São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Voto definido
"Rui Falcão acaba de definir o meu voto ao dizer que "a prefeita teve "coragem" ao expor de modo "palmar" (muito evidente) o real objetivo de José Serra (PSDB): "fazer da nossa cidade um trampolim para futura disputa presidencial em 2006" ("Coragem" faz Marta falar a verdade, diz vice", Brasil, pág. A5,10/9). Que maravilha! Serra vai ter de trabalhar muito durante os dois primeiros dois anos de mandato para poder tentar, com algum sucesso, a Presidência. E, nos dois anos seguintes, teremos outro prefeito que também terá de trabalhar muito para não fazer feio! Melhor do que isso, só sendo verdade! Basta dessa pasmaceira de a(o) prefeita(o) dormir durante três anos e, no fim do mandato, fazer umas escolinhas ou uns hospitaizinhos na periferia para iludir os desavisados para tentar reeleger-se ou buscar cargos mais elevados."
Manuel do Espírito Santo Amaro (São Paulo, SP)

MP e Gestapo
"A declaração do ministro José Dirceu de que a ausência de limitação ao poder de investigação do Ministério Público ensejaria a existência de pequenas "Gestapos" é desarrazoada ("Para Dirceu, limite a poder de procurador evitará "Gestapos", Brasil, 10/9). À época de seu aparecimento, acredita-se que na França do século 14, o Ministério Público desempenhava papel meramente fiscalizatório. Tanto é assim que, no Brasil, até a Constituição de 1934, o Ministério Público não era tratado nem como instituição governamental. Mas, conforme disposição do artigo 127 da Carta, o Ministério Público é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Resta clara a força e a importância que esse notável órgão vêm adquirindo no que tange à sua função frente às demandas sociais, como o apelo pela diminuição da violência e da impunidade no país. Os tais "limites" representariam um óbvio retrocesso, pois prejudicariam a vontade de melhorar a qualidade das informações sobre os fatos e até mesmo de produzir elementos suficientes para o desencadeamento da ação penal. Além disso, configurariam séria afronta ao nosso ainda frágil sistema democrático."
Vanessa Anitablian Baltazar, estudante de direito da PUC-SP, estagiária do Ministério Público do Estado (São Paulo, SP)


"O Ministério Público é uma das poucas instituições que vêm conquistando credibilidade com a opinião pública. Essa imagem foi construída graças às investigações de procuradores e promotores, que levantam provas contra práticas criminosas e corruptas que envolvem banqueiros, empresários, juízes, delegados, políticos e diretores de estatais. Tais investigações permitem que a sociedade fiscalize melhor as instituições e pressione o Judiciário a punir também os criminosos de "colarinho branco". O próprio PT utilizou muito essas investigações do MP para acusar seus adversários políticos quando era oposição. A única "Gestapo" que preocupa a sociedade é o próprio governo Lula, que, em seu projeto de poder, tenta, a todo custo, amordaçar a imprensa, o Congresso, o Ministério Público e o poder Judiciário, num sintoma claro da vocação autoritária e stalinista de alguns de seus principais dirigentes."
Viviane Medeiros (Rio de Janeiro, RJ)

Prêmio
"Felicito o jornalista Clóvis Rossi pelo Premio Nuevo Periodismo Cemex-FNPI 2004, tão merecido. Rossi fez um grande trabalho para aproximar e entender a América Latina para além do Brasil. Sua contribuição, quando examinada ao longo dos anos, foi fundamental. Uma contribuição inteligente e bem escrita. Saúdo-o com muita amizade e muito afeto."
Fernando Reyes Matta, assessor internacional do Ministério das Relações Exteriores do Chile (Santiago, Chile)

Poder
"O senhor Jorge Bornhausen continua inconformado com a saída de seu partido do poder central ("Os números da mediocridade", "Tendências/Debates", 10/9). É compreensível, pois foram "500 anos" ali encastelados. Mas concordo com ele quando diz que "números verdadeiros tornam-se fraudes". O ufanismo em relação aos números feito pela maior parte da mídia, agora petista, também me causa náuseas. Mas não me lembro de esse mesmo senhor ter se manifestado de forma tão eloqüente quando o câmbio maquiado em 1998 produziu a reeleição mais cara da história brasileira."
Ricardo Carvalho (Pouso Alegre, MG)

Busca frenética
"Até onde vai essa busca frenética pela forma física ideal? A notícia de que um jovem de 21 anos morreu após injetar anabolizante animal em seu próprio corpo ("Morre jovem que usou anabolizante animal", Cotidiano, 10/9) deixa todos nós perplexos. O rapaz arriscou, passou dos limites do bom senso. E perdeu."
Paulo Atsushi Sakanaka (Campinas, SP)

Abrindo portas
"O senhor João Sayad perguntou em seu artigo "A localização do inferno" (Opinião, pág. A2, 6/9): "Como Deus pode estar ausente de algum lugar se está em todos os lugares?". Deus somente entra no coração do homem quando este está disposto a abri-lo para Ele. E a porta do coração do homem somente é aberta por dentro, por isso a presença de Deus em nós depende exclusivamente de nossa vontade."
Tonico Leonel (Guaxupé, MG)

Escola
"A revelação de que o governo federal não têm controle da freqüência escolar de alunos beneficiados pelo Bolsa-Família mostra o quanto o governo do PT precisa melhorar a sua forma de administrar suas políticas de cunho social. O episódio serve também para mostrar o quanto é importante o papel da imprensa, que investiga e vigia o poder." A população teria conhecimento desse lamentável episódio sem o trabalho da imprensa?"
Neuton Luiz Ramos de Melo (Formoso do Araguaia, TO)

Enquanto isso...
"No princípio do século passado, havia uma discussão semântica acerca da denominação que se deveria dar ao "vibrião colérico': se "o" cólera ou "a" cólera. Enquanto isso, a epidemia grassava. Na regulamentação da política nacional de saneamento, persiste a discussão quanto ao grau de participação dos entes federados e da iniciativa privada. Enquanto isso, os hospitais se enchem até os corredores de pacientes acometidos de doenças de veiculação hídrica. Urge definir o marco regulatório do setor, porém com discussões despojadas dos vieses ideológico, corporativo e xenófobo."
José Eduardo W. de A. Cavalcanti diretor do Departamento de Meio Ambiente e Energia do Instituo de Engenharia (São Paulo, SP)

Texto Anterior: Jarbas Passarinho: A anistia revisitada

Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.