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INCERTEZAS LATINAS
A América Latina está estagnada. Desde 1997, a economia
da região evoluiu a taxas menores do
que as do crescimento populacional.
A expansão econômica anual nesse
período foi, em média, de apenas
1%, enquanto o crescimento demográfico atingiu 1,5%. Os dados constam de estudo da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe
(Cepal), ligada às Nações Unidas.
Não seria prudente tratar as economias da região como se fossem idênticas e atribuir os resultados medíocres simplesmente às políticas comuns de liberalização inspiradas no
famigerado "Consenso de Washington". Não há dúvida, entretanto, que
o processo de modernização dos países latino-americanos tem enfrentado graves percalços, muitos deles
fruto de sinalizações equivocadas de
instituições como o Fundo Monetário Internacional.
Políticas de rigidez cambial, como
as adotadas na Argentina e, por alguns anos, no Brasil, contribuíram
para gerar desequilíbrios e expor essas economias às oscilações financeiras internacionais. O alto grau de
endividamento de países como o
Brasil e as dificuldades para atrair investimentos -notadamente depois
das primeiras privatizações- também resultaram em gargalos e importantes restrições fiscais internas.
O continente que anos atrás parecia estar conquistando um novo patamar de competitividade e crescimento veio ultimamente se reencontrar com algumas de suas fragilidades históricas. As sucessivas crises
internacionais, entre as quais a do
próprio Brasil e a da Argentina, colaboraram para aumentar o temor dos
investidores. Embora avanços recentes tenham sido registrados -como
os saldos comerciais brasileiros-,
muitas incertezas ainda persistem.
Os problemas regionais aliados a
uma economia mundial desaquecida
exigem empenho redobrado dos diversos governos na tentativa de restabelecer um ambiente de confiança e
desenvolvimento.
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