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Testes com animais
"Acredito ser legítima a argumentação do editorial "Liberdade e
pesquisa" (Opinião, 12/11), que critica as barreiras aos testes com animais (mesmo que eu discorde em
relação ao texto).
O que é inaceitável é a preconceituosa desqualificação feita pelo jornal ao importante movimento que
luta contra os maus-tratos aos animais na utilização dos termos "particularismo" e, principalmente,
"sentimentalismo com animais".
Ninguém é obrigado a concordar
com uma bandeira, mas o uso dessas expressões redutoras representa um desrespeito a uma posição
democrática, atitude que um jornal
como a Folha não deveria ter."
GABRIEL DE BARCELOS SOTOMAIOR, jornalista,
mestrando em multimeios na Unicamp
(Campinas, SP)
CPMF
"Parabenizo a senadora Kátia
Abreu (DEM-TO) pelo seu parecer
técnico e realista sobre a CPMF.
Em todos estes anos de democracia,
dificilmente vi um parecer tão bem
elaborado. Todos puderam compreender que a CPMF é um câncer
na economia brasileira.
Espero que os nossos representantes esqueçam um pouco do corporativismo e de legislar em causa
própria e entrem para a história,
acabando de vez com esse imposto
tão injusto."
LUIZ CLÁUDIO ZABATIERO (Campinas, SP)
"Substituição prepotente de
membros da CCJ, farta liberação de
verbas e a promessa de uma mísera
redução gradativa da CPMF fizeram com que o governo conseguisse
rejeitar naquela Comissão o relatório da senadora Kátia Abreu, que
pedia a extinção desse tributo.
Dizer que o governo cedeu para
convencer, por meio de argumentos, os que mudaram seus votos não
é verdade. Essa redução anual da
alíquota em 0,02 ponto percentual
a partir de 2008 é o mesmo que nada. Só serviu para dar uma boa desculpa para que alguns senadores
mudassem seu voto.
Mais uma vez o pródigo trator do
governo passa por cima da vontade
da imensa maioria dos brasileiros.
E, mais uma vez, constatamos o
porquê de o governo precisar dessa
montanha de dinheiro nas mãos."
RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ)
"Gostaria que algum tucano ou
"demo" explicasse por que tanto barulho contra a CPMF no Congresso
enquanto a governadora tucana
gaúcha tenta aprovar um "tarifaço"
("Painel", Brasil, pág. A4, 14/11).
É "faça o que eu digo, mas não o
que eu faço'?"
CARLOS BRISOLA MARCONDES (Florianópolis, SC)
Venha a nós
"A mudança do Simples para o
Supersimples acarretou um acréscimo de 28,57% (de 3,5% para 4,5%
na taxação) no total do imposto. É
um absurdo, pois as microempresas
não têm com repassar isso ao produto final. E o governo ainda diz
que o Supersimples vai criar novos
empregos formais.
Na minha firma, isso vai acarretar demissões, o que mostra que
não há o mínimo de sensibilidade
dos "fazedores" de lei, apenas o "venha a nós"."
SALVADOR B. NETO (Piracicaba, SP)
Chávez
"É revoltante ver como o empresariado e a direita brasileira se comportam em relação ao presidente da
Venezuela, Hugo Chávez.
Parecem desconhecer que a atual
conjuntura política de nosso vizinho é conseqüência do catastrófico
e desrespeitoso erro da oposição venezuelana, que se retirou das eleições legislativas. Além disso, diabolizam Chávez ao mesmo tempo em
que nada falam sobre o governo chinês, o que até ajuda a manter aquele
absurdo Estado totalitário, que despreza os direitos humanos e os conceitos de ecologia. Tenho escutado
por todos os cantos: "se lucra bem,
que mal tem?".
É preocupante, sim, a possível
perda de liberdades democráticas
no solo venezuelano, entretanto
são os países capitalistas desenvolvidos que caminham a passos largos
rumo à sociedade descrita por
George Orwell em "1984"."
WADY ISSA FERNANDES (São Paulo, SP)
"Ainda estou para ver pessoa destemperada como o presidente venezuelano. O senhor Chávez, quando abre a boca, é de um brutal descomedimento.
Será que Comissão de Constituição e Justiça da Câmara irá votar
pelo ingresso da Venezuela no Mercosul? Seria, no momento, um despropósito."
JOSÉ VIEIRA COUTO (Indaiatuba, SP)
Cebrap
"Tendo sido pesquisador do Cebrap durante 12 anos, onde também
fui diretor, associo-me ao protesto
de José Arthur Giannotti ("Adeus à
Capes", "Tendências/Debates", 14/
11) contra a supressão do programa
de bolsistas e a justificação apresentada pela Capes.
Conduzido pela dedicação e a liderança intelectual de Giannotti, o
programa de bolsistas formou pesquisadores, professores e servidores do Estado de muito bom nível.
Em vez de propalar calúnias, a direção da Capes deveria agradecer
Giannotti e o Cebrap."
LUIZ FELIPE DE ALENCASTRO, professor da Universidade de Paris Sorbonne (Paris, França)
Educação
"Gostaria de saber o que os governantes do PSDB têm contra a classe
dos professores?
Primeiro nos "presenteiam" com
um aumento na contribuição previdenciária, depois nomeiam para a
pasta da Educação secretários ineptos, que provavelmente nunca entraram em uma sala de aula. Pagam-nos um salário de fome, que
nos obriga a dobrar -ou até triplicar- a nossa carga de trabalho. Há
falta de material didático, a famigerada promoção automática, salas
superlotadas, escolas de lata (sim,
elas existem, eu trabalho em uma
delas), entre outras condições degradantes.
Agora nos agraciam com um período comprobatório de três anos.
Estou em sala de aula há dez anos e
sei de minha competência, mas sou
refém de diretores autoritários e incompetentes, que vivem nos ameaçando com o tal período probatório.
Certa está minha irmã, que não
assumiu o cargo e continua como
"temporária" após 23 anos de magistério para não passar por mais essa
humilhação."
FLÁVIO ALEXANDRE CAMARGO MANCINI, professor
de história da E.E. Professora Mary Mallet Cyrino, de Itapevi (Barueri, SP)
InCor
"A coluna de Mônica Bergamo
(Ilustrada) de 13/11 informou que
o BNDES "negociou a dívida do Incor: de R$ 140 milhões, ela caiu para R$ 80 milhões. O governo de SP
pagará R$ 40 milhões. O próprio
Incor, os outros R$ 40 milhões, em
dez anos". A informação é inexata:
não é o InCor quem deve ao
BNDES, mas a Fundação Zerbini.
A confirmar-se que o BNDES
perdoou R$ 60 milhões da dívida, e
que o governo Serra cobrirá outros
R$ 40 milhões, haverá de indagar-se: que critérios informaram tais
medidas? Como explicar essa utilização de recursos públicos? Qual a
legalidade de tais atos?
Espera-se que o Ministério Público Federal e a CPI das ONGs se
pronunciem a respeito."
CÉSAR AUGUSTO MINTO, vice-presidente da Associação dos Docentes da USP, e PEDRO ESTEVAM
DA ROCHA POMAR, editor da "Revista Adusp"
(São Paulo, SP)
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