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São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2003

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CAPITAIS VOLÁTEIS

Segundo o Banco de Compensações Internacionais (BIS), o fluxo líquido de empréstimos bancários para os países em desenvolvimento foi positivo em US$ 20 bilhões no primeiro trimestre de 2003, sendo que 73,5% desse total foi direcionado para a China. O conjunto dos países em desenvolvimento, no entanto, continuou credor líquido dos bancos internacionais. A diferença entre os empréstimos e os depósitos dos países em desenvolvimento nessas instituições era negativa em US$ 191,7 bilhões em março.
Os países latino-americanos acumularam uma saída líquida de capital de US$ 18,5 bilhões entre o segundo trimestre de 2002 e o primeiro trimestre de 2003. Como se sabe, muitos bancos reduziram ou encerraram suas posições na região.
O Brasil ainda detinha uma posição devedora líquida de US$ 44,8 bilhões em março de 2003. No primeiro trimestre, os brasileiros depositaram US$ 3,6 bilhões no exterior. Por sua vez, os bancos estrangeiros emprestaram US$ 1,4 bilhão ao Brasil, o que resultou em uma saída líquida de capital de US$ 2,2 bilhões pelo terceiro trimestre consecutivo.
Em relação ao mercado de dívida, os países em desenvolvimento emitiram US$ 25 bilhões no primeiro semestre de 2003. O Brasil respondeu por 25% das emissões dos "emergentes", no valor de US$ 6,3 bilhões.
Segundo os dados do BIS, pode-se estimar o fluxo líquido de capital privado para os países em desenvolvimento -empréstimos bancários mais títulos de dívida- em torno de US$ 35 bilhões nos primeiros meses de 2003. Esse fluxo é explicado pela busca de oportunidades diante dos baixos juros e do baixo crescimento dos países ricos, além da melhoria do risco de países como o Brasil. Mudanças no cenário, porém, como a recente elevação da taxa de juros de longo prazo nos EUA, podem vir a ameaçar esse movimento.
Diante disso, o Brasil não pode abandonar esforços para reduzir a dependência do mercado financeiro internacional, mantendo-se atento à preservação dos elevados superávits comerciais e procurando aumentar as reservas internacionais.


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