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Dificuldade no G20
O encontro do G20 repetiu o ambiente da reunião anual do FMI no
mês passado, quando já havia ficado claro que seria muito difícil
chegar a acordos objetivos para
restaurar o bom funcionamento
da economia mundial.
O crescimento desigual entre as
economias permanece sendo o
problema central, que induz cada
país a agir por si mesmo.
De um lado estão as nações desenvolvidas, afogadas em dívidas,
experimentando a ressaca da bolha de crédito. O incentivo neste
caso é o uso de políticas de expansão monetária e de gastos públicos. Os EUA são o caso mais extremo e foram o foco da discórdia no
encontro, depois da decisão do
Federal Reserve (o BC dos EUA) de
comprar US$ 600 bilhões em papéis do governo no mercado.
A decisão é compreensível, mas
o excesso de dólares acaba canalizado para outros países, contribuindo para a instabilidade nos
fluxos de capitais e aumento de
riscos de bolhas financeiras.
Do outro lado está a China, que
intervém fortemente no câmbio e
mantém a moeda desvalorizada
para estimular exportações. A intransigência dos chineses em reduzir saldos comerciais e redirecionar a economia para o consumo interno também traz prejuízos
à recuperação internacional.
Não é mistério que um reequilíbrio global mais duradouro depende de se achar uma forma de
fortalecer a demanda interna da
Ásia e reduzir o deficit americano.
Toda a dificuldade do G20 está em
coordenar este processo e, ao mesmo tempo, criar novos mecanismos para a gestão da economia e
das finanças mundiais.
Nesse terreno pouco se avança.
Houve um único progresso nos últimos meses, confirmado no encontro desta semana: o reforço do
combalido FMI, depois da redistribuição de 6% das cotas em favor
dos emergentes e do aprofundamento do chamado "processo de
avaliação mútua" (MAP, na sigla
em inglês), conduzido pelo próprio fundo para identificar desequilíbrios e promover sua correção. Ainda é pouco.
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