|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Editoriais
editoriais@uol.com.br
Lei Seca
UM MOTORISTA , que disse
ter bebido "um pouco",
invadiu na madrugada de
segunda-feira a pista contrária
da rodovia Raposo Tavares. Dirigiu na contramão por mais de 20
quilômetros, até bater de frente
com outro veículo, que pegou fogo. Um casal morreu carbonizado. No mesmo dia, outro cidadão
embriagado atropelou um bebê
em um parque de Carapicuíba.
Os dois acidentes, que aconteceram na Grande São Paulo, são
exemplos de um problema que
continua a apresentar contornos
dramáticos na capital do Estado.
Quando se compara o último
trimestre de 2008 e o mesmo período em 2009, os casos de lesão
corporal ou homicídio culposo
no trânsito aumentaram 4,5%
em São Paulo. Isso apesar da entrada em vigor, em 2008, da chamada Lei Seca -que tornou bem
mais rigorosa a restrição ao consumo de álcool por motoristas.
Já na cidade do Rio de Janeiro,
o número de feridos, mutilados
ou mortos em acidentes de trânsito caiu 26% nos últimos 12 meses. Os dados não são diretamente comparáveis, mas é razoável
relacioná-los aos trabalhos de
prevenção realizado pelas polícias dos dois Estados.
Desde março de 2009, a Operação Lei Seca do governo fluminense submeteu 171 mil motoristas ao teste do bafômetro. A polícia paulista precisou de três anos
para fiscalizar número semelhante de pessoas (173 mil).
O que não muda, para as duas
cidades, é o exagerado rigor da lei
que estabeleceu como critério de
embriaguez o teto de 6 decigramas de álcool por litro de sangue
-algo como dois copos de chope.
O combate mais eficiente aos
acidentes no Rio indica que não é
o simples endurecimento da legislação, mas a certeza de fiscalização e punição, que ajuda a coibir o comportamento de risco.
Menos mau que o governo de
São Paulo tenha se dado conta
disso, e venha intensificando a
realização de operações de fiscalização nos últimos meses.
Texto Anterior: Editoriais: Passou do limite Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: Ignomínia Índice
|