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São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2003

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INCERTEZAS LATINAS

A América Latina está estagnada. Desde 1997, a economia da região evoluiu a taxas menores do que as do crescimento populacional. A expansão econômica anual nesse período foi, em média, de apenas 1%, enquanto o crescimento demográfico atingiu 1,5%. Os dados constam de estudo da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), ligada às Nações Unidas.
Não seria prudente tratar as economias da região como se fossem idênticas e atribuir os resultados medíocres simplesmente às políticas comuns de liberalização inspiradas no famigerado "Consenso de Washington". Não há dúvida, entretanto, que o processo de modernização dos países latino-americanos tem enfrentado graves percalços, muitos deles fruto de sinalizações equivocadas de instituições como o Fundo Monetário Internacional.
Políticas de rigidez cambial, como as adotadas na Argentina e, por alguns anos, no Brasil, contribuíram para gerar desequilíbrios e expor essas economias às oscilações financeiras internacionais. O alto grau de endividamento de países como o Brasil e as dificuldades para atrair investimentos -notadamente depois das primeiras privatizações- também resultaram em gargalos e importantes restrições fiscais internas.
O continente que anos atrás parecia estar conquistando um novo patamar de competitividade e crescimento veio ultimamente se reencontrar com algumas de suas fragilidades históricas. As sucessivas crises internacionais, entre as quais a do próprio Brasil e a da Argentina, colaboraram para aumentar o temor dos investidores. Embora avanços recentes tenham sido registrados -como os saldos comerciais brasileiros-, muitas incertezas ainda persistem. Os problemas regionais aliados a uma economia mundial desaquecida exigem empenho redobrado dos diversos governos na tentativa de restabelecer um ambiente de confiança e desenvolvimento.



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