de 2004

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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

Vida religiosa celebra jubileu

Este é o ano jubilar, em que se comemoram 50 anos de fundação da Conferência dos Religiosos no Brasil (CRB).
A CRB nasceu sob a inspiração do Congresso Multinacional dos Religiosos, convocado pelo Papa Pio 12 em Roma (1950), e sob o dinamismo da criação da CNBB, em 1952. Reuniram-se no Rio de Janeiro, em 11 de fevereiro de 1954, os Superiores e Superioras maiores de ordens e congregações religiosas e das sociedades de vida apostólica. Estavam presentes 1.800 membros dos institutos.
A CRB foi fundada para ser elo de unidade entre os institutos -femininos e masculinos-, veículo de compreensão e ajuda mútua, articuladora de atividades num plano comum e dinamizadora dos carismas próprios a serviço da Igreja. Cabe ainda à CRB ser organismo representativo da vida religiosa do Brasil na Sé Apostólica bem como na CNBB e nos demais organismos eclesiais. À CRB compete também o diálogo e a colaboração com as conferências de outros países e em especial com a Clar -Confederação Latino-Americana de Religiosos- e com a União de Superiores Gerais,
Nestes 50 anos, a CRB multiplicou suas iniciativas e serviços na fidelidade ao Evangelho e na comunhão eclesial, incentivando, no seio das Igrejas particulares, o apelo à santidade, à vida comunitária, à dimensão profética e à colaboração entre institutos e o zelo missionário. Atualmente, a CRB se organiza em 20 regionais. São 35.600 religiosas, pertencentes a 452 ordens e congregações, e 11.456 religiosos, sendo 7.627 clérigos e 3.829 irmãos leigos. Mais ainda do que os números, devemos considerar a importância para a Igreja do testemunho de vida consagrada a Deus e ao próximo, com predileção pelos mais carentes. De 5 a 9 de julho, realizou-se a 20ª Assembléia Geral da CRB, em São Paulo, com o tema: "CRB, 50 anos - Testemunho, Profecia, Esperança".
É momento privilegiado para agradecer a Deus os frutos de santidade que a vida consagrada tem alcançado entre nós. Consideremos a beleza da total entrega dos que se dedicam nos mosteiros a contemplar o mistério de Deus e a rezar pela humanidade. A eles, unem-se os que se devotam às crianças abandonadas e carentes, à educação da juventude, ao cuidado dos enfermos e idosos, à acolhida dos imigrantes e refugiados e a tantas outras formas de amor evangélico na imitação mais de perto do Divino Redentor. É esse amor maior a Jesus Cristo que introduz à comunhão na vida trinitária e abre perspectivas até heróicas de doação ao próximo, a começar dos mais necessitados.
Ao celebrarmos com alegria o jubileu de ouro da CRB, deixemos desfilar diante de nós a plêiade de mulheres e homens -desde o missionário beato José de Anchieta até irmã Dulce, a serviço dos doentes- cujas vidas consagradas e generosas refletem de modo maravilhoso a caridade de Jesus.
No dia 9 de julho, a Romaria dos Religiosos do Brasil a Aparecida (SP) encerrou o ano jubilar e expressou de modo inesquecível a gratidão àquela que é exemplo e intercessora dos que dedicam toda a vida a Deus e ao próximo.


Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.


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