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São Paulo, quarta-feira, 12 de março de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Direito
"O competente advogado tributarista Ives Gandra da Silva Martins brindou os leitores da Folha em 8/3 com uma aula de direito constitucional ("O papel das Forças Armadas", "Tendências/Debates", pág. A3). Claro, preciso, objetivo e muito atualizado com a conjuntura mundial, contribuiu de forma contundente para elevar o nível dos debatedores. As inconsistentes colocações do senhor Antonio Cláudio Mariz de Oliveira ("Mero paliativo'), na mesma página, serviram para evidenciar o nível das autoridades que, em passado não muito distante, contribuíram para a calamitosa situação em que nos encontramos hoje no Estado de São Paulo em relação à segurança pública."
Claudio Roberto Benevides Neves (Jundiaí, SP)

Jovens no crime
"Excelente o trabalho da enviada especial ao Rio Fernanda Mena sobre o "mundo sinistro" (Folhateen, 10/03). Impressionam a crueza e a desenvoltura com que os adolescentes entrevistados se dizem engajados numa guerra, explicam seus motivos, se orgulham de serem "soldados", opinam sobre o governo e as ações sociais e conservam "a esperança de que o Lula vá ajudar a gente". Há, sem dúvida, uma grave e profunda cisão (entre o morro e a "pista'), mas há também ao menos alguns lampejos de confiança em algo em comum. O simples fato de a jornalista ter tido acesso aos adolescentes (para falar com eles "com respeito') e de ter feito uma reportagem sem "esculhambá-los" sugere o caminho para o desarme. Uma grande lição de jornalismo."
Wilson Alves Senne (Salvador, BA)

Plano G
"Independentemente da aprovação ou não de uma nova Resolução pelo Conselho de Segurança da ONU e apesar do desejo de paz manifestado por milhões de cidadãos do mundo, há uma guerra já anunciada contra o Iraque -que deve acontecer nos próximos dias ou semanas. E essa guerra tem múltiplos objetivos estratégicos: 1) ocupação geopolítica; 2) controle das imensas reservas de petróleo do golfo Pérsico; 3) disputa entre moedas conversíveis (dólar x euro); 4) imposição de uma nova ordem econômica internacional, com dura disputa de mercados regionais e globais. Diante dessa complexa situação da política internacional, o governo Lula deveria pensar em elaborar com urgência um "plano G", que buscasse minimizar a curto, médio e longo prazos os efeitos negativos dessa guerra na economia interna e externa do país."
Valmir Gentil Aguiar, ex-presidente do Conselho Regional de Economia de Santa Catarina (Florianópolis, SC)

São Paulo
"Espero que, agora que recebeu um aumentinho -mais de 50%-, nossa prefeita fique mais calminha, pois o coitado do Chico Pinheiro, da Globo, levou o que não merecia. Nossa alcaidessa foi, no mínimo, autoritária e mal-educada não só com os apresentadores da TV mas com os telespectadores. Paciência, Chico Pinheiro! O jornalista não precisa ter um chilique por causa disso. Ele quis ser apresentador de TV e, com certeza, sabia das dificuldades da profissão. Será que dona Marta não sabia o que a esperava?"
Arnaldo Comerlati (São Paulo, SP)

Energia
"Na coluna "Painel S.A." da edição de 7/3 desta Folha, o sr. Antônio Ermírio de Moraes, na nota "Reestatização" (Dinheiro, pág. B2), tece considerações equivocadas sobre a AES e a Eletropaulo, duas empresas com as quais ele não está inteiramente familiarizado. A AES investiu no Brasil US$ 4 bilhões, montante que a torna o maior investidor privado em energia elétrica no país. Como empresário do setor e um dos acionistas da CPFL, o sr. Antônio Ermírio deve saber que as dificuldades que a AES enfrenta no Brasil não são resultado exclusivo de suas ações, mas advêm de uma recessão econômica e da falta de clareza no ambiente regulatório, problemas que afetam todas as distribuidoras de energia do país. Reitero ao sr. Antônio Ermírio de Moraes, por meio desta Folha, que a AES e a Eletropaulo estão abertas a prestar-lhe qualquer informação sobre suas atividades no Brasil."
Steven Clancy , presidente da AES Eletropaulo (São Paulo, SP)

Reforma da Previdência
"Para melhor informar os leitores da Folha com referência à reportagem "Relator estranha projeto previdenciário" (Brasil, pág. A6, 8/3), peço publicar o seguinte relato. A repórter Julianna Sofia, logo no início da entrevista por telefone, perguntou-me se eu seria o relator da reforma da Previdência, ao que respondi negativamente. A repórter insistiu algumas vezes e de formas variadas, argumentando até mesmo que tinha ouvido de assessores do governo. Neguei várias vezes e, diante de tanta insistência no mesmo tema (relatoria), simplesmente informei que, durante as tratativas da bancada, e num dado momento, houve a possibilidade da escolha do meu nome para ser o relator, mas disse que, ao final, nós, da bancada do PT, escolhemos o companheiro José Pimentel. Como se vê, não apenas me recusei a comentar se viria a ser o relator como respondi várias vezes não a essa pergunta."
Arlindo Chinaglia, deputado federal -PT-SP (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção Erramos.

Guerra às drogas
"No momento em que os olhos se voltam para o Rio de Janeiro após as recentes ações do grupo Comando Vermelho que motivaram a reação militarizada do governo federal, o artigo do deputado Fernando Gabeira ("Crônica de uma cidade ocupada", Turismo, 10/3) é contundente e relevante. O modelo de repressão ao narcotráfico e às drogas psicoativas adotado pelo Brasil segue o padrão pregado pelos Estados Unidos, o que significa a manutenção de uma guerra infindável, que se destina a capturar negros, pobres, favelados, camponeses, enfim, os excluídos da nova lógica social e econômica do globo. A violência gerada pela proibição às drogas, vista com fortes cores nos últimos dias, deve motivar, como defendeu o deputado, reflexões que perscrutem estratégias progressistas -como as políticas de redução de danos, a descriminalização e a legalização- e que enfrentem sem preconceitos a questão da produção, da venda e do consumo de psicoativos no país."
Henrique Carneiro, historiador e Thiago Rodrigues, cientista político, pesquisadores do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos -Neip (São Paulo, SP)

Violência no Rio
"A recusa da ajuda que o governo federal oferece é decepcionante e desanimadora para a cidade do Rio de Janeiro, onde o narcotráfico internacional montou o foco brasileiro irradiador de suas atividades criminosas. Ajuda que, além de indispensável, é absolutamente inédita, porque rompe essa cadeia ininterrupta de governos federais padrastos, com democracia ou com ditadura, iniciada pelo governo que lhe roubou a condição de capital do Brasil nos seus anos dourados."
Fernando Salinas Lacorte (Rio de Janeiro, RJ)

Nota da Redação - A carta acima, que foi divulgada nesta seção em 10/3, está sendo republicada devido a falha que alterou o sentido na publicação original.


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