São Paulo, sábado, 14 de fevereiro de 2004

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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

Cuidar dos enfermos

Na data de 11 de fevereiro, lembramos o "dia do enfermo" e invocamos a Mãe de Deus e nossa recordando as aparições à jovem Bernadette Soubirous na gruta de Massabielle, perto de Lourdes, no ano de 1858. Desde então e até hoje, cresceu a devoção dos fiéis à Nossa Senhora de Lourdes, que, com grande bondade, ao revelar-se a Bernadette, pediu oração e penitência.
O lugar das aparições é centro de peregrinação constante e de oração, onde Deus concede benefícios espirituais, aumento de fé, arrependimento dos pecados, conversão interior e, não raro, curas e recuperação da saúde.
Há, no santuário, especial cuidado com os enfermos graças à equipe de voluntários que acompanham e oferecem todo atendimento aos doentes e aos portadores de deficiências.
Esse zelo abnegado pelos enfermos manifesta a caridade cristã, fruto da ternura maternal de Nossa Senhora de Lourdes.
Eis aí a inspiração para maior solicitude por parte das comunidades cristãs no atendimento aos doentes e um empenho da sociedade no cuidado dos enfermos e da saúde do povo.
A contemplação de Jesus Cristo nos ensina a compreender a necessidade dos que padecem e aliviá-los de suas dores e enfermidades, identificando em cada doente a presença do próprio Divino Salvador (Mt. 25, 40). Basta lembrar o exemplo de são Camilo de Lélis, de madre Teresa de Calcutá, de irmã Dulce e de tantos seguidores de Cristo que fizeram de suas vidas um contínuo serviço aos necessitados.
É o momento de louvar a Deus e de reconhecer o devotamento de muitos familiares para com doentes e idosos no próprio lar. Merecem todo reconhecimento os profissionais da saúde que atendem nos hospitais e em domicílio.
No entanto há metas a alcançar para o bem de nosso povo. A saúde deve ser prioridade no Orçamento do governo:
a) requer-se amplo programa preventivo, incluindo vacinas e especial cuidado das gestantes e recém-nascidos;
b) é urgente manter hospitais com número suficiente de leitos e garantia do SUS, de equipamentos atualizados e de fornecimento de remédios a preço acessível para o povo;
c) devido ao elevado custo de cursos superiores na área da medicina nas universidades particulares, é preciso promover mais vagas nas universidades federais e estatais e agilizar o sistema de bolsas;
d) acompanhar e desenvolver as iniciativas da medicina alternativa com surpreendentes resultados para a saúde do povo;
Em todo esse conjunto de esforços, o mais importante é o cuidado, a atenção e o afeto que cada doente precisa e merece receber.
Toda pessoa tem direito à estima e ao respeito, mais ainda quando enferma e incapaz de tratar de si própria. Necessita de amparo, de assistência médica, de presença amiga e de conforto espiritual.
À luz do Evangelho, entendemos que, diante de quem está doente, é a hora e a vez do amor maior.


Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.


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