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Insegurança no Rio
SÉRGIO CABRAL (PMDB), governador do Rio de Janeiro,
não sabe o que fazer para
garantir segurança à população
de seu Estado. No velório do PM
que fazia a proteção de seus filhos, disse que não ficaria quatro
anos de braços cruzados. Não declinou, contudo, como e quando
planeja arregaçar as mangas.
Desde que Cabral iniciou sua
gestão, a desenvoltura das quadrilhas já vitimou 39 policiais.
Dados oficiais indicam acentuado crescimento de crimes graves
em janeiro, no Estado e em particular na capital, onde homicídios
saltaram 26% em relação ao
mesmo mês de 2006.
O governador reage com o surrado expediente de privilegiar a
solução fácil (em aparência): pedir que as Forças Armadas cumpram a tarefa que caberia à Polícia Militar. Amua-se com o ministro da Justiça, o qual alega,
com razão, que o Exército não
recebe treinamento adequado
para desenvolver ações policiais.
É temerário ampliar a presença militar além do entorno dos
quartéis. As Forças Armadas devem ser preservadas do engajamento direto contra criminosos,
sob risco de contágio ou descrédito. Foi o que se viu em 2006, na
ação para reaver armas roubadas
de um quartel, quando o Exército mobilizou 1.200 soldados e só
as recuperou após um nebuloso
entendimento com o tráfico.
As tropas certas para missões
determinadas, com prazo para
começar e terminar, estão na
Força Nacional. Faz todo sentido
empregá-las no reforço ao policiamento dos Jogos Pan-Americanos, como está previsto. Um
contingente de 500 homens já
foi enviado ao Rio, em janeiro;
quando muito, seria o caso agora
de revisar e acelerar o cronograma de deslocamentos até julho.
Soluções definitivas, porém,
dependem do governador. Cabral promete contratar 9.000
policiais para reforçar a segurança. A população do Rio ficaria
mais tranqüila se ele indicasse
quando essa tropa entra em ação.
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