São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2008 |
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"Alguém precisa avisar o presidente do STF, Gilmar Mendes, que sua defesa pública dos poucos ricos algemados é ridícula quando milhares de pobres são presos, espancados, torturados, humilhados e não se observa manifestação veemente de sua parte. Ele deveria é cobrar maior celeridade nos processos contra os que roubam dinheiro público em vez de criticar a PF quando esta atua contra os "de cima". Já não chega a inoperância dos Tribunais de Contas e dos Legislativos, que são coniventes com tudo de errado que acontece com o dinheiro público. Poupe-nos, senhor ministro, de bravatas em defesa das elites." EULER CONRADO SILVA JÚNIOR (Vespasiano, MG)
"Lamentável que a Polícia Federal ainda não tenha se imbuído do espírito republicano que viceja no Judiciário. Foi-se o tempo em que o referido poder condenava à prisão apenas pobres, negros e prostitutas. Parabéns a estes corajosos senhores, especialmente aos que ocupam assento nos tribunais superiores, por estarem contribuindo, decisivamente, para mudar o país." JOSÉ HAMILTON CRUZ (São João da Boa Vista, SP)
"Se Daniel Dantas, Celso Pitta e Naji Nahas ficarem alguns dias presos, juro que começo a acreditar no Brasil. Se não, definitivamente, não vejo mais esperança. Será o fim." FILIPE LUIZ RIBEIRO SOUSA (São Carlos, SP)
"É só mais uma novela dramática, cujo final todos já sabem. Os protagonistas, entrincheirados sob a guarda de advogados espertos e de brechas jurídicas, negam tudo e, como pobres coitados, protestam contra a perseguição política. Serão, quem sabe, três dias de cativeiro, talvez menos, dependendo do desempenho teatral de cada um deles. Depois voltarão a seus palacetes. Sinopse da novela: Daniel Dantas, Celso Pitta e Naji Nahas ficarão, como todos os outros, impunes." HILTON BARROSO (Bragança Paulista, SP)
"O pedido de prisão feito pelo delegado Protógenes Queiroz contra Andréa Michael, da Folha, é absurdo: ecoa como intimidação aos profissionais. A repórter e o jornal só noticiaram os fatos, sem prejuízo da investigação, tanto é verdade que os objetivos da PF foram alcançados com a prisão de Daniel Dantas, Celso Pitta e Naji Nahas." JOSÉ LUIZ LANÇONI (Votuporanga, SP)
"Ninguém duvida da necessidade de combater o crime. Mas é inadmissível que, sob o manto da punição de criminosos, direitos fundamentais dos indivíduos sejam afrontados. A prisão provisória, que deveria ser exceção, está se transformando em regra. Pessoas são presas sem acusação formal. Qualquer semelhança com o regime militar não é mera coincidência." LEONARDO ISAAC YAROCHEWSKY (Belo Horizonte, MG)
Morte no Rio
"Quantas crianças ainda precisarão morrer para que o poder público passe a fiscalizar o grau de transparência das películas nos vidros de carros? Gilberto Assad fala em moda estúpida, mas na verdade trata-se de mais uma engrenagem lucrativa na "arquitetura do medo móvel". Bastam alguns minutos num cruzamento para avistar carros que mais parecem caixões lacrados." ANA LUÍSA LACERDA (São José dos Campos, SP)
"Chega de hipocrisia: se nas mesmas circunstâncias fossem retirados, de dentro do carro metralhado pelos PMs, os corpos de cinco jovens negros, de bermuda e sem camisa, e a polícia dissesse que reagiu aos tiros disparados por cinco traficantes, essa versão não seria contestada em momento algum. A polícia é a mesma, mas as coisas parecem diferentes quando um jovem loiro e bem vestido ou uma criança indefesa são vítimas desse modelo de polícia, feita para matar principalmente pobres e negros. Por que tanta indignação se lemos essa mesma notícia todo santo dia." SEBASTIÃO PEREIRA (Campinas, SP)
Lei seca
"Dias desses, numa estrada cujo limite de velocidade era de 100 km/ h, um motorista foi flagrado a 190 km/h. Foi parado pela polícia, multado e seguiu viagem. Ele estava sóbrio. Recuso-me a admitir que a cerveja que eu bebia antes de almoçar me torne um criminoso, uma pessoa pior do que esse motorista. O maior culpado pelos acidentes não é o álcool, mas a imprudência. E a principal causa da imprudência é a falta de educação. É a mesma falta de educação, por parte de legisladores e policiais, que trata como infrator um motorista que trafega a 200 km/h e como criminoso um outro que tenha dividido uma garrafa de vinho num jantar com a esposa e que vá para casa a 40 km/h." JOSÉ BARACAT JR. (Porto Alegre, RS)
Machado de Assis |
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