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Editoriais
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Ainda crítico
DEPOIS do tombo do final de
2008, a atividade econômica no Brasil dá sinais de
que pode ter interrompido o recuo no início de 2009.
No setor que liderou a "débâcle" do quarto trimestre, o automobilístico, sabe-se que as vendas pararam de cair e os estoques
diminuíram, o que prenuncia alguma retomada da produção.
Faltam informações que esclareçam até que ponto outros segmentos da indústria também
avançaram no processo de adequação dos estoques e da produção a uma demanda mais restrita
-e não há dúvida de que nenhum ramo fabril contou com
estímulo tão potente quanto foi a
redução da tributação sobre a
aquisição de carros.
O mergulho do final de 2008
foi interrompido, mas ainda é
bastante incerto o vigor da reativação na indústria.
Outro elemento que teve melhora nas últimas semanas foi a
confiança do consumidor. Mas
também nesse caso a melhora é
tímida e fica longe de compensar
a queda recente.
Pelo lado da inflação, depois de
uma longa sucessão de resultados muito favoráveis, recentemente os índices subiram um
pouco mais do que se esperava.
Alguns poderão tomar isso como
sinal de que a demanda, menos
debilitada, já abre maior campo
para aumentos de preços.
Olhando o conjunto de dados,
pode ficar a impressão de que o
momento mais crítico ficou para
trás. Seria, no entanto, uma conclusão precipitada e perigosa.
O humor dos consumidores e
empresários ainda está muito
fragilizado. O risco de a economia não conseguir reengrenar de
modo continuado mantém-se alto -e, se depender das notícias
que chegam dos EUA, da Europa
e da Ásia, prosseguirá assim ainda por um bom tempo.
Acelerar investimentos públicos, estimular o crédito, cortar
juros e gastos de custeio da máquina estatal -o reforço responsável de medidas de estímulo à
demanda continua necessário.
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