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São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Fome Zero
"Sobre informações publicadas na reportagem "Cesta básica tem mais verba do que cartão-alimentação" (Brasil, pág. A4, 9/6), o Ministério de Segurança Alimentar e Combate à Fome (Mesa) esclarece que os 21,5 milhões repassados para a Unesco como parte de um acordo para treinamento de gestores em mil municípios serão utilizados durante todo o ano de 2003. Portanto não é o total utilizado até o momento. Quanto ao gasto maior com cestas básicas, isso se deve ao fato de terem sido atendidas famílias acampadas, quilombolas e indígenas que ainda não constam do Cadastro Único, apesar de estarem em situação emergencial do ponto de vista nutricional. Assim que essas famílias estiverem cadastradas, elas entrarão no programa do cartão-alimentação e deixarão de receber as cestas básicas. Não há, portanto, uma oposição entre uma e outra forma de atendimento emergencial, como quer fazer crer a reportagem." Gilberto Nascimento, assessoria de comunicação do Ministério de Segurança Alimentar (Brasília, DF)

Resposta dos jornalistas Marta Salomon e Raymundo Costa - Diferentemente do que diz o assessor, os R$ 21,5 milhões repassados à Unesco para, entre outras atividades, o treinamento de gestores, já foram pagos pelo Tesouro.

Banestado
"Em relação à reportagem "Planalto deve controlar CPI do Banestado", publicada ontem (Brasil, pág. A8. 10/6), gostaria de ressaltar que o PSDB tem todo o interesse na apuração rigorosa do caso Banestado, como provam o fato de o requerimento de CPI no Senado ter sido apresentado pelo senador tucano Antero Paes de Barros e o fato de ter sido o partido o primeiro a indicar o nome de seus representantes na Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados."
José Aníbal, presidente nacional do PSDB (Brasília, DF)

Só na estatística
"Conforme informou a Folha no domingo, o Ministério da Educação quer ampliar em mais um ano o ensino fundamental ("Governo federal acelera escola de nove anos", Cotidiano, pág. C1). Gostaria de dizer ao senhor ministro que os ensinos fundamental e médio estão no mais completo caos. Os anos de política neoliberal na educação destruíram a escola pública, cuja finalidade hoje é produzir uma massa de analfabetos diplomados para mostrar resultados estatísticos. Na estatística, a educação vai bem, mas a realidade é terrível. O que precisamos é melhorar a qualidade, e não aumentar a quantidade do que está péssimo."
Maria Ferreira (Sorocaba, SP)

Previdência
"Em "Tendências/Debates" de ontem ("A nova previdência complementar", pág. A3), o ministro Berzoini manifesta a sua ilusão no crescimento da poupança complementar para proporcionar benefícios aos participantes dos fundos de pensão e recursos de longo prazo para financiar investimentos produtivos. Esquece o ministro que o aumento da poupança depende do crescimento econômico, o que não se vislumbra."
Daguzan Cardoso Dias (São Paulo, SP)

Reforma de procedimentos
"Já que o sr. Lula gosta de ditos populares, aqui vai um para que ele possa meditar: "Dize-me com quem andas e eu te direi quem és". Não mudar a política econômica é compreensível, pois o PT nunca foi confiável do ponto de vista do deus-mercado e adjacências. Mas manter os conchavos politiqueiros é demais. E fazê-lo a pretexto de garantir as reformas é falso. Aliam-se ao que há de pior na política -os coronéis e os espertalhões- e agem com uma competência de causar inveja aos campeões da fisiologia e da desfaçatez. Que vergonha! Sugiro que façam antes a reforma dos procedimentos e, aí sim, expurguem os radicais do despudor."
José Oscar da Silva Lopes (Uberaba, MG)

Amazônia
"Muito pertinente o artigo de Virgílio Viana sobre a Amazônia ("O desenvolvimento sustentável da Amazônia", "Tendências/Debates", 10/6), mas creio que a lógica do desenvolvimento sustentável não possa ser amparada apenas na questão econômica local -"a manutenção das florestas deve ser economicamente mais rentável do que os benefícios do garimpo florestal e da agropecuária". Essa avaliação deve ser global e, no cálculo econômico, deve ser incluído o prejuízo ambiental (sempre deixado de lado) ou o lucro na forma dos mencionados "serviços ambientais prestados pelas florestas". Quanto maior o valor agregado, maior a lucratividade. E nessa equação devem entrar o impacto ambiental (que nos processos industriais quase sempre é negativo) e a preservação (um fator positivo). Como pesquisador na área de resíduos agrícolas, sei que as políticas públicas têm de ser direcionadas conjuntamente para esses objetivos, apesar de vivenciarmos separações e/ou sobreposições esdrúxulas de atividades entre esferas de poder."
Adilson Roberto Gonçalves (Lorena, SP)

Radicais
"Fiquei perplexo ao ler na página A8 (Brasil) de domingo passado a reportagem com os "Radicais da cátedra". Incrível como são arrogantes esses velhos senhores. Com uma infalibilidade quase papal, eles decretaram o fim da esperança no governo Lula. Paulo Arantes ("Ao prometer consumo, prometem guerra civil') diz que o presidente Lula é "execrável" e que pratica a "imbecilização da opinião pública" com "provérbios congeladores e imbecilizadores". O inteligente filósofo ainda não conseguiu entender que Lula faz parte do povo. Não é um presidente, como sempre tivemos, oriundo das elites. Por essa razão, comunica-se com o povo exatamente em sua linguagem natural -que o povo conhece-, e não com a voz empostada dos populistas do tempo da caspa no paletó. Chico de Oliveira ("Programa de Serra era melhor que o de Lula') diz que a eleição de Lula só foi possível pelo "desmonte da política levado a cabo pelo governo FHC". O filósofo ainda não entendeu que ocorreu exatamente o contrário. Lula foi eleito somente depois que prometeu fazer um governo sem rupturas. Será que o inteligentíssimo filósofo não leu a "Carta ao Povo Brasileiro'? Lula avançou, e os filósofos, coitados, envelheceram."
Paulo G. Galvão (São Paulo, SP)

Doações
"A reportagem "Deputado do PT recebeu doação de viações" (Cotidiano, pág. C5, 9/6) omite uma informação fundamental: minhas contas de campanha foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral. As doações das empresas de transportes foram feitas de forma legal e transparente, pois constam na própria prestação de contas. Além dessa omissão, a reportagem insinua (maldosamente) uma ligação entre as doações e um possível favorecimento para as empresas doadoras na reformulação do transporte urbano em São Paulo. Quanto a essa insinuação, devo esclarecer que o PL 539/2001 (de reformulação do transporte), que contou "inclusive com o voto favorável do petista", como informa a Folha, foi aprovado pelos 47 vereadores presentes na sessão, o que inclui parlamentares do PSDB, do PTB, do PDT, do PC do B, do PGT, do PPB, do PSD, do Prona, do PL e do PPS. Outra estranha omissão da reportagem."
Vicente Cândido, deputado estadual pelo PT (São Paulo, SP)


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