São Paulo, quinta-feira, 10 de setembro de 2009

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Editoriais

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Devagar nos negócios

O BRASIL teve certo destaque no Relatório de Competitividade Global 2009, do Fórum Econômico Mundial, com desempenho considerado até "impressionante" em meio à crise. Galgou oito posições no ranking de 133 países, chegando à 56ª colocação. Teve o melhor desempenho anual entre os chamados Brics e saiu da lanterna do grupo, ultrapassando a Rússia.
Em que pese a limitação de levantamentos do tipo, são boas notícias. O país melhorou sua posição em plena contração mundial, em parte devido a passos dados desde os anos 1990 rumo a sustentabilidade fiscal e abertura da economia. Em particular, o Brasil se destacou na área da prontidão tecnológica e foi beneficiado pela extensão de seu mercado interno (o 9º maior do mundo), por um dos mais desenvolvidos mercados financeiros da América Latina e por um setor de negócios sofisticado.
Conquistas que não ofuscam, porém, o outro lado da moeda. Dado o ritmo lento dos avanços institucionais, a morosidade burocrática e as dificuldades da infraestrutura continuam predominantes. O Brasil permanece atrás, no ranking do fórum, de economias bem menos complexas, como a do Azerbaijão.
O peso acachapante dos impostos e a confusão das normas tributárias no Brasil, como era de esperar, são apontados como o fator principal a dificultar os negócios locais.
Por conta desses entraves, em outro estudo importante do gênero o Brasil piorou. Ocupa um longínquo 129º lugar no relatório do Banco Mundial de locais de maior facilidade para negócios -queda de duas posições desde o ano anterior. O empresário local trabalha 2.600 horas por ano para acertar as contas com o fisco e ainda enfrenta 16 procedimentos burocráticos para a abrir um negócio.
A herança de uma economia fechada e de um governo ineficiente, no Brasil, ainda trabalha contra o empreendedor. Só com reformas se muda essa equação.


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