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WWW.PIRATARIA
"Uma menina de apenas 12
anos de idade que vive em
Manhattan (Nova York, EUA) é uma
das 261 pessoas processadas por gravadoras norte-americanas pela troca
de músicas na internet. A mãe de
B.L. pretende recorrer. "Ela é apenas
uma criança", disse à rede de notícias
norte-americana CBS".
A nota acima, que podia ser lida
nesta semana no noticiário da rede
mundial de computadores, diz respeito a um antigo problema que ganhou novas dimensões com o advento da internet: como zelar pela propriedade intelectual e pelos direitos
autorais num mundo em que os
avanços tecnológicos propiciam a
cópia e a transmissão de arquivos
com rapidez e alcance jamais vistos?
A reprodução de bens culturais e de
entretenimento vem se tornando nas
últimas décadas uma possibilidade
cada vez mais acessível. De fotocopiadoras, gravadores e videocassetes
chegou-se, mais recentemente, aos
arquivos eletrônicos, que podem armazenar programas de computador,
textos, imagens ou músicas, tornando-os disponíveis, em instantes, a
quem quer que acesse a internet em
todos os cantos do planeta.
Com isso, à já conhecida pirataria
"física", aquela que vende CDs ou fitas irregulares, veio juntar-se uma
nova modalidade digital de burla. À
diferença da primeira, no entanto, na
internet a troca de arquivos musicais
-para ficarmos no caso da notícia
citada- nem sempre tem como finalidade obter lucro. Muitos dos "piratas" são adolescentes que simplesmente trocam ou compartilham suas
músicas prediletas, deixando de
comprar CDs para ouvi-las.
Tal prática, ainda que pareça inocente, constitui uma violação aos direitos do autor e das empresas que
investiram na produção dos bens
transacionados. Essa nova realidade,
que tende a se expandir com a difusão do acesso de alta velocidade à internet, deu lugar nos últimos anos a
acaloradas polêmicas.
Mais recentemente, as empresas
que se consideram prejudicadas com
o uso indevido e a redução das vendas de seus produtos, notadamente
as da indústria fonográfica, têm movido processos e feito advertências a
usuários domésticos.
As leis de direitos autorais dos EUA
prevêem multas entre US$ 750 e US$
150 mil por arquivos irregulares presentes em um computador pessoal.
No Brasil, processos e até mesmo
prisões também já passaram a ocorrer com maior frequência.
No caso dos EUA, a pressão da Associação da Indústria Fonográfica
Americana teria levado a uma redução dos casos, mas os números são
gigantescos. A associação estima
que, em junho, computadores de
10,4 milhões de domicílios americanos teriam abrigado arquivos irregulares -contra 14,5 milhões em abril.
Muitas empresas também procuram atuar de forma "positiva", colocando arquivos à disposição de usuários e procurando criar laços de simpatia com jovens. Reprimir ou seduzir são as opções atuais para enfrentar uma prática que, se é condenável,
ainda parece incontrolável do ponto
de vista tecnológico.
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