São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 2008

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Editoriais

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Segurança em perspectiva

OS CUSTOS que o Estado de São Paulo tem com a folha salarial dos policiais civis, em greve desde o dia 16 de setembro por maiores salários, representam tema complexo que exige atenção e deve levar em conta as especificidades regionais. É o que mostra um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, a pedido da Folha.
São Paulo está em 9º lugar em capacidade de aplicação de verba pública por habitante, mesmo tendo o PIB mais alto do país, mostrou o estudo. Esse índice leva em conta receitas próprias dos Estados e repasses efetuados pela União, menos transferências aos municípios -o valor é então dividido pela população.
O dado ajuda a relativizar a impressão de que São Paulo deveria praticar os melhores salários. Mesmo assim, os números mostram que há uma defasagem que pesa contra os agentes paulistas. O salário médio dos delegados (R$ 7.085) é inferior ao recebido pela categoria em 18 Estados.
Há grande disparidade regional, e o poder de pressão determina muitas vezes como as unidades federativas remuneram seus policiais.
Em São Paulo, a folha da Segurança Pública foi a que mais subiu, percentualmente, entre as três pastas que são as maiores empregadoras. Cresceu 97% em oito anos, valor superior ao IPCA no período -da ordem de 75%. Mas isso pouco significa em termos de recomposição salarial, já que o número de funcionários ativos na Segurança cresceu 5,8% -e o de inativos, 17,2%.
Por este último dado, tem-se uma idéia do grande impacto que a área exerce sobre o orçamento paulista. Aumentos cavalares de salários, como querem os policiais, são impraticáveis. Mas é necessário negociar uma correção progressiva, ao longo dos anos, bem como mecanismos que beneficiem mais os policiais civis que estão na ativa.


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