São Paulo, sábado, 12 de junho de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Deslumbramento explícito
"Preciso como sempre, Clóvis Rossi acertou na veia na coluna de ontem ("Deslumbramento explícito", Opinião, pág. A2). A pobre e Santa Casa de Misericórdia de minha Barretos espera por cheques dos benevolentes empresários. Quanto ao almoço, nós damos um jeito."
Paulo T. Juvenal Santos (São Paulo, SP)


"Achei descabida, exagerada e desrespeitosa a crítica de Clóvis Rossi a respeito da restauração do Palácio da Alvorada. Trata-se de um patrimônio histórico, cartão-postal do Brasil, e é muito bom que seja preservado. É comum empresas patrocinarem iniciativas semelhantes. E achei estranho o colunista não ter censurado os empresários que patrocinaram o instituto de FHC, que preserva objetos pessoais e a memória de um único presidente, contribuindo para suas ambições políticas."
Marina Dantas (Campinas, SP)

Cazuza
"Reconheço como honesta a manifestação da senhora Sonia Rosalia Refosco de Oliveira ("Painel do Leitor", 11/6). E, em nome da liberdade, respeito-a. Discordo, porém, do fato de ela ter definido Cazuza como "infeliz". Nada vejo de infelicidade em sua vida, uma vez que ele usou de sua liberdade para buscar o que julgava ser sua felicidade -fosse ela contrária ou não aos "cânones" vigentes. Cazuza viveu e morreu feliz, assumiu sua homossexualidade e sua contaminação pelo vírus da Aids e, até o fim, encarou o resultado de suas opções. Além disso, representou, por suas músicas e condutas, o que muitos de nós gostaríamos de fazer, mas não temos coragem. Infelizes somos nós, que nos julgamos livres mesmo não o sendo, porque o poder público e os moralistas, ambos falsos, se arvoram em nossos defensores contra nós mesmos."
Armando Navarro de Andrade (Santos, SP)
Cooperativa
"Foi com muita alegria que li o artigo da senhora Milú Vilela publicado ontem na seção "Tendências/Debates" ("Cooperativa, uma alternativa social'). A ilustre empresária conseguiu, com uma linguagem bastante simples, explicitar os benefícios do cooperativismo de trabalho. Pena que parte do governo constituído não enxergue esses benefícios. Ou, se enxerga, não quer entrar em confronto com o corporativismo reinante no sistema trabalhista brasileiro. A senhora Milú Vilela não sabe o bem que fez ao sistema cooperativista dando sua opinião abalizada e imparcial. Felizmente, opiniões como essa e de outros defensores do sistema apenas o enaltecem."
João Placoná (São Paulo, SP)

Poder
"A esquerda chegou, pela primeira vez no Brasil, ao poder central. As demandas herdadas dos governos antecessores são imensuráveis. É ilusão acreditar que um governo de esquerda, por mais bem-intencionado que seja, vá resolver todos os problemas em um ou dois mandatos. Entretanto o militante de esquerda, acostumado e constituído sempre na oposição, tem dificuldade de adaptar-se à situação. É o caso do PDT, do PPS e de alguns militantes do PT e do PC do B. A leitura que se faz disso é uma só: pretendem continuar elegendo-se, defendendo seus mandatos e pregando um governo ideal que, um dia, resolverá todos os problemas num passe de mágica. Enquanto isso, que permaneçam no poder as elites conservadoras para que eles possam continuar sendo eleitos fazendo belos discursos."
Antonio Negrão de Sá (Rio de Janeiro, RJ)

Farmácia
"Não poderia dar em outra. Em 10/6, o caderno Cotidiano publicou a reportagem "Farmácia de Lula vende o que falta no SUS", em que traz vários depoimentos de pessoas que não encontraram os remédios de que necessitavam nos postos e não tinham dinheiro nem para comprar nas tais farmácias populares. Os programas populistas criados pelo ministério do senhor Duda Mendonça dificilmente darão certo. É preocupante ver um presidente da República ter necessidade de inaugurar ou de lançar programas todos os dias -às vezes, até programas repetidos- sem a menor preocupação de fazer estudos mais aprofundados sobre seus efeitos e a viabilidade de sua aplicação."
Leila E. Leitão (São Paulo, SP)

Vozes
"Brilhante o artigo de Carlos Heitor Cony de 10/6 ("Ouvindo vozes", Opinião, pág. A2). A única coisa que o presidente Lula sabe fazer é prometer maravilhas. Aliás, o marketing sempre foi um ponto muito forte deste governo. E é por isso que ele está aí, por causa da esplêndida campanha política do PT, que prometeu não apenas um Brasil melhor mas um Brasil fora do alcance de Lula. Como diz o ditado popular, de boas intenções o inferno está cheio."
André Luiz Ferreira Cunha (Amparo, SP)

Marginalidade
"Parabenizo o articulista Contardo Calligaris pelo excelente artigo "Benfica e a Funai da marginalidade", publicado na Ilustrada em 10/6, na qual ele fez uma análise oportuna sobre esse lamentável episódio ocorrido no Rio de Janeiro. O que ficou evidente sobre esse trágico acontecimento é que as facções criminosas, além de já dominarem os morros, já estão impondo suas leis dentro das carceragens ao não aceitarem que presos de diferentes grupos ocupem os mesmos pavilhões dos presídios."
Neuton Luiz Ramos de Melo (Formoso do Araguaia, TO)

Educação
"Os problemas da educação no Brasil só serão solucionados com o aumento do tempo de permanência dos alunos no ambiente escolar. No ensino fundamental e no ensino médio, o aluno deveria entrar às 8 horas e sair às 17 horas. Na sociedade moderna, a escola é o legítimo espaço para realizar a educação da criança e do adolescente. Realizado com qualidade e com quantidade, será não apenas o lugar de escolarização mas, sobretudo, o lugar da formação humana e o do sujeito ético."
Celso de Souza (Santo André, SP)

Justiça
"Lamentável a carta do senhor Carlos Augusto de Barros Levenhagen, presidente da Associação dos Magistrados Mineiros, publicada nesta seção em 10/6. Nela, o autor repudia editorial da Folha em que se criticava a lentidão e a morosidade da Justiça no país. Como se sabe, a Justiça brasileira possui inúmeras falhas: é lenta, cara, ineficiente, injusta e não responde aos anseios do povo. Necessita urgentemente de ampla reforma. Não será com atitudes corporativistas como a do senhor Levenhagen que iremos resolver os problemas da boa distribuição da Justiça no país." Renato Khair, procurador do Estado
(São Paulo, SP)


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