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CLÓVIS ROSSI
Marina e a sua batalha (definitiva)?
SÃO PAULO - O texto da senadora
Marina Silva nesta Folha, na segunda-feira, tem todo o jeito de
pré-manifesto de pré-candidatura
presidencial.
"No congresso da CUT, a professora Tânia Bacelar disse que "o debate sobre sustentabilidade ambiental vive uma batalha definitiva
no Brasil, que estará no olho do furacão dessa discussão em todo o
mundo". Creio que o país está pronto para assumir essa responsabilidade. Pelo menos a sociedade afirma insistentemente, das mais diversas maneiras, que é essa a sua
vontade", escreve a senadora.
Estou velho demais para continuar acreditando em frases como
"batalha definitiva" ou "o país está
pronto...".
Não tenho nunca a menor ideia
de que coisas "o país está pronto"
para assumir (ou descartar).
Mas, se de fato Marina for candidata e tiver chance de ser mais que
uma candidatura testemunhal, seria um tremendo progresso.
Significaria que "o debate sobre
sustentabilidade ambiental" está,
de fato, pronto para ser travado -e
em nível bem acima do rés-do-chão
em que usualmente se escondem os
candidatos na hora das campanhas,
quando não se limitam a desconstruir os adversários.
Se Marina quiser de fato incendiar a campanha, terá no entanto
que ir além do que Alfredo Sirkis, o
vice-presidente nacional do PV
(Partido Verde), chamou, também
nesta Folha (domingo), de "discurso clássico, defensivista, do ambientalismo (deter a destruição da
Amazônia e de sua biodiversidade,
a contribuição das suas queimadas
em emissões de CO2 etc.)".
A grande batalha, do meu ponto
de vista, seria em torno de um planeta mais sustentável, capaz de
preservar não apenas a natureza
mas também o ser humano, que
claramente está sendo exigido além
de seus limites pela competição desenfreada associada ao capitalismo
contemporâneo.
crossi@uol.com.br
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