São Paulo, quarta-feira, 11 de abril de 2007

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Insegurança no Rio

SÉRGIO CABRAL (PMDB), governador do Rio de Janeiro, não sabe o que fazer para garantir segurança à população de seu Estado. No velório do PM que fazia a proteção de seus filhos, disse que não ficaria quatro anos de braços cruzados. Não declinou, contudo, como e quando planeja arregaçar as mangas.
Desde que Cabral iniciou sua gestão, a desenvoltura das quadrilhas já vitimou 39 policiais. Dados oficiais indicam acentuado crescimento de crimes graves em janeiro, no Estado e em particular na capital, onde homicídios saltaram 26% em relação ao mesmo mês de 2006.
O governador reage com o surrado expediente de privilegiar a solução fácil (em aparência): pedir que as Forças Armadas cumpram a tarefa que caberia à Polícia Militar. Amua-se com o ministro da Justiça, o qual alega, com razão, que o Exército não recebe treinamento adequado para desenvolver ações policiais.
É temerário ampliar a presença militar além do entorno dos quartéis. As Forças Armadas devem ser preservadas do engajamento direto contra criminosos, sob risco de contágio ou descrédito. Foi o que se viu em 2006, na ação para reaver armas roubadas de um quartel, quando o Exército mobilizou 1.200 soldados e só as recuperou após um nebuloso entendimento com o tráfico.
As tropas certas para missões determinadas, com prazo para começar e terminar, estão na Força Nacional. Faz todo sentido empregá-las no reforço ao policiamento dos Jogos Pan-Americanos, como está previsto. Um contingente de 500 homens já foi enviado ao Rio, em janeiro; quando muito, seria o caso agora de revisar e acelerar o cronograma de deslocamentos até julho.
Soluções definitivas, porém, dependem do governador. Cabral promete contratar 9.000 policiais para reforçar a segurança. A população do Rio ficaria mais tranqüila se ele indicasse quando essa tropa entra em ação.


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