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PAINEL DO LEITOR
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Senado
"O Senado Federal está conseguindo despertar toda a ira e a indignação do povo brasileiro, que se
vê aviltado pelas condutas, ativas e
passivas, dos senhores senadores
no uso do dinheiro público, de forma imoral e sempre em proveito
próprio.
O problema também é que tal indignação vem à tona, por exemplo,
com manifestações como a do senhor Mario A. Fagundes ("Painel do
Leitor", 11/4), que, muito embora
tenha motivos de sobra para estar
indignado, faz apologia a uma época
que definitivamente não pode mais
voltar.
Será que os nossos senadores não
têm consciência do mal que estão
fazendo ao país, às instituições democráticas e ao povo?
Porque, em última análise, se o
povo pensa assim, é porque o Senado o faz pensar, mostrando-se pior
mesmo que a ditadura militar."
EDUARDO ROMUALDO DO NASCIMENTO, professor
de história (São Paulo, SP)
Travestis
"Extraordinário o texto do colunista Drauzio Varella na Ilustrada
de sábado ("Homens que são mulheres').
Numa síntese primorosa, ele
mostra que, na maioria dos casos, a
vida dos travestis se repete: eles são
oriundos das classes sociais mais
baixas, abandonaram os estudos
muito cedo, sofreram violência física e psíquica durante a infância.
Assim sendo, restam-lhes apenas
empregos degradantes, com salários humilhantes. Não é por outro
motivo -devassidão, argumentam
os moralistas- que eles tomam as
ruas e avenidas do país.
A proposta de Drauzio Varella é
corajosa e fustiga o poder público:
"Os hospitais públicos deveriam ser
obrigados a criar pelo menos um
posto de atendimento especializado nos problemas médicos mais comuns entre os travestis".
Essas pessoas, como todos nós,
têm direito à dignidade humana e,
portanto, devem ser tratadas com
respeito e com a maior qualidade e
competência possíveis, seja para
tomarem seus hormônios, seja para
aplicarem seus silicones, seja, para
aqueles que desejarem, para fazerem a cirurgia de mudança de sexo."
HAROLDO SOUZA DE ARRUDA (São Paulo, SP)
Hospital psiquiátrico
"Parabéns a Ferreira Gullar por
propor a revogação da lei que acabou com os hospitais psiquiátricos
("Uma lei errada", Ilustrada,
ontem).
Quem não conhece o problema
de ter em casa uma pessoa com
problemas mentais não faz ideia de
como essa pessoa, sem querer,
transtorna a vida de uma família
inteira e causa um sofrimento
indescritível.
O desequilíbrio mental atinge,
indiscriminadamente, todas as camadas sociais.
Há que manter casas de acolhimento para pessoas portadoras dos
diversos tipos de transtorno mental e ainda escolas especiais para
crianças que apresentem problemas já na infância. É dificílimo
criar um filho problemático entre
os demais irmãos, pois estes acabam relegados por falta de tempo."
PEROLA SOARES ZAMBRANA (São Paulo, SP)
"Lamentável o artigo de Ferreira
Gullar de ontem, que reúne uma série de informações equivocadas a
respeito dos avanços nas políticas
de atenção às pessoas com sofrimento psíquico intenso.
Destaco apenas dois pontos-chave do texto: a lei mencionada pelo
autor (10.216, de 6 de abril de 2001)
não propôs o fim das internações
psiquiátricas, mas a sua indicação
apenas quando esgotados todos os
recursos de tratamento em meio
aberto (ambulatórios, hospitais-dia, centros de atenção psicossocial
etc.); e o que é mencionado no artigo como uma "campanha" se refere a
um conjunto amplo de pesquisas
científicas, práticas interprofissionais e discussões consistentes no
âmbito das políticas de saúde e de
inclusão social."
THAIS CHRISTOFE GARRAFA, psicanalista
(São Paulo, SP)
"O colunista Ferreira Gullar erra
ao igualar a clorpromazina ao Haldol, que, embora tenham a mesma
função, são substâncias diferentes.
Tal detalhe, porém, não diminui em
nada a relevância do tema por ele
abordado.
Há anos as políticas de saúde
mental têm se pautado mais em
questões ideológicas do que técnicas. O resultado disso é uma desassistência progressiva ao doente
mental em várias cidades do país.
Nesse processo, a psiquiatria e os
psiquiatras foram excluídos, demonizados e acusados de serem meros
instrumentos de controle social. É
urgente que isso seja revisto.
Não é possível nenhuma discussão séria sobre a assistência ao
doente mental que não conte com a
participação dos representantes da
psiquiatria brasileira."
MARCOS AURÉLIO MARTINS RIBEIRO, médico psiquiatra, doutor em saúde mental pela FMRP-USP, professor-adjunto da Faculdade de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto -Unaerp
(Ribeirão Preto, SP)
Negro na moda
"A opinião de Glória Coelho reflete descaradamente um racismo
dantesco ("Promotora quer cota para negros em desfile", Cotidiano,
ontem).
O negro não pode participar da
tal emoção que ela comentou sobre
o trabalho do estilista? Se eles estão
presentes na mão-de-obra, não podem também participar da "arte final" na passarela?"
EDUARDO COSTA afrodescendente (São Paulo, SP)
"A propósito do percentual mínimo de negros nos desfiles da São
Paulo Fashion Week, quero, na
condição de branco com ascendente negro, condição pela qual não tenho nenhuma responsabilidade,
sugerir à promotoria que lute também pela cota mínima de negros
entre banqueiros e usineiros, pecuaristas e capitalistas, industriais
e generais do comércio.
Algo me leva a crer que os representantes da etnia negra iriam preferir estas cotas que citei ao direito
de desfilar na semana de moda de
São Paulo".
ARMANDO DE MELO DUTRA (Belo Horizonte, MG)
Fumo
"Não dá para entender.
FHC, na Folha de 7/4 (""Com todo o carisma de Lula, eu ganhei dele
duas vezes no 1º turno", diz FHC",
Brasil) foi entrevistado em evento
que defende a descriminalização do
uso de entorpecente.
E isso acontece exatamente quando uma lei que
proíbe o cigarro acaba de ser aprovada em São Paulo.
Quer dizer, fumar cigarro, em São
Paulo, não pode. Mas da maconha
ninguém reclama...
Na próxima reportagem, Fernando Henrique ganharia mais se explicasse o emprego fantasma de sua
filha, denunciado por Mônica Bergamo (Ilustrada, 27/3)."
FERNANDO DOMINGOS (Guarujá, SP)
"Gostaria de que Curitiba tivesse
a lei antifumo de São Paulo. Respirar a fumaça que os fumantes "dispensam" é mais intoxicante que o
próprio fumo. O direito dos fumantes termina na hora em que começam os direitos da maioria."
FABIO JÚNIOR DA COSTA (Curitiba, PR)
Igreja
"Como a reportagem "Padres
treinam celebração de missa em latim com DVD" (Cotidiano, 10/4)
enfatizou um aspecto que pode levantar más interpretações, peço,
gentilmente, como leitor e assinante da Folha e como bispo da administração apostólica citada na reportagem, que publiquem o seguinte esclarecimento.
Esclareço que em nossa Administração Apostólica Pessoal São
João Maria Vianney, por orientação minha, dada a todos os nossos
sacerdotes, rezamos, há dois anos, a
oração pelos nossos irmãos judeus
exatamente conforme a última versão formulada pelo santo padre, o
papa Bento 16, pedindo que "o Senhor ilumine o seu coração para
que reconheçam em Jesus o Salvador de todos os homens" e que, assim como todos os povos, "todo o
povo de Israel seja salvo".
Queremos apenas o bem dos nossos irmãos judeus, filhos de Abraão,
nosso pai na fé.
Nossa administração apostólica
se pauta em tudo pelo magistério
da igreja."
DOM FERNANDO ARÊAS RIFAN
(Campos dos Goytacazes, RJ)
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