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PETRÓLEO EM ALTA
As cotações do petróleo têm
apresentado elevada volatilidade, batendo sucessivos recordes nos
principais mercados globais. Em 12
meses, o barril já teve alta de 83% na
Bolsa de Londres e de 66% na Bolsa
de Nova York.
De acordo com o relatório "Perspectivas para a Economia Mundial
-2005", do FMI, o atual "choque" de
preços pode assumir caráter "permanente", obrigando os países a se
adaptarem às novas condições.
A alta de preços está associada ao
renitente aumento da demanda e às
dificuldades na expansão da oferta.
Nas projeções do FMI, o consumo
mundial de petróleo tenderia quase a
dobrar, passando dos 82,4 milhões
de barris/dia, em 2004, para 138,5
milhões/dia em 2030. Os países asiáticos devem responder por cerca de
40% desse aumento de demanda.
Pelo lado da oferta, ainda segundo
o FMI, a capacidade ociosa de produção estaria "em níveis historicamente baixos", em torno de 1,5 milhão de
barris/dia. Diante da possível estabilidade da produção fora dos países
da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), aumentaria,
por volta de 2010, a dependência global em relação ao cartel. A Opep controla 40% da produção, mas detém
70% das reservas. Para atender à demanda, o cartel precisaria investir
cerca de US$ 350 bilhões (cerca de R$
910 bilhões) em novas instalações.
Os preços projetados pelo FMI estão, todavia, acima das expectativas
do mercado e do setor. Enquanto o
Fundo estima que o barril chegará a
US$ 34 em 2010 e a algo entre US$ 39
e US$ 56 em 2030, a Agência Internacional de Energia prevê que as cotações nesses mesmos anos estarão
em US$ 27 e US$ 34.
De todo modo, a forte elevação e a
volatilidade dos preços podem limitar o dinamismo da economia mundial. Em 2005, o petróleo deve contribuir para uma queda de 0,8 ponto
percentual no crescimento global.
Por outro lado, esse quadro pode
favorecer a exploração de novas reservas petrolíferas, bem como pesquisas para estimular o desenvolvimento de fontes alternativas de energia, como o álcool, que tem sido utilizado com sucesso no Brasil.
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