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ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
Urgente: mais hidrelétricas!
DUAS BOAS notícias chegaram logo depois de ter eclodido o problema do gás. A
primeira diz respeito à possibilidade de a Bolívia aumentar sua capacidade mediante ajuda do Brasil. A
segunda, já comentada nesta coluna no dia 30/09/07, foi a descoberta de grandes reservas de gás na bacia de Santos graças à invejável
competência dos técnicos da
Petrobras.
Na semana passada, a Petrobras
foi obrigada a reduzir o suprimento
de gás no Rio de Janeiro e em São
Paulo para garantir o abastecimento das usinas termelétricas, que
têm prioridade máxima por força
de um contrato. E tudo isso aconteceu no momento em que o barril
de petróleo chegou perto dos
US$ 100!
As notícias acima anunciadas
merecem festejo. Mas a festa será
maior se são Pedro garantir um
bom regime de chuvas em 2008,
porque as atuais usinas hidrelétricas, com a forte seca, terão dificuldades para sustentar os tão desejados 5% de crescimento ao ano.
Mesmo com os novos investimentos, creio que a Bolívia não vá
ter condições de aumentar o suprimento imediatamente. A exploração do gás da bacia de Santos, igualmente, só trará bons frutos a médio
prazo.
Outras medidas foram aventadas e precisam ser consideradas seriamente. A principal é economizar energia em todos os sentidos.
Abaixo o desperdício!
Outra medida é adaptar as usinas
e o maquinário industrial para um
sistema "flex" (como o dos veículos), para poderem ser operados
com gás e com óleo combustível.
Há ainda a possibilidade de importar o GNL (gás natural liquefeito)
por navio.
Entretanto, são providências
que custam caro e que só darão resultados a partir de 2009. Além
disso, o óleo combustível polui
mais do que o gás. Portanto, usar
energia com a máxima racionalidade é o que está ao nosso alcance a
custo baixo.
Essa aflição estaria afastada se os
investimentos necessários nas hidrelétricas tivessem sido feitos no
tempo certo. Todos sabem que a
construção de usinas hidrelétricas
é demorada. Por isso, quem é do ramo costuma pensar sempre na demanda que o país terá a médio e
longo prazos.
Espero que esse quadro preocupante agilize as concessões de licenças ambientais e gere as garantias que os investidores necessitam
para construir hidrelétricas.
Se isso acontecer, será um bom
subproduto da crise. Estaremos fazendo como os chineses, que procuram sempre transformar problemas em oportunidades.
antonio.ermirio@antonioermirio.com.br
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES escreve aos domingos nesta coluna.
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