São Paulo, quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

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Definições paulistanas

O QUE JÁ ERA tido como provável aconteceu: tanto o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), como o ex-governador do Estado Geraldo Alckmin (PSDB) anunciaram que disputarão o comando do Executivo municipal em 2008.
Se esse cenário de fato materializar-se, a aliança PSDB-DEM, que vigora em terras paulistas desde 2000 -da qual ironicamente Alckmin e Kassab foram negociadores-, deixaria de repetir-se pelo menos no primeiro turno do pleito municipal.
Os dois virtuais candidatos anunciaram sua disposição de concorrer depois que pesquisa Datafolha publicada no último domingo pintou um novo quadro da sucessão paulistana. Alckmin ainda encabeça as intenções de voto (26%), mas perdeu quatro pontos em relação ao levantamento anterior. Já Kassab ganhou três, passando a contar com 13% das preferências.
No meio deles encontra-se a ministra do Turismo e ex-prefeita, Marta Suplicy (PT). Com 25% das intenções, está em empate técnico com Alckmin, mas vem dizendo que não disputará o cargo. A verdade é que os três estão quase condenados a concorrer.
Kassab não tem nada a perder exceto a chance de sua vida. Teve a sorte de ser o vice de José Serra quando este renunciou ao posto para eleger-se governador. Conseguiu assim a visibilidade que nem ele nem o DEM jamais haviam obtido em São Paulo. No cargo, teve competência para conduzir sem sobressaltos os negócios da capital até agora, e acertou ao conceber e implementar a iniciativa Cidade Limpa, sua principal bandeira. A propaganda maciça com que o DEM brindou o prefeito, destinando-lhe toda a recente propaganda do partido na TV, foi o toque final para a candidatura.
Alckmin, embora tenha perdido pontos na pesquisa, ainda é o líder. Sem cargo público e com espaço declinante na máquina tucana, corre o risco de ver seu capital político minguar, caso não dispute logo um novo pleito. E o único à vista é o municipal.
Também Marta deverá sofrer fortíssimas pressões para concorrer. É o único nome do PT a disputar com boas chances o comando de uma cidade que nenhum partido com aspirações nacionais pode desprezar. Mais do que isso, há na legenda muita gente poderosa com ânsia de tirá-la definitivamente do páreo na sucessão presidencial.


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