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QUEM SUSTENTA PALOCCI?
Não há paralelo no ciclo democrático recente de um ministro
da Fazenda cuja conduta tenha estado sujeita a tantos questionamentos
quanto Antonio Palocci Filho. Agora
o perseguem indícios de que, já chefe
da política econômica, tenha freqüentado um notório círculo de ex-assessores formado em torno do então prefeito de Ribeirão Preto.
Duas testemunhas afirmam que
Vladimir Poleto, Rogério Buratti e
Ralf Barquete (morto em 2004) não
partilham com Palocci apenas o sobrenome de origem italiana e as relações no passado interiorano. Um
motorista e um caseiro que serviram
em mansão alugada por Poleto em
Brasília -visitada amiúde por companheiros de Ribeirão e empresários- sustentam que o ministro esteve mais de uma vez na casa.
Não consta -a partir da narrativa
do caseiro e de apurações policiais e
parlamentares- que as reuniões na
residência do Lago Sul tenham se reduzido àqueles nostálgicos reencontros entre amigos para reviver os
bons tempos. Evidências e relatos indicam que ali se montou uma central
de lobby; e que o inquilino Poleto
mantinha contato estreito com Ademirson Ariovaldo, assessor direto do
ministro e também oriundo da cidade do interior paulista.
Palocci reitera o que disse à CPI:
nunca pôs os pés na mansão brasiliense; as acusações teriam motivação eleitoral. O ministro já teve de
corrigir duas vezes, sempre a reboque dos fatos, informações sobre
uma viagem que realizou a bordo de
um avião de José Colnaghi. Esse empresário foi quem cedeu uma aeronave para transportar caixas de bebida de conteúdo suspeito de Brasília a
Campinas -o episódio envolveu Poleto, Barquete, um carro locado para
a campanha petista de 2002 e um
motorista hoje lotado na Fazenda.
Se o desgaste de Palocci se aprofunda a olhos vistos, a rede de apoio
que colocava um anteparo entre os
escândalos e o ministro vai se esfarelando. O mercado financeiro está indiferente; na oposição, debandaram
os adeptos do paloccismo; o PT escreve texto criticando a política econômica. O presidente da República
ainda sustenta Antonio Palocci, mas
dificilmente o fará a qualquer custo.
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