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Devagar nos negócios
O BRASIL teve certo destaque no Relatório de Competitividade Global 2009,
do Fórum Econômico Mundial,
com desempenho considerado
até "impressionante" em meio à
crise. Galgou oito posições no
ranking de 133 países, chegando
à 56ª colocação. Teve o melhor
desempenho anual entre os chamados Brics e saiu da lanterna do
grupo, ultrapassando a Rússia.
Em que pese a limitação de levantamentos do tipo, são boas
notícias. O país melhorou sua
posição em plena contração
mundial, em parte devido a passos dados desde os anos 1990 rumo a sustentabilidade fiscal e
abertura da economia. Em particular, o Brasil se destacou na
área da prontidão tecnológica e
foi beneficiado pela extensão de
seu mercado interno (o 9º maior
do mundo), por um dos mais desenvolvidos mercados financeiros da América Latina e por um
setor de negócios sofisticado.
Conquistas que não ofuscam,
porém, o outro lado da moeda.
Dado o ritmo lento dos avanços
institucionais, a morosidade burocrática e as dificuldades da infraestrutura continuam predominantes. O Brasil permanece
atrás, no ranking do fórum, de
economias bem menos complexas, como a do Azerbaijão.
O peso acachapante dos impostos e a confusão das normas
tributárias no Brasil, como era
de esperar, são apontados como
o fator principal a dificultar os
negócios locais.
Por conta desses entraves, em
outro estudo importante do gênero o Brasil piorou. Ocupa um
longínquo 129º lugar no relatório do Banco Mundial de locais
de maior facilidade para negócios -queda de duas posições
desde o ano anterior. O empresário local trabalha 2.600 horas
por ano para acertar as contas
com o fisco e ainda enfrenta 16
procedimentos burocráticos para a abrir um negócio.
A herança de uma economia
fechada e de um governo ineficiente, no Brasil, ainda trabalha
contra o empreendedor. Só com
reformas se muda essa equação.
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