São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2005

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PAINEL DO LEITOR

Escândalos
"O que o Brasil vive atualmente é uma temporada de tsunamis de lama. Uma onda gigantesca atrás da outra, sem interrupção. Não dá tempo nem de limpar a praia. Ou de tentar fingir que limparam." Letícia Dornelles (Rio de Janeiro, RJ)

"Será que a Polícia Federal irá dar uma batida no local de onde o "assessor parlamentar" José Adalberto Vieira da Silva retirou os R$ 200 mil e mais US$ 100 mil, pois parece que a fonte é inesgotável. Ninguém estava acreditando que Roberto Jefferson pudesse falar a verdade quando denunciou que o "mensalão" envolvia transporte de dinheiro em malas para a compra de deputados e agora um filiado do PT é preso com essa montanha de dinheiro. Espera-se que as apurações sigam até o fim." Edgard de Aguiar Cordeiro (Ribeirão Preto, SP)

"Após as denúncias e as investigações em curso, gostaria de saber quais seriam os motivos pelos quais blinda-se a imagem do presidente da República, sendo ele tão próximo de alguns personagens citados. Seria o maior líder sindical da América Latina tão ingênuo ou mal informado sobre a natureza dos fatos ocorridos dentro de seus domínios por tanto tempo? Se foi devidamente avisado, por que teria se omitido? O problema é que a oposição burguesa teme pela queda de Lula, preferindo vê-lo inapelavelmente desgastado politicamente em 2006." Everi Rudinei Carrara (Araçatuba, SP)

"Fico frustado profissionalmente, sinto que sou um incompetente, junto de milhões de brasileiros, que ficam por aí reclamando da vida, enquanto o humilde verdureiro cearense José Adalberto Vieira da Silva, secretário do PT nas horas vagas, ganha verdadeira fortuna vendendo verdura no Ceasa de São Paulo." Aldo de Cairo Antonio (São José dos Campos, SP)

"Retratos do PT: primeiro o "mensalão", agora o cuecão!" Rodrigo Odilon dos Anjos (Brasília, DF)

"Chegou o momento em que o acordo de "cavalheiros" na política foi quebrado, um entregou os "podres" do outro, daí este entregou o mesmo do primeiro e a sujeira saiu debaixo do tapete para conhecimento de todos. Esse é o resumo do processo histórico das relações escusas na política brasileira que vez por outra vem à tona e deixa a sociedade perplexa. Como em todo processo, passada a tormenta, virá longo período de calmaria até que alguém quebre novamente o acordo. Assim foi e sempre será, para nossa perplexidade ou conformismo." Robson Sant'Anna (São Paulo, SP)

"Fiquei feliz de ler a coluna de Fernando Gabeira de sábado, expondo que, em razão de nosso corrupto sistema político, nossa democracia é até pior do que a ditadura militar. As instituições estão cooptadas pelo poder econômico do país, o que é uma grande verdade: são juízes vendendo sentenças, traficantes e contrabandistas comprando espaço na sociedade, empresários comprando mercados e gestões de lucratividade astronômicas, políticos vendendo suas ideologias etc. Quando haverá um divisor na política brasileira, no qual teremos maioria de políticos que pensarão num projeto que desenvolva o Brasil para uma nação de justiça moral, social e econômica?" Luiz Antonio Pratali (Santos, SP)

"Que há algo de podre, parece, mas lembra mais uma ópera-bufa do que uma tragédia. O que pensar de um réu, alçado a acusador, que fala e repete "verossemelhança", quando, considerados seus dotes oratórios, deveria ter consultado um bom dicionário e dizer corretamente verossimilhança, se sua intenção era a de persuadir? Verossimilhança e verdade são sinônimos? É tanta a empolgação que o erro torna-se apenas um deslize sem importância, que passa sem ser percebido? Considerando as vantagens dos meios eletrônicos, qual o sentido de malas cheias de dinheiro carregadas por motoboys? Pessoas minimamente perspicazes não estranham que alguém, à moda dos Três Patetas, esconda milhares de dólares na cueca, lembrando menos uma ópera do que um pastelão? Tudo isso parece uma armação que passou dos limites, uma armação cruelmente ilimitada." Maria José Moreira França (São Paulo, SP)

Publicidade oficial
"Com relação à reportagem "Governo Aécio emprega um ex-diretor da SMPB" (Brasil, 10/7), esclareço o que segue. Ao assumir o governo de Minas, a atual administração optou por democratizar o acesso de agências de publicidade às contas públicas estaduais. Hoje, são 12 contas atendidas por dez agências diferentes. Destas, seis são da administração direta. Dessas seis, em licitação realizada em 2003, a SMPB ganhou a primeira conta e a DNA, a terceira. A SMPB e a DNA são as maiores agências de Minas Gerais. Há 20 anos estão presentes (na administração direta ou indireta) em praticamente todas as gestões estaduais e, até recentemente, não se tinha conhecimento de nada que as desabonasse no mercado. Ainda no intuito de dar maior transparência e garantir maior economia, o governo de Minas adotou duas inovações no relacionamento com as agências:
1. criou um sistema unificado de compras de produtos e serviços que possam ser tecnicamente especificados. Assim, todo fornecedor que tiver interesse pode ser cadastrado, via internet, e todos os cadastrados são consultados sobre os pedidos. As agências são obrigadas a contratar pelo menor preço apurado;
2. reduziu de 15% para 5% a comissão das agências sobre serviços terceirizados, nos casos em que não há seu envolvimento direto (como pesquisas).
Quanto às menções feitas ao publicitário e jornalista Sérgio Esser, devo esclarecer que as licitações em vigor no governo do Estado foram realizadas em 2003 e o profissional em questão começou a trabalhar em janeiro de 2005. Nas suas funções, não há envolvimento direto ou indireto nos procedimentos da licitação ora em curso." Ronaldo Lenoir superintendente de imprensa da Secom-MG (Belo Horizonte, MG)

"Recebi com surpresa e sentimento de injustiça a citação da reportagem publicada neste jornal relacionando a minha presença profissional no governo de Minas à suposta vinculação com interesses políticos: "Seu caso evidencia que as denúncias do suposto "mensalão" respingam nos tucanos". É verdade que fui diretor de planejamento da SMPB e executivo de área de marketing, comunicação e gestão de pessoas do Banco Rural, mas em minha carreira fui também secretário-adjunto de Comunicação do governo Hélio Garcia, editor em jornais e ocupei cargos técnicos e de gerência de marketing na Mineração Vale do Paranaíba (Grupo Vale do Rio Doce) e no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Cito essas empresas para registrar uma trajetória profissional que começou há 27 anos. Como disse ao repórter Frederico Vasconcelos, não tenho entre as minhas atribuições nenhum contato com a atual comissão de licitação da Secom e lembro que a SMPB ganhou a licitação em vigor em 2003, e eu comecei a trabalhar no governo em 2005. Alguns dos melhores profissionais mineiros da área trabalham, ou já trabalharam, na SMPB e na DNA (as maiores agências de Minas) e, sem nenhum envolvimento além daquele que é exigido pelas suas funções profissionais, acabam vendo colocada em xeque sua correção profissional por razões totalmente alheias ao seu desempenho." Sérgio Esser (Belo Horizonte, MG)

Passo atrás
"A liberação dos calçadões para veículos automotores é mais um passo para a deterioração do centro de São Paulo. Quando deveríamos caminhar para o incentivo ao transporte coletivo, vem esse decreto absolutamente retrógrado da prefeitura. Mais poluição, mais acidentes, para o benefício de uns poucos. Parece que nossos governantes ainda não aprenderam a governar para a maioria. Simplesmente lamentável!" Carlos Dias (São Paulo, SP)

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