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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
Encontrar Cristo
nas crianças
e nos jovens
O Santo Padre enviou mensagem
para o 19º Dia Mundial da Juventude, que será celebrado no Domingo
de Ramos, 4 de abril. A bela exortação
convida os jovens do mundo a intensificar a fé em Jesus Cristo e a descobrir
n'Ele o sentido da vida.
O tema "Queremos ver Jesus" recorda o pedido de um grupo de gregos ao
apóstolo Filipe para que lhes apresentasse Jesus (Jo 12, 21).
Diante da juventude de hoje, que
tantas vezes parece sem rumo, distraída com pseudovalores, a ponto de se
deixar sufocar pelos "ruídos do mundo" e pelas "seduções dos prazeres",
João Paulo 2º encoraja os jovens a perceber o anseio profundo de Deus que
brota no mais recôndito do coração.
Esse anseio de ver a Deus vai se realizar no encontro com Jesus Cristo.
Lembra o Santo Padre que todos os
bens da terra, êxitos profissionais e até
mesmo o amor humano não podem
satisfazer as expectativas mais íntimas
do coração. Daí a insistência amorosa
em convocar os jovens para buscar
Cristo e n'Ele encontrar o sentido da
vida.
Aponta como primeiro caminho para esse encontro a vivência da Eucaristia, na qual o fiel exercita a fé na presença de Jesus (que se oferece por
nós), aprende a lição do amor e encontra força para praticá-lo. A Eucaristia é escola de caridade. Quem se
une a Cristo pela comunhão sai do
egoísmo e do fechamento para entregar-se aos outros com alegria, à luz da
palavra de Jesus: "Ninguém tem
maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos" (Jo 15, 13). Os discípulos assumem em suas vidas o
amor como "ato de vontade que consiste em preferir, de maneira constante, o bem do outro ao próprio bem".
Esse é o ponto central da exortação
do Papa. "Encontrar Jesus no próximo, especialmente no rosto desfigurado do pobre, dispondo-se a fazer bem
a todos os que padecem necessidade.
Quem quer ver Jesus há de aprender a
vê-Lo na pessoa dos irmãos menores e
pobres."
A referência clara aos pequenos, que
devem ser amados em precedência,
reforça o tema da alocução para a
Quaresma de 2004: "Quem acolhe em
meu nome uma criança acolhe a
mim" (Mt 18, 5). Essas palavras são
um apelo insistente às comunidades a
fim de que examinem como são tratadas as crianças no âmbito familiar, na
sociedade civil e na Igreja. São também um incentivo a imitar a simplicidade e a alegria de viver das crianças e
cuidar delas com o afeto que merecem. É preciso eliminar os abusos e
maus-tratos contra as crianças, vítimas da violência, do tráfico de órgãos,
da separação dos pais e do flagelo da
Aids, e promover as políticas públicas
em defesa da vida e do desenvolvimento delas. No Evangelho, os pequenos nos quais devemos reconhecer Jesus são as crianças, mas também os
pobres, famintos, doentes, presos e todos os excluídos (Mt 25, 40).
Nosso anseio de ver a Deus nesta vida encontrará resposta na acolhida ao
próximo, reconhecendo Jesus no rosto dos irmãos e irmãs, a começar dos
mais pobres.
Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos
sábados nesta coluna.
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