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Editoriais
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Segurança em perspectiva
OS CUSTOS que o Estado de
São Paulo tem com a folha
salarial dos policiais civis,
em greve desde o dia 16 de setembro por maiores salários, representam tema complexo que
exige atenção e deve levar em
conta as especificidades regionais. É o que mostra um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, a pedido da Folha.
São Paulo está em 9º lugar em
capacidade de aplicação de verba
pública por habitante, mesmo
tendo o PIB mais alto do país,
mostrou o estudo. Esse índice leva em conta receitas próprias
dos Estados e repasses efetuados
pela União, menos transferências aos municípios -o valor é
então dividido pela população.
O dado ajuda a relativizar a impressão de que São Paulo deveria
praticar os melhores salários.
Mesmo assim, os números mostram que há uma defasagem que
pesa contra os agentes paulistas.
O salário médio dos delegados
(R$ 7.085) é inferior ao recebido
pela categoria em 18 Estados.
Há grande disparidade regional, e o poder de pressão determina muitas vezes como as unidades federativas remuneram seus policiais.
Em São Paulo, a folha da Segurança Pública foi a que mais subiu, percentualmente, entre as
três pastas que são as maiores
empregadoras. Cresceu 97% em
oito anos, valor superior ao IPCA no período -da ordem de
75%. Mas isso pouco significa
em termos de recomposição salarial, já que o número de funcionários ativos na Segurança cresceu 5,8% -e o de inativos, 17,2%.
Por este último dado, tem-se
uma idéia do grande impacto
que a área exerce sobre o orçamento paulista. Aumentos cavalares de salários, como querem
os policiais, são impraticáveis.
Mas é necessário negociar uma
correção progressiva, ao longo
dos anos, bem como mecanismos que beneficiem mais os policiais civis que estão na ativa.
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