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Definições paulistanas
O QUE JÁ ERA tido como provável aconteceu: tanto o
prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), como o ex-governador do Estado Geraldo
Alckmin (PSDB) anunciaram
que disputarão o comando do
Executivo municipal em 2008.
Se esse cenário de fato materializar-se, a aliança PSDB-DEM, que vigora em terras paulistas desde 2000 -da qual ironicamente Alckmin e Kassab foram negociadores-, deixaria de
repetir-se pelo menos no primeiro turno do pleito municipal.
Os dois virtuais candidatos
anunciaram sua disposição de
concorrer depois que pesquisa
Datafolha publicada no último
domingo pintou um novo quadro
da sucessão paulistana. Alckmin
ainda encabeça as intenções de
voto (26%), mas perdeu quatro
pontos em relação ao levantamento anterior. Já Kassab ganhou três, passando a contar
com 13% das preferências.
No meio deles encontra-se a
ministra do Turismo e ex-prefeita, Marta Suplicy (PT). Com 25%
das intenções, está em empate
técnico com Alckmin, mas vem
dizendo que não disputará o cargo. A verdade é que os três estão
quase condenados a concorrer.
Kassab não tem nada a perder
exceto a chance de sua vida. Teve
a sorte de ser o vice de José Serra
quando este renunciou ao posto
para eleger-se governador. Conseguiu assim a visibilidade que
nem ele nem o DEM jamais haviam obtido em São Paulo. No
cargo, teve competência para
conduzir sem sobressaltos os negócios da capital até agora, e
acertou ao conceber e implementar a iniciativa Cidade Limpa, sua principal bandeira. A propaganda maciça com que o DEM
brindou o prefeito, destinando-lhe toda a recente propaganda do
partido na TV, foi o toque final
para a candidatura.
Alckmin, embora tenha perdido pontos na pesquisa, ainda é o
líder. Sem cargo público e com
espaço declinante na máquina
tucana, corre o risco de ver seu
capital político minguar, caso
não dispute logo um novo pleito.
E o único à vista é o municipal.
Também Marta deverá sofrer
fortíssimas pressões para concorrer. É o único nome do PT a
disputar com boas chances o comando de uma cidade que nenhum partido com aspirações
nacionais pode desprezar. Mais
do que isso, há na legenda muita
gente poderosa com ânsia de tirá-la definitivamente do páreo
na sucessão presidencial.
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