São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Protestos
"Embora o deputado Roberto Jefferson merecesse estar preso pelos eventuais crimes que confessou praticar no decorrer do seu mandato, isso não justifica a atitude irracional dos estudantes da USP em gritar e atirar laranjas contra um personagem histórico. O que pensam tais estudantes? Nada. A não ser o prazer pelo desrespeito e pela baderna que orgulham em ostentar. Esquecem-se de que, atualmente, o deputado vem apresentando uma virtude rara para a maioria dos brasileiros -a coragem de denunciar. Independentemente dos motivos, se não fossem as denúncias dele nada estaria sendo apurado no Congresso e a roubalheira continuaria a solta com os Delubios e Marcos Valérios da vida agindo nos bastidores do governo."
Edenilson Meira (Itapetininga, SP)

 

"O convite da Associação Comercial de São Paulo a Roberto Jefferson para falar de corrupção e reforma política seria cômico se não fosse sério. Demonstra não só ignorância da associação quanto a esses assuntos como também complacência quanto aos atos dessa pessoa, além de ser uma afronta à população paulistana. Lamentável."
José F. Souza (São Paulo, SP)

Juros X produção
"Os dois maiores bancos do país declararam um lucro líquido no primeiro semestre deste ano de R$ 2,621 bilhões -o Bradesco- e R$ 2,475 bilhões -o Itaú- devido, segundo seus administradores, do aumento dos empréstimos a pessoas físicas e das altas taxas de juros. Enquanto isso, uma empresa como a Sadia, que investe em produção e gera riquezas para o país, que emprega desde pessoas no campo até os mais especializados engenheiros, declara um lucro líquido no semestre de R$ 245,126 milhões. O que nossos políticos estão fazendo para acabar com tal distorção? Isso explica o empobrecimento geral da população, as altas taxas de desemprego e como os bancos estão ganhando com a política de juros altos e com a maior carga tributaria do mundo. Afinal, para que investir em produção se o mercado financeiro da ganhos tão altos e fáceis?"
Luiz Cláudio Zabatiero (Campinas, SP)

Sem inflação
"Gostaria de dialogar com o sr. Roberto Mangabeira Unger, em referência a seu artigo "Fugindo do que importa" (Opinião, 9/8): o que será pior, uma inflação que corrói o poder de compra do salário ou uma estabilidade que limita esse poder? Certamente, a inflação é pior. Que mude o Brasil, ou que permaneça, mas que não volte a inflação.
Samua de Brito Paiva (Rio de Janeiro, RJ)

Coerência
"Ao não expulsar Delúbio Soares e fazer de tudo para não punir os envolvidos nos últimos escândalos, o PT está sendo coerente com o seu passado... recente. Afinal, já que ele expulsou os parlamentares que defendiam as antigas propostas do partido, nada mais coerente que proteger quem enlameou a sua história."
Alexandre Miranda (Belo Horizonte, MG)

Constituinte
"O governador Germano Rigotto (PMDB-RS) lançou uma idéia tecnicamente correta e politicamente viável ("Tendências/Debates", 7/8): emenda constitucional já, permitindo ao Congresso a ser eleito em 2006 exercitar, unicameralmente e por maioria absoluta, o poder de reformar a Constituição no tocante ao sistema político. A reforma proposta (a separação entre Estado, governo e administração) e a criação de uma fórmula de responsabilidade política do governo, obtendo consenso e tornando-se realidade, gerará uma governabilidade mínima capaz de assegurar o fluxo das reformas mais substantivas (tributária e previdenciária, por exemplo) e a progressiva reordenação do país para superar os desafios atuais."
Cezar Saldanha Souza Junior, titular de direito constitucional da UFRGS (Porto Alegre, RS)

Editorial
"Com relação ao editorial "Crianças nas ruas" (Opinião, 4/8), a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social esclarece que, no âmbito municipal, muitas ações estão sendo desenvolvidas para enfrentar esse problema, considerado prioridade por esta gestão. Como ponto de partida toda a rede de atendimento às crianças e adolescentes está sendo reestruturada, de forma a melhorar a qualidade de atendimento aos jovens em casos de abandono, em situação de rua, vítimas de violência, de exploração do trabalho infantil. É um trabalho árduo, incansável, que enfrenta resistências de todas as ordens e que na maioria das vezes não aparece. Além disso, já estamos implantando um novo programa de fortalecimento às famílias, pois entendemos que sem este pilar todas as ações podem não levar a lugar nenhum. Com esse fortalecimento da família, pretendemos atingir o núcleo de origem do problema. Por isso, todas as ações não podem ser tomadas de forma isolada, mas poder público e organizações da sociedade civil numa única ação: tirar e proteger as crianças das ruas."
Floriano Pesaro, secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (São Paulo, SP)

Shows
"A sensação que temos é que o colunista de TV da Folha fica com inveja do clima de denúncias e crises que esquenta o noticiário do país e tenta criar escândalos no inofensivo mundo do entretenimento. Só que, ao afirmar que o cantor Roberto Carlos -reconhecidamente uma pessoa de boa índole- foi o responsável pela exclusão de grupos populares no show do Criança Esperança, ele propositadamente "forçou a barra" para garantir a sua manchetezinha. A decisão de excluir algumas atrações foi da exclusiva responsabilidade da produção do programa (como foi dito) não só pelo estouro do tempo previsto (independentemente da apresentação do cantor). No caso específico, da Fundação Cultural Beija-Flor, houve um agravante porque nem sequer puderam ensaiar, o que tornou inviável sua exibição. De qualquer forma, o trabalho deles foi exibido num clipe. Ou seja, Roberto Carlos nem tomou conhecimento dessa decisão. E, se soubesse, seria capaz de abrir mão da sua apresentação para não prejudicar ninguém. O que não foi o caso, já que a exclusão não foi por sua causa. Sinceramente, com tanta coisa séria acontecendo, pode parecer perda de tinta e papel ter que corrigir esse tipo de bobagem. Mas a gente acha que a imagem das pessoas também deva ser levada a sério. Mesmo numa coluna de televisão."
Luis Erlanger, diretor da Central Globo de Comunicação (Rio de Janeiro, RJ)

Pelas tabelas
"O Grande Prêmio Brasil de Turfe sempre foi um grande evento social e esportivo. Agora, está sem nenhuma divulgação na mídia. Os jornais e as emissoras de televisão não mais noticiam os eventos turfísticos, parecendo que as corridas de cavalo no Brasil tendem a acabar. Por falta de marketing, de turfistas e de apostadores, esses mais interessados em arriscar seu dinheiro em jogos mais rentáveis, parece que o fim terminal do "esporte dos reis" será inexorável."
Carlos Alberto Dias Ferreira (Rio de Janeiro, RJ)

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