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A visão de Bornhausen
FERNANDO RODRIGUES
Brasília - O presidente do PFL, Jorge
Bornhausen, reassume no dia 12 de
março o cargo do qual se licenciou para ser o embaixador do Brasil em Portugal. Passou por Brasília na semana
passada. Deu pistas importantes sobre
o rumo de seu partido na eleição para
o governo de São Paulo.
É importante dizer que a importância do PFL em São Paulo deve ser relativizada. Ex-Arena, essa sigla sempre
ficou isolada no Estado. Paulo Maluf e
o seu PPB (ex-Arena, ex-PDS e
ex-PPR) ocuparam todos os espaços
da direita conservadora.
O PFL vale, nesta eleição estadual
paulista, mais pelo que pode atrapalhar um adversário do que por sua
ajuda àquele com quem se coligar.
Por exemplo, se o PFL ficar com Mário Covas (PSDB), isso atrapalha Maluf pelo fato de tirar tempo de televisão do pepebista. A recíproca é verdadeira no caso de os pefelistas optarem
por Maluf.
É mais ou menos um consenso entre
políticos paulistas que ninguém votará nesse ou naquele candidato ao governo por causa do apoio do PFL.
Agora, o que pensa Bornhausen. Ele
analisa assim a estratégia de Covas,
que insiste em não confirmar se é ou
não candidato ao governo:
"Se ele for candidato, é uma boa estratégia. Se não for, é só uma trapalhada, pois não trabalhou o nome de
ninguém para sucedê-lo".
Para Bornhausen, entretanto, isso
não significa que Covas vá mesmo ser
candidato. Esse é apenas o cenário
mais óbvio. E se isso acontecer mesmo? "Estamos um pouco atrasados
para fazer uma aliança, mas podemos
conversar."
Educado, Bornhausen jamais descartaria uma aliança com Covas. Mas
é fato consumado dentro do partido
que essa é uma não-hipótese.
Por incrível que pareça, uma das
possibilidades ainda aventadas por
Bornhausen é a candidatura própria
do PFL ao governo paulista, com o senador Romeu Tuma encabeçando a
chapa. "Essa hipótese cresce no caso
de o Covas não ser candidato, pois aí
está afastada a suposta bipolarização
da eleição de que todos falam", diz.
A decisão final só sai em abril.
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