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PAINEL DO LEITOR
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Financiamento
"Conforme a Folha assinala em
sua edição de sábado, a Justiça
Eleitoral não exige que as informações relativas a empresas financiadoras de campanhas eleitorais incluam o seu ramo de atividade.
Isso impossibilita a agregação de
dados por setor e limita as análises
a conjuntos identificados pelos nomes das empresas. A Transparência Brasil, que mantém o projeto Às
Claras (www.asclaras.org.br), voltado para a análise de financiamento eleitoral, identificou esse problema há tempos.
Fizemos parte de um grupo de
trabalho montado pelo ex-presidente do TSE Carlos Velloso para
discutir aperfeiçoamentos nos regulamentos eleitorais a partir deste
ano. Uma das sugestões foi exigir a
inclusão do número do CNAE (Cadastro Nacional de Atividade Econômica) das empresas doadoras. Só
o TSE poderá explicar por que não
adotou a prática."
CLAUDIO WEBER ABRAMO, diretor-executivo da
Transparência Brasil (São Paulo, SP)
Cartões da Presidência
"Em mais essa ocorrência com os
cartões da Presidência ("Gastos de
cartões do governo sobem 70%",
Brasil, 11/11, pág. A6), em que se pagaram 280 lanches a correligionários petistas, fico feliz em saber que
a oposição está viva e atuante.
Se 60 milhões de eleitores cederam ao canto das sereias da tolerância, há outros 40 milhões que têm
direito a que se respeite seus valores éticos e exigem que a "res pública" se mantenha, de fato, pública -e
não privada."
GILBERTO DIB (São Paulo, SP)
Mario Zan
"Tive o privilegio de conhecer o
sanfoneiro Mario Zan por ocasião
da minha pesquisa sobre o quarto
centenário da cidade de São Paulo.
Era uma figura simples e magoada com a elite paulistana, que não
havia reconhecido a sua música "IV
Centenário" como representante da
efeméride de 1954. O fato de Zan ser
identificado como um artista do povo parece que desagradava ao elitismo da comissão.
Na ocasião de nossa conversa,
Mario Zan reclamou que todos receberam homenagem durante as
comemorações do quarto centenário, menos ele. Não seria hora de
corrigir essa injustiça?"
SILVIO LUIZ LOFEGO, autor do livro "IV Centenário
da Cidade de São Paulo: uma cidade entre o
passado e o futuro" (São Paulo, SP)
Sigilo
"O episódio da violação do sigilo
telefônico de jornalistas da Folha,
independentemente das justificativas apresentadas pelo governo até
agora, é inaceitável e repugnante. É
um verdadeiro atentado contra a
democracia e os direitos humanos
no país.
Espero que os responsáveis sejam investigados e punidos exemplarmente, como é difícil ocorrer
no Brasil -mas ainda tenho esperança."
ARIEL DE CASTRO ALVES, advogado, coordenador
do Movimento Nacional de Direitos Humanos
(São Paulo, SP)
Super pop
"Genial na precisão e trágico na
mensagem o artigo "Preferência nacional", de Nelson Motta (Opinião,
pág. A2, 10/11).
A mentira é cada vez mais "super
pop" por estas tristes paragens.
Quem mente é bajulado e sufragado pelas urnas, enquanto os que
prezam a verdade são uns otários.
Que perspectivas pode ter um
país em que isso acontece?"
MARCELLO BRITO ERLICH (São Paulo, SP)
Lista da OAB
"Entendo ter sido precipitada a
decisão da OAB-SP de publicar na
internet a lista das pessoas consideradas "inimigas" da classe.
A se confirmar o que a imprensa
publicou, os "julgamentos" evidentemente foram sob rito sumário,
sem direito ao contraditório. Há
tempo de, com sensatez e humildade, corrigir esse equívoco sem precedentes, que poderá estremecer
ainda mais nossas relações.
Se essa foi uma infeliz manobra
com intenção eleitoreira, penso que
o tiro saiu pela culatra."
JOÃO CARLOS GONÇALVES PEREIRA, advogado,
(Lins, SP)
Oriente Médio
"Diferentemente do que afirmou
o senhor Luiz S. Steinecke, diretor
da Conib ("Painel do Leitor", 9/11),
as geniais charges apresentados por
cartunistas do mundo inteiro, inclusive do Brasil, em um concurso
patrocinado pelo governo do Irã, de
maneira nenhuma banalizam o desastre humano que foi o Holocausto
judeu. Longe disso.
Além de confirmarem a tese do
missivista -que afirmou em sua
carta que "fica patente como a história pode se repetir ou como podemos mudar seu curso'-, os brilhantes trabalhos artísticos, de forma
singela, procuram, pela denúncia
incisiva, mudar o curso da dramática história que se abate no Oriente
Médio.
As criminosas agressões que o
Estado de Israel comete diuturnamente contra o povo palestino, um
terrorismo de Estado, são uma "hecatombe" à humanidade e uma verdadeira ofensa à honra, à moral e à
memória dos 6 milhões de vítimas
do primeiro Holocausto."
JORGE DERVICHE FILHO (Curitiba, PR)
Fundamentalismo
"Ótima a reportagem "Filme retrata fundamentalismo" (Ilustrada, 8/11), que fala do documentário
"Jesus Camp", sobre a prática de líderes religiosos norte-americanos.
Só mostrando as reais intenções
desses líderes, de lá e de cá também,
para que as pessoas possam ter senso crítico e não cair nas suas garras.
É preciso proteger especialmente
nossas crianças e jovens, público
preferido dos fundamentalistas.
É chocante a imagem de crianças
"adorando" a silhueta de Bush.
No documentário, um dos líderes
fala do sonho de reunir igreja e Estado novamente, crianças são envolvidas em manifestações contra o
aborto e ensina-se que o aquecimento global é um mito da ciência...
A defesa de Estados laicos é cada
vez mais urgente."
DULCE XAVIER, integrante do grupo Católicas pelo
Direito de Decidir (São Paulo, SP)
Drogas
"Muito importante o artigo do
professor Ronaldo Laranjeira a respeito de políticas públicas sobre
drogas ("Desassistência ao dependente químico", 3/11, pág. A3).
O momento é oportuno para que
os governos estadual e municipal de
São Paulo criem organismos executivos para implementar e garantir a
continuidade de ações de prevenção e de resolução do abuso e dependência do álcool e de outras drogas. A articulação do que existe e do
que vier a ser desenvolvido precisa
de um órgão coordenador."
LUIZ ALBERTO CHAVES DE OLIVEIRA, presidente do
Conselho Municipal de Políticas Públicas de
Drogas e Álcool de São Paulo (São Paulo, SP)
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