São Paulo, sexta-feira, 12 de junho de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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USP
"As ideias da reitora Suely Vilela e do professor José Arthur Giannotti ("Tendências/Debates", ontem) são quase convincentes e, por isso, extremamente perigosas.
É importante revelar que elas se autodesmerecem por dois pontos:
1) A reitora aponta a chamada da Polícia Militar ao campus como resultado do "desrespeito a uma ordem judicial", sendo que ela própria, no atual momento, está desrespeitando duas sentenças transitadas em julgado, que condenam a Universidade de São Paulo a recompor os salários dos professores que não receberam gatilhos devidos e a pagar os respectivos atrasados. Na Unicamp, por exemplo, essa dívida já foi saldada.
2) O professor José Arthur Giannotti fala em "pautas fantasiosas".
Eu gostaria que ele respondesse se é fantasioso solicitar que nossos salários, que hoje carregam uma perda de 42% em relação ao que eram em 1989, sejam corrigidos para patamares minimamente decentes. Os índices por ele apresentados, aliás, são falsos. Índices corretos poderiam ter sido fornecidos a ele pela Adusp e pela própria reitoria.
PS: Votei, livremente, contra a greve dos professores decidida no dia 4 passado pela maioria e não represento, portanto, a categoria tão ofendida pelas palavras do professor Giannotti.
MARLENE SUANO, professora-doutora do Departamento de História da FFLCH-USP (São Paulo, SP)

 

"Não se pode aceitar que a USP, a mais querida e respeitada universidade brasileira, seja palco da violência que na terça-feira vitimou a todos, estudantes, funcionários, docentes e os próprios policiais, enviados para restabelecer a "ordem".
O objetivo maior dessa bela instituição é enaltecer a busca do conhecimento, com serenidade, transparência e respeito à diversidade de opiniões e, especialmente, à livre expressão. Nesta semana, assistimos ao oposto.
Que a paz volte imediatamente à nossa casa do saber e que as partes em conflito resolvam suas diferenças com responsabilidade, calma e bom senso, em defesa da liberdade, alma da democracia."
BRUNO ROBERTO PADOVANO, professor associado da Faculdade de Arquitetura da USP, coordenador científico do Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo da USP (São Paulo, SP)

 

"Sou estudante da USP e da PUC e fico impressionado de ver alguns alunos dizerem com tanto louvor que estão em um ambiente onde a polícia não pode entrar.
Fico pensando: será que estou em uma reserva indígena?"
RAFAEL CARVALHO (São Paulo, SP)

Petrobras
"Por que será que o governo tem tanto medo da investigação na Petrobras? A desculpa de que a oposição quer privatizá-la não cola, pois a empresa já está privatizada pelos petistas."
NILZA PEREIRA RUBO (São Paulo, SP)

Remédios
"A Associação Médica Brasileira apoia a iniciativa da Anvisa no sentido de coibir a propaganda inadequada que induz à automedicação.
A utilização de fármacos sem acompanhamento médico é um dos maiores problemas de saúde pública no país.
Medicamentos como o ácido acetilsalicílico são erradamente considerados inócuos e muito utilizados sem prescrição. Entre seus numerosos e graves efeitos adversos estão toxicidade renal e hepática, refluxo, úlceras, hemorragias, lesões gástricas, alterações das células sanguíneas e reações de fotossensibilidade, entre outros."
JOSÉ LUIZ GOMES DO AMARAL, presidente da Associação Médica Brasileira (São Paulo, SP)

Deus
"Em relação à sabatina com Miguel Nicolelis (Ciência, 10/6), gostaria de lembrar ao douto cientista que acreditar em Deus, nosso pai celestial, não é, nunca foi e nunca será uma necessidade que temos de explicar de onde viemos, o que somos ou para onde iremos.
Gostaria de prestar meu testemunho ao nobre neurocientista de que Deus existe, vive e tem um corpo de carne e osso, como todos os seus filhos aqui na Terra.
Comparar o cérebro humano a um simples simulador me parece bem pequeno para um pesquisador do porte do professor Nicolelis.
Fé, noção e lógica não se explicam, vivem-se, como toda boa religião. Aqui no Brasil, onde o sabatinado nasceu, Deus não só existe e vive como também é "brasileiro"."
CLAUDIO LUIS VIEIRA GERIBELLO sumo sacerdote da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, presidente da Confederação das Igrejas Evangélicas do Brasil (São Paulo, SP)

Cartórios
"A possível efetivação de titulares de cartórios não concursados com a aprovação da PEC 471, que anularia resolução do Conselho Nacional de Justiça, seria uma incongruência legitimando outra incongruência, que é a existência dos cartórios.
O cibernético e interligado século 21 não combina com a existência dessas anacrônicas instituições.
O registro civil (nascimento, casamento e óbito) deveria ser de competência das secretarias da Segurança Pública estaduais, que já são responsáveis pela emissão das carteiras de identidade. As hoje burocráticas e onerosas transações imobiliárias, que envolvem cartório de notas e cartório de registro de imóveis, deveriam ser efetivadas pelo simples cadastro do contrato de compra e venda do imóvel nas prefeituras, já responsáveis pelo recolhimento do IPTU.
Quanto aos demais atos cartorários (autenticação, reconhecimento de firma etc.), não é demais afirmar que são imposições descabidas num país cuja Constituição consagra o regime da livre iniciativa e a economia de mercado."
TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO (Belo Horizonte, MG)

 

"Pela primeira vez leio um comentário bem informado sobre cartórios. Trata-se do texto "Cartórios têm origem na Suméria", de Hélio Schwartsman (Brasil, 10/6), que identifica corretamente a origem remota dos cartórios.
Um único reparo deve ser feito em relação à ideia de que reconhecimentos de firmas e autenticações são expedientes anacrônicos em tempos de internet.
O simples reconhecimento de firma seria capaz de fazer despencar o alto nível de fraudes na constituição de empresas. Quem conhece a alarmante situação das juntas comerciais -em que motoboys se transformam em empresários da noite para o dia- sabe que a simples intervenção notarial poderia pôr cobro ao descalabro, como o fez na transferência de veículos.
O "furto de identidade" para fins de fraudes imobiliárias, como para fins de hipoteca, chegou a um nível alarmante nos EUA.
Tudo isso porque não existe uma medida simples, barata, ágil e eficaz: o reconhecimento de firmas."
SÉRGIO JACOMINO, registrador imobiliário, especialista em direito registral pela Universidade de Córdoba - Espanha (São Paulo, SP)

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