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A FARSA DO MST
É nada menos que torpe o comportamento do MST quando insinua que o diretor da Sucursal de
Brasília da Folha, Josias de Souza, teria atuado numa manobra orquestrada com o governo federal ao reportar um esquema de desvio de dinheiro público promovido pelo movimento. Como base para sua tacanha argumentação, emessetistas
apresentam o fato de que, para chegar aos assentamentos investigados,
a equipe deste jornal se utilizou de
automóvel oficial do Incra e serviços
de um motorista de uma sucursal do
órgão no Paraná.
Ainda segundo a ridícula interpretação do MST, o suposto conluio teria ficado atestado pelo fato de que,
após a visita dos jornalistas "financiada" pelo governo, o jornal publicou a reportagem relatando um esquema de cobrança de "pedágio" em
assentamentos.
A Folha custeou alimentação e hospedagem do motorista do Incra que
conduziu seus jornalistas, durante
dois dias, a assentamentos no Paraná. Só aceitou a oferta de viajar em
carro oficial pelos argumentos da
ofertante, superintendente-adjunta
do órgão no Estado, de que seria o
meio mais seguro. A mesma funcionária se recusou, alegando motivos
contábeis, a receber deste jornal pagamento relativo ao combustível
consumido. A Folha possui gravada
uma declaração da servidora em que
ela confirma assim ter procedido.
Se o Incra tomou medidas drásticas após a veiculação do texto, apenas cumpriu sua obrigação. A reportagem, publicada em 14 de maio, relatava como o MST, aproveitando-se
de sua posição estratégica de intermediar concessões de crédito estatal
para assentados, cobrava taxa de 3%
sobre as transações. O percentual
também era aplicado sobre compras
de material agrícola, adicionado em
notas fiscais.
De modo mais simples: o MST financiava-se com dinheiro do contribuinte, inclusive, ao feitio do gangsterismo, negando-se criminosamente a autorizar crédito para assentados
que não se dispuseram de bom grado a pagar o pedágio.
É evidente que a manobra agora
tentada pelo MST busca desviar a
atenção do grave problema levantado na reportagem. Por que o MST
não contesta o que foi apurado, em
vez de dissimular? Por que não presta
os esclarecimentos que até seus simpatizantes aguardam ansiosamente,
em vez de esbravejar aos quatro cantos a sua vitimização, acobertando-se, apenas quando lhe é conveniente,
no papel de porta-voz dos oprimidos? Porta-voz que não tem hesitado
em fazer uso da violência, da violação das leis e - sabe-se graças às reportagens da Folha- do achaque
contra vítimas que deveria defender.
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