São Paulo, sexta-feira, 16 de janeiro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Relações pessoais
"Excelente o artigo de Boris Fausto de 15/1 ("O fenômeno Berlusconi'), que me faz lembrar uma entrevista do Prêmio Nobel de economia Douglass North à revista "Veja" em novembro de 2003. Assim como o citado economista, Boris Fausto põe o dedo na ferida ao demonstrar como a corrupção e o clientelismo crescem em sociedades cujas bases são as relações pessoais, e não o respeito às instituições. Por isso, tanto lá como cá, o mandante de plantão molda o Estado aos seus interesses imediatos. Acrescente-se a isso a ação corporativista do nosso Judiciário e um Congresso pontuado por grupos de interesses escusos que vendem votos em troca de cargos. Aonde vai dar tudo isso? Felizmente temos uma imprensa livre. Temos?"
José Francisco de Paula (Belo Horizonte, MG)

Cotas
"Muito pertinente o texto de Roberto Mangabeira Unger intitulado "Justiça racial já!" (Opinião, 13/1). Realmente, no Brasil, só resolvendo a questão social é que a questão racial será resolvida. A fonte do problema é econômica, e qualquer medida que não resolva isso e que não venha acompanhada de uma ampla melhora nas escolas públicas será ineficiente para as camadas mais pobres da população. Convém ao governo Lula acompanhar o debate sobre essa questão que vem sendo feito pelo movimento estudantil em todo o país."
Alessio Iannone Esteves (São Paulo, SP)

Troca de favores
"Fico extremamente chateado com a posição do governo de colocar o Ministério da Ciência e Tecnologia nessa troca de favores que há entre os partidos da base aliada. Decorrido apenas um ano de governo, já será trocado o ministro simplesmente para satisfazer o desejo dos partidos aliados de ter cadeiras no ministério. Depreende-se daí que não é dada a mínima consideração a um ministério que é tão importante para o desenvolvimento e para a expansão do país. Isso já é claro para quem estuda em universidade federal, onde a maior parte das verbas para pesquisa vem de fundações, e não do próprio governo. Para um país que quer crescer e se desenvolver, é imprescindível investir no desenvolvimento de tecnologia própria e na capacitação de profissionais nessa área, senão será impossível transformar em realidade a frase que escutei há pouco na TV em propaganda do próprio governo -"Brasil, país de Primeiro Mundo"."
Guilherme Perico, estudante de engenharia sanitária e ambiental na Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis, SC)

Justiça
"O Judiciário e a polícia, órgãos que devem dar aos cidadãos a garantia de poderem exercer sua cidadania, estão realmente em fim de carreira. O caso do cantor Belo ainda não foi o último, outros virão, como o do promotor Igor. É inadmissível que um foragido da Justiça receba de presente um habeas corpus e ainda venha a público rir da Justiça enquanto tantos outros que não têm dinheiro estão presos -mesmo às vezes já tendo direito à liberdade."
Jatiacy F. da Silva (Guarulhos, SP)

Ex-sindicalistas
"Como cidadão, executivo da Caixa e assinante da Folha, gostaria de esclarecer algumas questões sobre a reportagem "Lula dá emprego a mais de 40 sindicalistas" (Brasil, 11/1). É comum que todo novo governo, baseado em critérios como capacidade técnica e competência dos profissionais, escolha pessoas de sua inteira confiança para ocupar cargos especiais. Além de ex-presidente da Federação Nacional dos Empregados da Caixa e ex-presidente de uma das maiores corretoras de seguros do Brasil, sou funcionário concursado da Caixa há quase 22 anos. Para assumir o cargo atual, preenchi todos os requisitos previstos no estatuto da instituição, inalterado desde o fim do governo passado. Na nova gestão, a Caixa atingiu o maior lucro líquido anual de sua história -previsto em R$ 1,6 bilhão- e desenvolveu o maior processo de inclusão bancária do país (talvez do mundo), beneficiando mais de 1,1 milhão de novos correntistas em apenas sete meses. A arrecadação (bruta e líquida) do FGTS foi recorde em sua história. Especificamente em minha área, ocorreram avanços como o recorde de pagamento de benefícios sociais (R$ 44,7 bilhões em 316 milhões de pagamentos) e a unificação dos programas por meio do Bolsa-Família. As loterias federais tiveram arrecadação recorde: mais de R$ 3,5 bilhões. Tais números indicam o compromisso da atual administração da Caixa com o Brasil e com sua gente. Ter sido ou ser sindicalista, bem como representante de classe, apenas reafirma o meu compromisso de homem público: o de contribuir para o crescimento e o desenvolvimento do país."
Carlos Borges, vice-presidente de Transferência de Benefícios da Caixa Econômica Federal (Brasília, DF)

 

"A propósito da reportagem "Lula dá emprego a mais de 40 sindicalistas", informo que é indevida a inclusão do diretor Francisco Alexandre no rol de nomeados ou indicados pelo governo, uma vez que ele é representante dos associados na diretoria da Previ. A título de esclarecimento, informo que a diretoria da Previ é composta por seis integrantes, sendo três dirigentes indicados pelo Banco do Brasil e três indicados pelos associados."
Wellington Silva, gerente de Marketing e Comunicação da Previ (Rio de Janeiro, RJ)

 

"Em relação ao texto "Lula dá emprego a mais de 40 sindicalistas", informo que o senhor Sérgio Francisco da Silva, diretor de Benefícios da Funcef (Fundação dos Economiários Federais), teve seu nome indicado para o cargo ainda no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e foi empossado em março de 2003. Sérgio Francisco da Silva foi eleito pelos participantes e, atualmente, continua na direção do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região."
Luiz Alberto Moreira Guilhermino, assessor de imprensa da Funcef (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".

Planejamento
"Parabéns ao governo federal pela iniciativa de levar as informações sobre planejamento familiar às cidadãs e cidadãos brasileiros ("Ana Fonseca e Emília decidem que governo vai divulgar informações", Brasil, pág. A6, 15/1). Aliás, esse é um dever constitucional do Estado. Considero correta a proposta apresentada pela coordenadora do Bolsa-Família e pela ministra Emília Fernandes de atender a demanda por informações sobre a regulação da fecundidade dos 3,6 milhões de famílias cadastradas no programa Bolsa-Família. Mas o governo não pode esquecer-se daquelas -entre os cerca de 50 milhões de famílias brasileiras- que também precisam dessas informações. Além disso, o Ministério da Saúde, por meio do SUS, deve estar preparado para receber as mulheres que querem implantar o DIU ou o diafragma, fazer uso de pílula ou de contraceptivos injetáveis ou fazer a laqueadura tubária. Também precisa atender os homens que querem fazer vasectomia. O SUS também deve estar preparado para oferecer, em número adequado, preservativos masculinos e femininos. Por fim, o governo deve buscar envolver os governos estaduais e municipais na execução dessa enorme tarefa e contar com o apoio da mídia e da sociedade civil."
José Eustáquio Diniz Alves, professor titular do curso de mestrado em estudos populacionais e pesquisas sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE (Rio de Janeiro, RJ)

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