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EXTORSÃO NAS RUAS
Na semana passada, a Polícia
Civil de São Paulo lançou uma
operação em que deteve 95 "guardadores" de carros que atuavam na região do estádio do Pacaembu. Autoridades policiais afirmam que continuarão a realizar intervenções dessa
natureza e que elas não se limitarão a
eventos esportivos, atingindo também casas noturnas.
É uma iniciativa bem-vinda. Ninguém ignora os graves problemas
sociais brasileiros, que podem levar
muitos cidadãos a exercer tarefas informais para garantir sua sobrevivência e a de seus familiares. Atividades como pedir esmolas e vender
garrafas de água mineral em congestionamentos de verão já há muito se
tornaram parte da paisagem urbana
dos grandes centros do país.
Isso não significa, no entanto, que
tudo possa ser tolerado. Embora
possa haver guardadores de carros
"legítimos", isto é, que mediante remuneração voluntária do motorista
se dispõem a vigiar o veículo, boa
parte deles não se enquadra nessa categoria, principalmente os que
atuam em grandes eventos públicos.
Com efeito, nessas ocasiões o motorista não só se depara com as vagas
para estacionamento "reservadas"
como ainda encontra os preços "tabelados". Pior, não tem a escolha de
não pagar pelo "serviço", hipótese
em que poderia ter seu veículo avariado ou até ser agredido.
Na verdade, o que esses "guardadores" praticam uma é misto de grilagem de vias públicas com extorsão,
tudo isso temperado por formação
de quadrilha. Não surpreende que,
dos 95 detidos na operação policial,
51 tivessem antecedentes criminais.
A ação da polícia para cercear a
atuação desses "profissionais" é
realmente necessária. Não é aceitável
que o cidadão, já obrigado a pagar
impostos para circular com seu automóvel, ainda se veja extorquido para
estacionar em espaços públicos.
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