São Paulo, sábado, 13 de novembro de 2010

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Editoriais

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Dificuldade no G20

O encontro do G20 repetiu o ambiente da reunião anual do FMI no mês passado, quando já havia ficado claro que seria muito difícil chegar a acordos objetivos para restaurar o bom funcionamento da economia mundial.
O crescimento desigual entre as economias permanece sendo o problema central, que induz cada país a agir por si mesmo.
De um lado estão as nações desenvolvidas, afogadas em dívidas, experimentando a ressaca da bolha de crédito. O incentivo neste caso é o uso de políticas de expansão monetária e de gastos públicos. Os EUA são o caso mais extremo e foram o foco da discórdia no encontro, depois da decisão do Federal Reserve (o BC dos EUA) de comprar US$ 600 bilhões em papéis do governo no mercado.
A decisão é compreensível, mas o excesso de dólares acaba canalizado para outros países, contribuindo para a instabilidade nos fluxos de capitais e aumento de riscos de bolhas financeiras.
Do outro lado está a China, que intervém fortemente no câmbio e mantém a moeda desvalorizada para estimular exportações. A intransigência dos chineses em reduzir saldos comerciais e redirecionar a economia para o consumo interno também traz prejuízos à recuperação internacional.
Não é mistério que um reequilíbrio global mais duradouro depende de se achar uma forma de fortalecer a demanda interna da Ásia e reduzir o deficit americano. Toda a dificuldade do G20 está em coordenar este processo e, ao mesmo tempo, criar novos mecanismos para a gestão da economia e das finanças mundiais.
Nesse terreno pouco se avança. Houve um único progresso nos últimos meses, confirmado no encontro desta semana: o reforço do combalido FMI, depois da redistribuição de 6% das cotas em favor dos emergentes e do aprofundamento do chamado "processo de avaliação mútua" (MAP, na sigla em inglês), conduzido pelo próprio fundo para identificar desequilíbrios e promover sua correção. Ainda é pouco.


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