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A VAGA QUE RESTA
Perdurou o movimento de ascensão de José Serra (PSDB-PMDB) e de queda de Ciro Gomes (PPS-PDT-PTB) detectado na pesquisa do Datafolha de 30 de agosto. Dez
dias depois, o instituto voltou a campo e constatou, como o leitor poderá
acompanhar nesta edição, que o presidenciável tucano isolou-se na segunda colocação, tendo atingido
21% das intenções de voto. Já o da
Frente Trabalhista caiu e, além de ter
perdido a vice-liderança, agora está
com 15%, empatado tecnicamente
com Anthony Garotinho (PSB)
-que ganhou quatro pontos e aparece com 14%. Luiz Inácio Lula da
Silva (PT-PL) ampliou a sua liderança
e, com 40%, está praticamente garantido no segundo turno.
Impressiona o ritmo da queda de
Ciro Gomes na preferência do eleitorado. Ele perdeu, num lapso de tempo pouco superior a três semanas,
quase metade dos 27% de intenções
de voto que detinha em 15 e 16 de
agosto. A mudança na linha de campanha (Ciro passou a defender-se
dos ataques tucanos e a contragolpear o governista) parece que não foi
capaz de conter a deterioração na
imagem do ex-governador do Ceará.
Esse aspecto está ilustrado no comportamento da taxa de rejeição ao
candidato da Frente Trabalhista. Em
meados de agosto, ela era de 17%,
bem menor que a de seus outros três
concorrentes diretos; agora, no início da segunda semana de setembro,
já atinge 34%, a mais alta entre os
quatro principais pleiteantes.
José Serra reconquistou o patamar
que havia ocupado nas pesquisas entre meados de março e o início de julho. E logrou fazê-lo justamente na
reta final da corrida pelo Planalto.
Serra detém o maior tempo na propaganda no rádio e na TV, e sua equipe já deu mostras de saber usá-lo
com competência. Esses elementos
dificultam as estratégias de seus adversários para tentar ultrapassá-lo.
O candidato do governo leva, teoricamente, vantagem na disputa pela
segunda vaga no segundo turno.
Mas nada impede que ocorra uma
nova reviravolta nesses dias que faltam para o 6 de outubro. Nem Ciro
Gomes nem Anthony Garotinho podem ser considerados fora do jogo.
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